Pacientes esperam horas por atendimento em AMA do Jardim Independência

Quem procurou o clínico geral do Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) Hermenegildo Morbim Junior, no Jardim Independência, na última segunda-feira, dia 28, precisou de doses extras de paciência. A unidade tinha fila de espera de cerca de quatro horas. Para piorar, enquanto aguardavam na sala da recepção, que permaneceu lotada durante todo o dia, pacientes com conjuntivite ficavam lado a lado com pessoas que não estavam com a infecção ocular, gerando risco de contaminação.

“Estava com a garganta irritada. Cheguei às 10h e depois da triagem, fiquei esperando. Às 13h30, já com fome e dor de cabeça, fui para casa almoçar e tomar um remédio. Voltei às 15h30, não fizeram nova ficha e só me atenderam por volta das 18h30. Fui a última a ser atendida”, comenta a publicitária J.Z.

Porém, este não foi o único problema encontrado pela paciente. “Perdi o dia de trabalho, mas quando fui pegar o atestado, só quiseram me dar uma declaração para o período da tarde, já que, segundo eles, fui chamada às 14h e não estava presente. Não tinha como ficar sem comer este tempo todo. Em nenhum momento vieram me perguntar se eu estava bem”, completa J. Z.

A Folha informou a Secretaria Municipal da Saúde sobre a situação do AMA às 14h30. A reportagem voltou ao local à tarde e constatou que por volta das 17h30, apesar do expediente da unidade se encerrar apenas às 19h, muitos pacientes ouviram que a opção era seguir até o hospital de Vila Alpina ou voltar no dia seguinte.

Questionada, a gerente da unidade informou que a situação foi um caso atípico, por causa do grande número de pacientes naquele dia. Já sobre o caso da publicitária J. Z., alegou que não seria dado o atestado para o dia, pois ela não estava no local na hora em que foi chamada. A funcionária também ressaltou que a Secretaria não entrou em contato com ela.

A Secretaria Municipal de Saúde , que por telefone informou que contatou à unidade na própria segunda-feira, ressaltou que o Estado enfrenta um surto de conjuntivite e por isso houve aumento considerável na demanda das unidades. Sobre o caso de J. Z. foi esclarecido que a AMA pede desculpas pela demora no atendimento, mas que o atestado não foi solicitado pela paciente ao médico e que a mesma só veio a pedir o documento na recepção, quando foi esclarecido que a unidade somente poderia liberar a declaração de comparecimento com o período em que ela esteve no local. 

A paciente rebateu. “Pedi o atestado ao médico e ele mandou pegar a declaração com as meninas do atendimento”. A reportagem estava presente quando ela informou o fato na recepção e também à gerente da unidade. Mesmo assim, não foi atendida. A nota da Secretaria também não explica a recusa no atendimento após às 17h30 e o fato de pacientes com conjuntivite ficarem horas ao lado dos pacientes sem a infecção.