Moradores do entorno das áreas que pertencem à Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, entre as ruas Tomaz Izzo, Barão de Aníbal Pepe, Amparo e Ibitirama, na Quinta das Paineiras, afirmam que os espaços estão vazios há cerca de um ano. Os imóveis que existiam no local foram desapropriados anos atrás para construção da Linha 2 – Verde porque o metrô passa enterrado no trecho e, posteriormente, os terrenos serviram como depósito de materiais e suporte para as obras da estação Chácara Klabin da Linha 5 – Lilás. Mas, a vizinhança conta que remoção das estruturas dos galpões e dos materiais começou em abril do ano passado e, pouco depois, as áreas foram fechadas. A comunidade está cobrando qual será a destinação.
“Há cerca de nove anos, quando a construção da estação Vila Prudente foi finalizada, a nossa esperança é que estes espaços se tornassem um parque para a comunidade, um local de convivência, mas nada disso aconteceu”, contou a moradora vizinha Janete Sampaoli. “Há quase um ano essa área está sem uso. É um espaço desperdiçado que poderia ser muito útil às pessoas”, completou.
Assim que a estação Vila Prudente do Metrô foi concluída e inaugurada, em 2010, estes espaços passaram a ser utilizados pela Companhia como depósito de materiais da construção da Linha 5 – Lilás, na Zona Sul. A iniciativa causou revolta na vizinhança que realizou alguns protestos. Na época, vários moradores do entorno fixaram em suas residências placas com os dizeres: “Um absurdo da engenharia do Metrô – Vila Prudente vira canteiro de obras da Vila Mariana”. Mais de 20 casas aderiram ao protesto. “Foi uma maneira que encontramos para manifestar nossa revolta. Esses canteiros deveriam ser utilizados de outra forma, voltados à comunidade, como uma praça com pista de caminhada, aparelhos de ginástica, entre outras coisas. Agora teremos que conviver com restos de materiais, caminhões entrando e saindo, sem falar na insegurança. Fica escuro por aqui”, relatou à Folha a dona de casa Maria Ivone no final de 2010.
Todas as vezes que foi questionado na época, o Metrô afirmava que, após a conclusão da Linha 5 – Lilás, a melhor destinação do espaço seria estudada com a comunidade, o que não ocorreu até o momento.
Nesta semana a Companhia informou que a área citada foi devolvida ao Metrô pelo consórcio construtor da Linha 5 em novembro do ano passado. Foi ressaltado que a Companhia faz a manutenção e segurança dos espaços enquanto aguarda o desfecho de processos de desapropriação ainda pendentes para dar destinação adequada ao local em função das características do terreno e suas possibilidades. (Gerson Rodrigues)