Um dos principais eixos de acesso do Centro e da Zona Sul com a região, a interligação da avenida Juntas Provisórias, e da avenida do Estado, com o viaduto Grande São Paulo, no Ipiranga, está tomada por moradores de rua, que montaram moradias nas calçadas e na praça existente no local. De acordo com motoristas que passam pelo trecho, o problema da situação não é somente o acúmulo de lixo no local, mas também o risco de acidentes e incêndios.
“Esses moradores, constantemente, atravessam a rua no meio do trânsito. Quem está no carro é obrigado a frear para não acontecer um atropelamento. Eles também ateiam fogo em materiais que recolhem na rua. A fumaça invade as pistas e prejudica a visualização dos motoristas. Também já ocorreram incêndios neste trecho devido ao lixo acumulado e as fogueiras que os moradores fazem. Queria saber o que a Prefeitura está esperando para resolver a situação”, ressalta o morador da Vila Prudente, Tiago Araújo Domingues, que passa pelo trecho diariamente.
O funcionário de uma empresa vizinha, que prefere apenas se identificar como Anderson, também relata que incêndios são corriqueiros no local. “Pelo menos duas vezes por mês os bombeiros são acionados para apagar o fogo que toma conta dos barracos. Os moradores juntam muito lixo e isso gera uma situação propícia para incêndios. Um deles já foi levado ao hospital após desmaiar com a fumaça. Qualquer hora alguém morre queimado”, declara.
Para a contadora, Mariana Linhares, que trabalha no Ipiranga e mora no São Lucas, a situação piora durante a noite, devido ao uso de drogas por parte dos moradores de rua. “Muitos deles usam entorpecentes e saem vagando como ‘zumbis’. Eles atravessam a rua sem olhar. E esse trecho tem enorme tráfego, principalmente no período da noite, onde passam muitos caminhões, e o local é escuro”, completa.
A a Subprefeitura do Ipiranga informou que realiza regularmente ações de limpeza no local, em conjunto com a Assistência Social, Secretária da Saúde e a Guarda Civil Metropolitana (GCM). O órgão destacou ainda que a próxima ação está programada para a primeira quinzena de fevereiro. Foi ressaltado também que “o SEAS (Serviço especializado de Abordagem Social) realiza, por meio de orientadores socioeducativos, atendimento a crianças, adolescentes e adultos em situação de rua, abordando, monitorando e encaminhando essa população para os serviços da rede sócioassistencial da cidade”.
Moradia bloqueia passagem de galeria no São Lucas
Em 2010 a Prefeitura finalizou uma ampla reforma de drenagem das galerias de águas pluviais do Corrégo Mooca, no São Lucas, no trecho entre as ruas Maria Fett e Bento Sabino dos Reis. Os trabalhos foram realizados a fim de diminuir as constantes enchentes do trecho. Porém, desde o ano passado, o barraco de um morador de rua bloqueia uma das passagens de água do local, ao lado da rua Maria Fett.
“O espaço é amplo, justamente para a água escorrer e não acumular nas vias. Mas esse homem montou sua casa ali. E é uma moradia grande até, não é um simples amontoado de papelão. Tem até sofá. Se a Prefeitura não o tirou de lá ainda é porque não realiza a limpeza das galerias. Ou seja, se começar a chover forte vai alagar tudo”, declara o morador da região, Milton Sobrinho da Costa.
Quem também reclama é o comerciante Silvio Amorim de Souza. “Esse barraco está aí faz tempo. Desde o meio do ano passado. É uma área em que foi gasta uma boa verba de dinheiro público para reformar, que foi transformado em um espaço verde, de lazer. Um homem vai, monta uma moradia no local e ninguém faz nada? É vergonhoso”, completa Souza.
A Subprefeitura de Vila Prudente informou que realizará uma vistoria no local no início da próxima semana e, caso constatadas as irregularidades diante das leis municipais, será programado desfazimento e apresentação de proposta de albergue para a pessoa em situação de rua.
Homem monta “casa” sob o monotrilho
Na última semana a Folha destacou o lixo e o entulho que tomavam conta dos baixos dos pilares da Linha 15 – Prata do monotrilho, nas obras que acontecem na região do São Lucas. Na ocasião, a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô informou que contatou as empresas responsáveis pelos trabalhos para que a situação fosse resolvida em até 30 dias. Nesta semana a reportagem voltou ao trecho e percebeu que a limpeza já começou a ser realizada. Porém, uma imagem chamou a atenção: um morador de rua montou um barraco em meio à obra, na altura do número 4.280 da avenida Anhaia Mello.
“Faz alguns dias que esse barraco está aí. Eu só vi um homem lá nas manhãs, mas meus vizinhos falaram que tem uma família morando ali. O que impressiona é que o trecho deveria estar em obras, mas ninguém apareceu para proibir a montagem da moradia ou para tirar essas pessoas de lá”, destaca o morador das proximidades, Allan Mendez.
Questionado sobre o caso, o Metrô informou que o local foi vistoriado ontem e, após a confirmação da existência da moradia, a mesma foi removida pelos funcionários da empresa responsável pelas obrass d . (Rafael Gonçalo)
Está vergonhosa a situação desse viaduto conforme informado na reportagem. o poder público precisa tomar alguma providência urgente.