Central do Metrô localiza fotos históricas da Vila Prudente

O Metrô de São Paulo completou 50 anos da primeira viagem no dia 14 de setembro. Nessas cinco décadas de operação foram transportados 33,6 bilhões de passageiros que, não raro, esquecem ou perdem itens diversos dentro das estações e vagões de trens. Com a finalidade de guardar e principalmente, tentar devolver esses objetos aos donos, desde junho de 1975, o Metrô mantém a Central de Achados de Perdidos na estação Sé. Mais de 3 milhões de artigos já foram registrados na Central e 700 mil foram devolvidos aos proprietários.

Quando a busca pelo dono dos itens não é bem sucedida, o Metrô tenta dar uma destinação ao material. Foi assim que, nesta semana, o Círculo de Trabalhadores de Vila Prudente recebeu a doação de mais de 200 fotos históricas que retratam moradores e antigos festejos, como a Volta Pedestre que era realizada nas comemorações de aniversários do bairro, com largada na rua José Zappi. Por vários meses, a equipe do Metrô tentou localizar familiares de supostos donos das fotos, mas sem sucesso na busca ativa, a Companhia optou por entregar o material ao Círculo, entidade que vai completar 85 anos e já conta com um acervo de mais de 3 mil fotos e documentos sobre a história da Vila Prudente.

O presidente do Círculo e da Folha, Newton Zadra, recebeu o vasto arquivo na última terça-feira, dia 24, das mãos do supervisor da Central de Achados e Perdidos, Mori. O assessor da Secretaria de Transportes Metropolitanos, Carlos Alberto Soares, foi o responsável por encontrar as fotos e esteve presente na entrega ao Círculo.

Zadra inclusive se reconheceu em diversas imagens e muitas outras pessoas que contribuíram para o desenvolvimento de Vila Prudente. “O Círculo está muito honrado em receber esse material, vai se somar ao nosso acervo e ajudar a manter viva a história do bairro. Parabenizo muito esse serviço do Metrô e a dedicação dos seus funcionários”, ressaltou.

Serviço
A Central de Achados e Perdidos funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 20h, na estação Sé. Recebe os itens encontrados ou entregues aos funcionários de todas as linhas do Metrô, exceto a Linha 5-Lilás que conta com uma central própria. Há muitos celulares, carteiras, óculos, livros, peças de roupas e objetos curiosos, como muletas e até cadeira de rodas. “Catalogamos tudo que chega aqui e aguardamos o dono vir procurar ou nós mesmos tentamos localizá-lo. É muito gratificante quando conseguimos devolver”, conta Mori. (Kátia Leite)

Maníaco do carro: ao menos sete ocorrências na região

Investigação em curso no 57º Distrito Policial – Parque da Mooca aponta que ao menos sete mulheres, entre 16 e 34 anos, foram agarradas por um homem nas ruas da região. A Polícia Civil já identificou o suspeito como Solirano de Araujo Sousa, de 48 anos. A Justiça decretou a prisão. Ontem, dia 19, a foto dele foi divulgada oficialmente como “procurado”.

Conforme imagens de câmeras de segurança, ele estacionava o veículo, um Fiat Uno cinza sem placas, nas vias e ficava no aguardo das vítimas, que eram seguradas e em mais de uma ocorrência, forçadas a entrar no automóvel – por isso, o caso ficou conhecido por “maníaco do carro”. Por sorte, as vítimas conseguiram se desvencilhar e fugir. Algumas contaram que ele estava com uma faca e acreditam que a intenção era o estupro.

Nas delegacias da região, existe registros de ocorrências nas ruas Antonio Gomes, Parque São Lucas; Manoel Onha, na Mooca; e avenida Sapopemba, na Vila Regente Feijó.

Em um dos casos flagrados por câmeras, a vítima estava em um ponto de ônibus quando foi abordada por volta das 17h30 da sexta -feira, dia 13, na rua Manoel Onha. No mesmo ponto de ônibus, ele tenta agarrar outra mulher às 17h50. Cinco minutos depois, houve outra tentativa de ataque na mesma rua, desta vez de uma jovem de 16 anos, que caminhava em frente à uma escola estadual. Em depoimento à polícia, contou que o homem disse que se gritasse, seria morta. Ela conseguiu escapar e saiu correndo. Em todas as ocorrências, o suspeito usava um boné vermelho e um agasalho com capuz.

O Fiat Uno foi localizado na última quarta-feira, dia 18, abandonado com as portas abertas em uma favela da região. A faca usada na abordagem das vítimas estava no carro.

Quem tiver informações sobre o paradeiro dele pode ligar para o Disque Denúncia, no número 181, sem precisar se identificar.

Ligação da Henry Ford com a Anhaia Mello sem prazo

Enquanto o trânsito da Vila Prudente fica cada vez mais sobrecarregado e congestionado (leia Editorial), a Prefeitura continua sem prazo para tocar o projeto de ligação das avenidas Henry Ford e Anhaia Mello, na alça sob o viaduto Grande São Paulo. A melhoria viária é reivindicada pela Folha há quase 30 anos com o objetivo de desafogar o fluxo de veículos nas ruas Capitão Pacheco e Chaves e Dianópolis.

O final da Henry Ford é interditado por um ramal ferroviário particular que atendia os grandes galpões de fábricas na região. Com o passar dos anos foi perdendo a utilidade e atualmente recebe uma ou duas composições por dia, permanecendo ocioso por várias horas.

Desde 2003 existe parecer favorável da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para a ligação entre as vias. Em pronunciamentos anteriores, a CET informou ainda que a ideia é manter o duplo sentido de direção na Henry Ford, de forma que a ligação possa favorecer também o motorista que trafega pela Anhaia Mello e deseja acessar a avenida.

A ligação das avenidas está inserida na Lei da Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí, já aprovada na Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) em janeiro deste ano. No detalhamento da Operação Urbana consta que além da conexão com a avenida Anhaia Mello, está previsto outro ramal ligando a Henry Ford à rua Guamiranga. A forma de transposição prevista da ferrovia não é através de passagem de nível, mas ainda será definida na elaboração do projeto executivo.

Cobrada novamente pela Folha sobre a questão, a Prefeitura, através da SP Urbanismo, informou que a Operação Urbana Bairros do Tamanduateí, aprovada pela Lei número 18.079/2024, está em fase inicial de implantação. Foi explicado ainda que “a empresa municipal tem conduzido os procedimentos necessários para instituir o Grupo de Gestão do plano urbanístico, que será responsável por definir as prioridades de investimentos na região e estruturar o leilão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPACs) para viabilizar as intervenções públicas previstas”. Mas, não foram dadas previsões de quando todos esses trâmites devem acontecer.

Metrô implanta a operação automatizada aos finais de semana

A Linha 15-Prata de monotrilho completou 10 anos de operação no dia 30 de agosto. O mês passado também marcou o início da transição para o sistema de operação totalmente automatizado – quando não terá mais controladores dentro dos trens. Apesar dos protestos de metroviários, a Companhia defende que a medida é segura e trará benefícios como o aumento da frota em circulação.

O Metrô afirma ainda que a Linha 15 foi projetada desde o início para operar no modo UTO – Unattended Train Operation, tecnologia que permite que os trens operem de forma remota, semelhante ao modelo utilizado na Linha 4-Amarela.

Desde 18 de agosto, o modelo vem sendo adotado aos domingos. Agora, a Companhia informou que a partir deste sábado, dia 7, a operação dos trens passará a ser 100% automatizada ao longo de todos os finais de semana.

Foi destacado ainda que nesta fase, mesmo aos sábados e domingos, os operadores ainda seguem embarcados dentro dos trens. Mais adiante, a automatização será implantada nos dias úteis fora do horário de pico, até a evolução para todos os períodos.

Dez anos

De acordo com o Metrô, ao longo dessa década foram transportados 160 milhões de passageiros. No último dia 20, a linha também registrou o seu recorde de demanda, transportando 140 mil passageiros em único dia.

Atualmente o ramal tem 14,6 km de extensão e 11 estações entre a Vila Prudente e o Jardim Colonial.

 

Rua Cananéia: moradores contestam recapeamento

Na noite do último domingo, dia 1º, muitos moradores da rua Cananéia afirmam que foram surpreendidos com equipes da Prefeitura removendo o asfalto da via. O serviço causou muitos questionamentos. Parte da rua, próximo à praça do Centenário, já passou por recapeamento recentemente e estava em bom estado de conservação. O outro trecho da rua fica entre duas obras do Metrô, as construções do poço Falchi Gianini e da estação Orfanato, recebendo grande fluxo de caminhões.

“Há pouco tempo atrás a rua Cananéia passou por recapeamento, inclusive com a instalação de uma lombada após o serviço. Durante a madrugada, a Prefeitura quebrou todo o asfalto para preparar um novo recapeamento. Além de ser moradora da via, trafego por ela diariamente de carro e afirmo que não havia buracos ou mesmo ondulação para justificar essa obra agora”, escreveu Simony de Carvalho à Folha na segunda-feira, dia 2.

Outro morador da Cananéia, que pediu para não ser identificado, afirma que não foi comunicado com antecedência. “Havia vários carros parados na rua. Além disso, moro entre a rua Falchi Gianini e a futura estação Orfanato, convivemos com vários caminhões dessas obras passando pelas nossas portas, será que é o melhor momento para um recapeamento?”, questiona. “Nos últimos dias notei que até o pessoal de inspeção do Metrô estava sofrendo para achar os pontos onde inserem os aparelhos para medição do subsolo. A impressão é que a Prefeitura não comunicou nem o Metrô sobre essa remoção do asfalto”, completa.

A Folha questionou a Secretaria Municipal das Subprefeituras que informou que os trabalhos devem se estender até final do mês. Em nota afirmou que “apesar da rua Cananéia ser pavimentada, a base dela é de paralelepípedo (pavimentação em paralelepípedo/paralelo). Foram realizados estudos técnicos para atestar que as obras do metrô não vão impactar na mobilidade da via”. Apesar de já ter sido removido asfalto após a rua Falchi Gianini, no sentido da futura estação Orfanato, a Secretaria insiste “que os serviços não serão realizados nos trechos onde estão ocorrendo as obras do metrô”.