Linha 15 também continua de “quarentena”

 

A Linha 15-Prata não atende passageiros desde 29 de fevereiro. Tudo começou dois dias antes, por causa do estouro do pneu de um trem e a queda de parte metálica na avenida Sapopemba. Após testes nas demais composições, o Metrô descobriu danos em outros pneus e a alternativa foi fechar o monotrilho até descobrir a causa e a solução do problema. A previsão era que a Linha 15 voltaria a funcionar gradualmente a partir de 23 de março e integralmente a partir de 14 de abril, mas o Governo do Estado resolveu adiar esse retorno. A justificativa foi a queda do número de passageiros em todo o transporte público da capital em razão da quarentena decretada por causa do novo coronavírus.

De acordo com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, o problema com os pneus já foi resolvido, mas não há data para a Linha 15 ser reaberta. O transporte no trecho entre as estações Vila Prudente e São Mateus continua através de ônibus gratuitos do sistema Paese.

Prejuízo milionário
Segundo estimativa do Governo do Estado, nos dias úteis em que ficou sem operar antes da quarentena, o monotrilho acumulou prejuízo diário de R$ 1 milhão. Informou que tomou providências para a penalização do Consórcio e vai entrar na justiça para cobrar o ressarcimento dos prejuízos da paralisação.  Também pediu junto os órgãos competentes para tornar inidôneos os responsáveis pelo problema, impedindo-os de celebrar contratos públicos. A Bombardier fabricou os trens e o Consórcio CEML, formado pela própria Bombardier, além da Queiroz Galvão e da OAS, é responsável pela construção da via de monotrilho.

Quarentena prorrogada até 10 de maio em São Paulo

O governador João Doria (PSDB) acaba de prorrogar a quarentena no estado de São Paulo até 10 de maio, domingo em que será celebrado o Dia das Mães. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, dia 17, durante coletiva para a imprensa no Palácio dos Bandeirantes. São Paulo é o epicentro das contaminações por coronavírus no Brasil.

A medida, válida para os 645 municípios paulistas, mantém o fechamento de comércios e serviços não essenciais para reforçar o isolamento social e reduzir a circulação de pessoas ante o crescimento de casos e de mortes pela COVID-19.

A restrição de acesso a estabelecimentos comerciais e o veto a eventos públicos ou privados com aglomerações está em vigor desde o dia 24 de março. Esta é a segunda vez que o Governo de São Paulo determina a prorrogação da quarentena.

O coordenador do Centro de Contingência do coronavírus, David Uip, destacou que em uma reunião na manhã de hoje, baseada em dados técnicos e científicos, todos os médicos especialistas que compõem o grupo foram unânimes em recomendar a manutenção das medidas de isolamento adotadas em São Paulo.

“Esta manutenção é absolutamente fundamental tanto do ponto de vista da área metropolitana da capital como da Baixada Santista e do interior. Há a falsa impressão que a doença se limita à Grande São Paulo”, disse Uip. “As medidas atuais são efetivas e estão adequadas para este momento”, acrescentou.

Além do aumento de casos de Covid-19, um alerta para a extensão da quarentena foi a queda do índice de isolamento social tanto na média estadual como na medição específica da capital. Ontem, dia 16, o Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP), operado em parceria entre operadoras de telefonia móvel e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) da USP, apontou que os índices atingiram apenas 49% – a taxa considerada ideal é de 70%.

Até o último balanço da Secretaria Estadual de Saúde, o estado tem 11.568 casos confirmados de Covid-19 e 853 óbitos, a maioria registrados na capital paulista. São 603 mortes na cidade de São Paulo, segundo o Estado. Dados da Secretaria Municipal de Saúde divulgados nesta semana indicam que esse número de óbitos pode ser praticamente o dobro, considerando os casos suspeitos.

Números de mortes confirmadas ou suspeitas na região


O número de óbitos confirmados por coronavírus no estado de São Paulo subiu para 853 até a última atualização da Secretaria Estadual de Saúde, às 13h de ontem. No mesmo balanço foram apontados 11.568 casos de Covid-19. A capital paulista continua com a maior quantidade de mortes, chegando a 603 confirmadas, segundo os mais recentes dados estaduais.

A Prefeitura não divulga boletins epidemiológicos diários, porém sinalizou que esse número pode ser praticamente o dobro considerado as mortes ainda suspeitas por coronavírus – que aguardam confirmação via exame. Na noite da última quarta-feira, dia 15, o governo municipal divulgou os dados de óbitos por cada uma das 32 subprefeituras da cidade, até o último dia 13 – portanto já houve variação dos números, mas a Secretaria Municipal de Saúde não informou quando haverá nova atualização.

A Subprefeitura Penha é a primeira da lista com 79 casos de mortes confirmadas ou suspeitas por Covid-19. A Subprefeitura Mooca (SUB-MO) aparece na segunda posição com 67 óbitos. No distrito da Mooca são 13 mortes confirmadas ou suspeitas. Na Água Rasa são 21 óbitos, no Tatuapé são 12 e no Belém, 10. A SUB-MO concentra ainda o Brás com quatro mortes e o Pari com sete.

A região da Subprefeitura de Vila Prudente somava 42 mortes até o dia 13, sendo 18 no distrito de Vila Prudente e 24 no São Lucas.