Segundo levantamento divulgado nesta semana pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), a capital paulista chegou a marca de 20 mil novos veículos nas ruas por mês. O que vai de acordo com a previsão de especialistas de que o trânsito da cidade um dia irá parar. Para evitar este colapso, não faltam campanhas por parte da Prefeitura incentivando a população a deixar o carro em casa e utilizar o transporte público. Porém, o governo municipal esquece de outro grande problema desta metrópole: a falta de transporte coletivo de qualidade.
Na região, por exemplo, são muitas as reclamações quanto às linhas de ônibus, sendo a maioria direcionada para o baixo número de veículos nas linhas, atrasos constantes e coletivos lotados.
Nos distritos de Vila Prudente, São Lucas e Sapopemba é grande a insatisfação dos usuários com o transporte. “Está praticamente impossível não chegar atrasada nos compromissos. Há poucos carros nas linhas que atendem a região. Há dias em que espero mais de 30 minutos para conseguir entrar em um ônibus e me dirigir até à Vila Prudente. De manhã, os coletivos estão lotados, com pessoas nas escadas e grudadas nas portas. Onde está a fiscalização?”, questiona a moradora do Parque São Lucas, Emilia Domanoski Gurniak . Ela lista as linhas com problemas: 314J-10 Santa Madalena/Metrô Liberdade; 311C-10 Parque São Lucas/Bom Retiro; 4228-10 Parque Santa Madalena/Terminal Parque Dom Pedro II; 4221-10 Jardim Planalto/Terminal Parque Dom Pedro II e 5142-10 Terminal Sapopemba-Teotônio Vilela/Terminal Parque Dom Pedro II, todas do Consórcio Via Sul.
A principal reclamação dos usuários é quanto à demora entre um ônibus e outro. “Moro no Jardim Independência e estudo no Tatuapé. Utilizo a linha 373-M Jardim Guairacá/Metrô Tatuapé (Via Sul). Teve dias em que esperei por mais de meia hora pelo ônibus. Em uma ocasião, cheguei ao ponto às 18h e fiquei até às 18h45. Cansada, resolvi voltar para casa e prestei atenção quando o coletivo passou: eram quase 19h. Também temos horários a cumprir. Sendo que não pagamos barato pela passagem e somos obrigados a ficar mais de 45 minutos esperando por um ônibus”, comenta a estudante Tatiane Aparecida Marques.
Há muitos questionamentos também quanto ao itinerário seguido por algumas linhas que, segundo eles, só aumenta o trajeto e não traz benefício. “Alguns ônibus que atendem a Vila Alpina passam em ruas desnecessárias. Há linhas que demoram mais de 30 minutos somente para deixar o bairro. Falta objetividade, como é o caso do 373A-10 Vila Alpina/Metrô Bresser (Via Sul), que faz turismo pelo bairro”, afirma o presidente da Sociedade Amigos de Vila Alpina (Savalp), Rubens Ribeiro, que ressalta ainda que há déficit de coletivos na região. “Em horários de picos muitas pessoas ficam aglomeradas nos pontos. A demanda de usuários é maior que o número de ônibus”, completa.
Já o presidente da Associação Estrela do Bairro, do Jardim Planalto, José Amaro da Silva, o Capoeira, critica o valor pago pelo serviço. “O que adianta cobrar R$ 3 pela passagem, se quanto mais o preço aumenta, mais o transporte fica precário? Os ônibus são velhos e quebram muito. Há algum tempo os passageiros tiveram que empurrar um dos carros da linha 4221-10, da Via Sul. Sem falar do grande intervalo que há entre um ônibus e outro, o que, quando um dá problema, acarreta em atrasos ainda maiores”, completa Capoeira.
A falha no serviço também é apontada por muitos como um dos principais motivos para o aumento no número de carros nas ruas. “De ônibus preciso acordar muito mais cedo, enfrentar filas enormes, ser esmagado, passar calor e ainda correr o risco de chegar atrasado no trabalho. Sem falar que com o valor atual da passagem, mesmo com o aumento da gasolina, compensa mais ir de carro, fora o conforto”, opina o morador da Vila Prudente, Fábio Heleno Garcia.
O raciocínio de Garcia confere. Ele reside na rua Ibitirama e trabalha na região central da cidade, a cerca de 8 quilômetros de distância. Por semana ele gastaria R$ 30 com o ônibus. Já com o seu automóvel 1.0, que consome aproximadamente um litro de gasolina a cada 12 quilômetros, ele gasta por semana neste mesmo trajeto R$ 19 de combustível.
Há mais de 10 dias, a reportagem indaga a São Paulo Transporte (SPTrans) sobre os problemas com o transporte coletivo na região, bem como os atrasos, se o número de linhas atende a demanda, a conservação dos coletivos e a fiscalização nos consórcios responsáveis pelo transporte. No entanto, o órgão não se pronunciou.
Valor da tarifa subiu 115% na última década
De 2001 para cá, a passagem de ônibus em São Paulo mais do que duplicou o seu valor. No primeiro ano da gestão de Marta Suplicy (PT), o preço pago para circular de ônibus na cidade era de R$ 1,40. Com o aumento deste ano, a tarifa chegou aos contestados R$ 3,00. Ou seja: em uma década, o valor pago pelo transporte em São Paulo teve um aumento considerável de 115%. A inflação da passagem na capital supera a da gasolina, que é uma das maiores do país. Em 2001, o litro do combustível, em média, saia por R$ 1,51, e hoje, mesmo com o considerado preço abusivo nas bombas, o valor entre um posto e outro é de aproximadamente R$ 2,89, cerca de 90% de aumento na década. Confira abaixo a tabela gradativa da tarifa do ônibus nos últimos anos:
Pois é , o gráfico acima mostra bem o quanto se aumentou a passagem e o quanto piorou o transporte, não seria o caso das linhas servirem mais os Metrôs VP e Tamanduateí,e voltarem para seu pontos iniciais???.
UMA ÓTIMA DICA A TODOS, UTILIZEM A LINHA 4031-10, METRO TAMANDUATEIXPQ SANTA MADALENA. ESTA LINHA PASSA NA AVENIDA DO ORATORIO INTEIRA E VAI ATÉ O METRO, E OS ONIBUS SÃO A CADA 5 MINUTOS.
Obrigado pela dica, realmente utilizei e funcionou muito bem.
EXCELENTE MATÉRIA, INFELIZMENTE ALÉM DO PRÊÇO ABUSIVO DA TARIFA DE ÔNIBUS, O POVO TEMUMA PÉSSIMA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, UM DESRESPEITO AO CIDADÃO E AINDA SUGEREM PARA QUE AS PESSOAS DEEM PREFERÊNCIA AO TRANSPORTE PÚBLICO. ISTO NÃO PASSA DE UMA DEMAGOGIA.
Esqueceram de falar da linha 4222-10 Praça João Mendes Parque Santa Madalena.Todos os dias esse onibus demora mias ou menos uma hora de difernça de um para ooutro,fora que já peguei duas vezes e nas duas eles quebraram bem em frente a subprefeitura de Vila Pudente.A impressão que estou tendo é que as reclamações soam como no deserto.A preocupação do Kassab e outros é sobre criação de novo partido,quem vai prá onde e quem fica.O povo que se dane,pois ñão existe mais oposição, o bolo está sendo dividido.Esses que estão hoje no governo metem o pau nos militares quando estavam no poder,só que se fizer uma pesquisa vai ver que muitos estão com saudades dos militares.
Osvaldo, não sei se publicarão minha postagem mas, eu disse que quem dita as regras para as empresas sobre o número de carros e os intervalos é a própria SPTrans então ela é culpada. Por isso de nada adianta reclamar. Para o empresário não é interessante o carro lotado já que a maioria são novos porém carro trabalhando sempre no limite consome mais óleo, gasta mais pneus e as manutenções tem que ser adiantadas. E o mais importante disso tudo é que quando você paga a passagem, o dinheiro não vai para o cofre da empresa como era antigamente mas sim, para os cofres da Prefeitura para, só Deus e os empresários sabem quando, estes serem repassados as empresas. Essa história que sempre ouvimos de a prefeitura passar subsídeo as empresas nada mais é de que devolver aquilo que lhes fora roubado. Alguém se apropriar de um dinheiro que outro trabalhou para ganhar para mim é roubo. O Kassab é o pior prefeito que esta cidade já teve. Está deixando o DEMentes para fundar outro partido que no meu conceito deveria se chamar INFerno que é o lugar onde ele deveria estar agora. Infelizmente o demo odeia concorrência.
Esqueceram de citar também, umas das linhas de ônibus que já virou lenda urbana, todo mundo sabe que existe, mas ninguém vê.
Trata-se da linha 4208-10 – Parque Savoy City / Pq. Dom Pedro II. Passa de hora em hora, quando passa, e não tem horário certo.
Outra linha que apresenta decifências é a 574J-10 – Terminal Carrão / Metrô Conceição. Demora para passar, nem sempre para no ponto e no horário de pico vem hiperlotada. Sem contar que o modelo de ônibus desta linha não é adequada ao transporte de passageiros. Não há barras de apoio por todo o veículo e os passageiros correm o sério risco de quedas e possíveis fraturas.
Fica aí o registro destas péssimas linhas de ônibus.
Pagamos pela tarifa municipal mais caro do que se paga pelos intermunicipais que passam pela região, vindos de São Caetano do Sul e bem mais caro que a passagem cobrada no Rio onde a maioria dos ônibus são equipados com ar-condicionado. Para atender os usuários das novas estações na região, não basta fazer alteração de linhas mas sim criar novas linhas fazendo ligação com bairros mais distantes, ciação de linhas semi-expressas a partir destas estações e a ponte-orca fazendo ligação com outras estações que não mantém baldeação direta como é o caso da linha leste-oeste. Por que ninguém divulga que as planilhas das empresas de ônibus, quem dita é a SPTrans? Quem diz quantos carros vão circular e qual será o intervalo quem determina é a SPTrans e não as empresas. Diante disto, de que adianta reclamar a SPTrans pela falta, demora e atrasos dos ônibus se ela é culpada? Enquanto não se mudar o sistema de gestão do transporte nesta cidade o trânsito continuará a gerar o caos assistido todos os dias.
Concordo com o Marcos. A linha 574J-10 é um verdadeiro caos. Demoram a passar, os motoristas e cobradores são em sua maioria grosseiros e mal educados, muitas vezes os mesmos nao param no ponto quando solicitados e a configuração interna do carro utilizado para essa linha é vergonhosa e perigosa, já que presenciei por diversas vezes pessoas se machucando durante a viagem. Tenho dó de quem utiliza essa linha diariamente.