Na última terça-feira, dia 13, um morador em situação de rua morreu em frente ao prédio da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Califórnia, na praça Conde de São Januário. As evidências apontam que ele foi vítima de mal súbito. No entanto, o que chamou a atenção, segundo os policiais militares que atenderam a ocorrência, foi o descaso por parte da unidade de saúde.
De acordo com o pm Alexandre da 3ª Companhia do 21º Batalhão, populares acionaram a polícia ao perceberem que o homem passava mal na calçada e, mesmo avisados, os profissionais da UBS não se prontificaram a ajudar. Ainda segundo os policiais, assim que chegaram ao local, examinaram previamente o morador de rua, através de tato de artéria e sinais oculares, o que apontava provável óbito. No entanto, por estarem em frente a uma unidade de saúde, acionaram o médico de plantão, que somente após muita insistência, afirmam os pms, foi avaliar o estado do homem. “Ele não teve a certeza absoluta da morte e falou para nós levarmos a vítima ao hospital. Achamos um tremendo descaso, pois a UBS dispunha de uma ambulância no momento e ninguém fez nada”, afirmou um dos policiais que estava no caso.
Segundo os pms, apenas após vários questionamentos, que duraram cerca de uma hora, o médico da unidade confirmou que o homem estava morto.
O caso foi encaminhado ao 42º Distrito Policial – Parque São Lucas, onde foi registrado boletim de ocorrência de morte suspeita. Após ouvir os policiais militares, o delegado de plantão convocou o médico envolvido no caso, o doutor Edir Boscaratto Júnior, que afirmou ter atendido o pedido dos policiais e constatado a morte do morador de rua após perceber a falta dos sinais primários e secundários de vida. O médico afirmou também que jamais se negaria a prestar auxílio se houvesse o mínimo indício de vida. Ele acrescentou dizendo que houve um mal entendido, pois disse aos policiais que para o exame de constatação de causas da morte seria necessário um exame de profissional da respectiva área.
A Folha procurou a Secretaria Municipal de Saúde, que lamentou o ocorrido e informou que determinou a abertura de uma Comissão Preliminar de Apuração para averiguar todas as circunstâncias e os procedimentos adotados em relação ao caso. Foi ressaltado que se houver alguma irregularidade comprovada, serão adotadas as medidas administrativas adequadas.
POIS EU ACHO UM ABSURDO SER NEGADO SOCORRO A UM SER HUMANO APENAS PELO FATO DE ELE SER MORADOR DE RUA, POIS ELE NÃO DEIXA DE SER GENTE PORQUE NÃO TEM MORADIA, OS POSTOS DE SAÚDE TEM FUNCIONÁRIOS NO QUAL SE “ACHAM” DE MAIS, E DEVERIAM NO MÍNIMO DISPONIBILIZAR A AMBULÂNCIA PARA SOCORREREM O HOMEM.