O Museu da Imigração do Estado de São Paulo, antigo Memorial do Imigrante, continua fechado. O imóvel, na Mooca, está passando pelo primeiro processo de restauração completo desde a conclusão do edifício em 1887 para servir como Hospedaria de Imigrantes.
De acordo com a assessoria do Museu, após a finalização desta primeira fase, o edifício vai entrar na segunda etapa de obras que contempla a modernização do prédio, com implantação das instalações elétrica, hidráulica e central de ar-condicionado, sistema de drenagem e captação de águas pluviais, paisagismo, contenção de enchentes e equipamentos de acessibilidade. Não foi divulgado prazo para reabertura das novas instalações.
Durante o período de obras, para segurança do acervo e a continuidade dos serviços públicos prestados, os acervos foram transferidos temporariamente para outras instalações. A emissão de certidões e atestados, por exemplo, está ocorrendo no Arquivo Público do Estado. Mais informações pelos telefones 2089-8151e 2089-8100 – atendimento: terça a sábado das 9 às 17h.
Parte do acervo está sendo utilizada em exposições itinerantes e temporárias, como a mostra “Viagem, sonho e destino” em cartaz até 14 de junho, das 7 às 19h, na estação Júlio Prestes da CPTM. Composta por depoimentos e fotos, a mostra narra os trajetos de imigrantes e migrantes que escolheram viver em São Paulo. Além de descrever a experiência da viagem, a exposição revela o funcionamento e os serviços da Hospedaria de Imigrantes do Brás, que acolheu mais de 70 etnias durante seu funcionamento.
Hospedaria de Imigrantes
Inaugurada em 1887, a Hospedaria de Imigrantes se tornou o principal abrigo dos recém-chegados ao país. Foi no antigo imóvel – hoje sede do Museu da Imigração – que os anseios, angústias e expectativas de mais de 2,5 milhões de pessoas se cruzaram entre 1887 e 1978.
Ao longo de seus 91 anos, a Hospedaria acolheu e encaminhou os imigrantes aos novos empregos. Para isso, o prédio contava com a Agência Oficial de Colonização e Trabalho. Além de alojamento, disponibilizava farmácia, laboratório, hospital, correios, lavanderia, cozinha e setores de assistência médica e odontológica.
Em 1978 recebeu pela última vez um grupo de imigrantes coreanos, pouco antes de encerrar suas atividades. Em 1982, para garantir a preservação dessa história, o edifício da antiga Hospedaria foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat). E em 1998, passou a abrigar o Memorial do Imigrante.