Quem estava no Museu da Imigração, na Mooca, na tarde do último domingo, dia 18, viveu momentos de muita apreensão durante a forte chuva que atingiu a cidade. Além da enorme enchente na rua Visconde de Parnaíba, que inundou veículos parados nas vagas demarcadas pela Prefeitura em frente ao museu, os visitantes relatam problemas e cheias dentro do equipamento cultural do Governo do Estado.
Apesar de na rua Visconde de Parnaíba não constar placas de “área sujeita a alagamentos”, os visitantes afirmam que, durante a chuva, não houve alertas por parte do museu sobre os riscos, para que tentassem sair a tempo. Muitos veículos na rua precisaram ser guinchados e houve casos de perda total.
Outro problema foi que o jardim principal do museu e várias rotas de passagem ficaram alagados, deixando os visitantes ilhados. “Quando a enchente na rua baixou e as pessoas estavam ansiosas para ir embora ou pedir socorro para os veículos inundados, a saída do museu pela bilheteria estava fechada e a única opção era o portão principal – cujo acesso continuava cheio. Mesmo assim, os seguranças do local teimavam que as pessoas deveriam se dirigir ao portão alagado, inclusive idosos e crianças. Somente após protestos, reabriram a outra saída. Faltou muito bom senso e cuidado com quem visitava o museu”, comenta uma das visitantes. Por fim, as pessoas relatam que o espaço fechou as portas às 18h, com várias famílias na rua aguardando os guinchos para seus veículos. “Não houve sequer a preocupação da direção do equipamento de pedir apoio da PM ou GCM”.
A Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado lamentou o ocorrido e informou que o Museu da Imigração revisará e reforçará os protocolos das equipes nesses cenários e novos treinamentos serão realizados. Foi explicado ainda que os procedimentos de levantamento de comportas e controle da movimentação dos visitantes são acordados com o Corpo de Bombeiros para evitar que o público tenha exposição a situações de risco. Foi ressaltado ainda que a instituição está em constante contato com a gestão pública para tentar sanar ou amenizar os problemas das cheias.
A Prefeitura, através da Subprefeitura Mooca, respondeu que “não há problemas de drenagem na Rua Visconde de Parnaíba”. O acúmulo de água observado no domingo “ocorreu devido às fortes chuvas que alcançaram 36,9 mm em um curto período de tempo”. Ainda segundo a nota, “uma das razões para a água ter subido tão rapidamente, é devido a região do Museu ser baixa, pequena bacia, o que facilita o escoamento de águas de locais mais altos, após superar a capacidade de drenagem e chegarem até a rua Visconde de Parnaíba após as chuvas fortes terem passado, por exemplo. O escoamento superficial (enxurrada) dos locais mais altos levam mais tempo para chegar ao local mais baixo, justificando a continuidade da inundação mesmo após as chuvas perderem a intensidade”. Foi informado ainda que “a manutenção do sistema de drenagem está em dia e a subprefeitura da região afetada ressalta que, após a ocorrência, uma equipe foi até ao local para verificar as passagens de águas pluviais e todas estavam sem acúmulo de lixo ou resíduos. As duas últimas ações de limpeza, utilizando o sistema de hidrojato para drenagem das bocas de lobo, foram nos dias 9 e no dia 19 após as chuvas do dia anterior”.
A Prefeitura informou também que a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras executou a recuperação das galerias do córrego Maranhão, entre as ruas Icaraí e Urumajó, e a recuperação das galerias de águas pluviais nas ruas Canuto Saraiva e Visconde de Cairu. Já na rua Carneiro Leão, os serviços de recomposição das galerias estão em andamento, com previsão de conclusão no próximo mês.