Metrô ainda não concluiu terminais de ônibus da Anhaia Mello

 

Os usuários dos pontos de ônibus improvisados na avenida Anhaia Mello, próximos às estações Vila Prudente do metrô e do monotrilho, precisam ter mais paciência. Não foi cumprida a previsão da Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, responsável pelas obras dos terminais Central e Sul, de entregar os espaços no final do ano passado. Questionada novamente pela Folha nesta semana, a Companhia informou que a conclusão da construção ficou para o final deste mês.

O Metrô esclareceu que o cronograma de implantação dos terminais foi alterado em função de atraso na obtenção das autorizações necessárias para a readequação e melhorias do viário no entorno do local, finalização de iluminação pública e instalação do elevador da passarela que vai atender os usuários com necessidades especiais.

Embora o andamento das obras esteja atrasado, a reportagem da Folha constatou nesta semana que o ritmo dos trabalhos no local é lento. Tanto na quarta-feira, dia 14 e na quinta-feira, dia 15, poucos operários foram encontrados em atividade nos canteiros de obras. A reportagem questionou dois funcionários sobre o motivo, os quais informaram que o serviço está na reta final, na fase de finalização de detalhes e, por isso, não é necessário grande volume de homens trabalhando.

A reportagem também indagou o Metrô sobre quando os terminais serão entregues à São Paulo Transportes (SPTrans) para o início da operacionalização dos equipamentos. A Companhia informou que já está em fase de negociação com o órgão municipal para alinhar os termos da ocupação dos terminais, prevista para o período entre o final de fevereiro e início de março.

A Folha entrou em contato com a SPTrans para levantar detalhes de como será a operação dos terminais e quantas e quais linhas atenderão os equipamentos. A reportagem aguarda um posicionamento do órgão. (Gerson Rodrigues)

Comunidade lituana da Vila Zelina celebra data histórica

Neste domingo, dia 18, acontece na Vila Zelina – bairro que concentra vários imigrantes da Lituânia e seus descendentes – a celebração pelo Centenário da Restauração do Estado Lituano. A cônsul-geral da Lituânia em São Paulo, Laura Tupe, é uma das autoridades confirmadas.

Às 8h acontece o hasteamento das bandeiras do Brasil, da Lituânia e do Estado de São Paulo na Praça República Lituana. Às 15h será celebrada missa de Ação de Graças na Paróquia São José (foto) com a participação do Coral Lituano de São Paulo. Na sequência, às 16h15, haverá a tradicional deposição de flores junto ao monumento à Liberdade na praça em frente à igreja.

A partir das 16h30 ocorre a sessão solene e a festa de aniversário no Colégio Franciscano São Miguel Arcanjo, na rua Campos Novos, 153. O evento gratuito começa com a execução dos hinos nacionais lituano e brasileiro e as saudações da presidente da Comunidade Lituana-Brasileira, Rosana Tumas, e da cônsul Laura Tupe.

A programação prossegue com a palestra “Mas o que são estes 100 anos?”, ministrada pelo historiador Marcos Lipas; e as apresentações do Coral Lituano de São Paulo e dos grupos de danças folclóricas “Nemunas” e “Rambynas”. Destaque também para a apresentação interativa com a artista Jurgis Didzlius, convidada especial da Lituânia, que busca uma identidade lituana globalizada.

O evento, que se estende até às 20h, terá ainda a abertura da exposição fotográfica “Como se fosse um domingo”, de Boris Taskov; e feira de artesanato típico, além do tradicional bolo de aniversário.

Diretoria executiva do Juventus afirma que foi vítima de armação

Na manhã de ontem, dia 15, o presidente e o vice do Clube Atlético Juventus, Domingos Sanches e Saulo Moisés Franciscon, respectivamente, se reuniram com o presidente da Folha, Newton Zadra, para esclarecer sobre a matéria veiculada na edição da semana passada, 9 de fevereiro, acerca de áudios vazados para conselheiros, associados e a imprensa de uma suposta conversa entre os dois e o ex-diretor de marketing do clube, Adriano Daré.

De acordo com vasto documento de defesa entregue à Folha, a intervenção se faz necessária porque os áudios vazados “foram editados e divulgados com o intuito de denegrir a honra e a imagem do presidente Sanches e do vice Franciscon por motivos de vingança e financeiros”. No documento consta que o autor dos áudios editados é o ex-diretor Adriano Daré, que foi exonerado do cargo pelo presidente da diretoria executiva.

Ainda segundo a defesa, “Daré gravou e editou os áudios para vingar-se do presidente Sanches porque este não admitiu que o Juventus assumisse os prejuízos apresentados em planilha citada nas conversas” referentes aos eventos  ‘Bacon Day’ e ‘Uma Noite Perfeita’, realizados em setembro do ano passado. O documento, assinado por Sanches e Franciscon, ressalta que os “prejuízos são de responsabilidade do produtor dos eventos e não do Juventus como pretendeu demonstrar Daré”.

Sanches e Franciscon afirmam que “os dois eventos foram contratados pelo então diretor de marketing” e que este induziu o vice a acreditar que seriam lucrativos para o Juventus, “tanto que o vice acabou emprestando particularmente o valor R$ 100 mil para o marqueteiro contratar os artistas”. No documento entregue à Folha, consta também que “Daré admitiu a culpa pelos prejuízos dos eventos e comprometeu-se a pagar, inclusive o empréstimo contraído com o vice, depois mudou de ideia e começou a produzir os áudios com o intuito de vingar-se e fugir das dívidas”.

Sanches e Franciscon reafirmam ainda “que a bem da verdade, o presidente ao tomar conhecimento dos prejuízos dos eventos e a tentativa do ex-diretor de marketing de transferir para o clube a responsabilidade pelos pagamentos, se posicionou totalmente contra e não aceitou a planilha apresentada”. O documento narra ainda outros problemas entre a diretoria executiva e o ex-diretor que teriam motivado a gravação dos áudios.

O documento segue ressaltando que “o marqueteiro Daré frequentava constantemente a sala do Conselho Deliberativo e que o presidente Itamar Colombini Capano e outros conselheiros do grupo de oposição tinham conhecimento dos fatos e sobretudo dos prejuízos dos eventos”.

O presidente e o vice ainda fazem argumentações sobre a provável autoria do vazamento dos áudios, que acreditam ter partido do Conselho Deliberativo, e por fim citam as medidas adotadas desde então: “já protocolizaram na delegacia de polícia uma representação criminal requerendo a instauração de inquérito e a perícia dos áudios editados”. Conta ainda que “posteriormente serão movidas as ações pertinentes para requerer indenizações por danos materiais e morais cometidos contra o C.A. Juventus e contra a pessoa física do presidente e do vice-presidente da diretoria executiva”. Sanches e Franciscon também afirmam que vão processar criminalmente quem tiver vazado dos áudios.

 

Nota da redação: na matéria veiculada na edição de 9 de novembro, a Folha publicou na íntegra a nota de esclarecimento que recebeu do Clube Atlético Juventus, via assessoria de imprensa, no dia 7 de fevereiro às 19h57. A nota é endereçada ao repórter Gerson Rodrigues que, no mesmo dia às 13h32, havia enviado e-mail à assessoria solicitando tal posicionamento da diretoria sobre os fatos denunciados, como determina o bom jornalismo. No e-mail da Folha constava que a reportagem estava à disposição até o meio-dia do dia 8 para que, justamente, a diretoria pudesse expor todas as justificativas necessárias antes do fechamento da matéria.  A Folha também está à disposição dos demais envolvidos e citados para os esclarecimentos necessários.

Escolas da região são campeãs do carnaval paulistano

Pelo Grupo Especial, após acirrada disputa, a Acadêmicos do Tatuapé conquistou o bicampeonato ao homenagear o estado do Maranhão. Quem também fez bonito foi a Mocidade Unidade da Mooca, que venceu o Grupo de Acesso II e conquistou vaga para o Acesso em 2019. As duas agremiações da região estarão na sexta-feira, dia 16, no desfile das campeãs do Carnaval de São Paulo. Quem abre o Sambódromo é a Mocidade Unida da Mooca, às 21h e a Acadêmicos do Tatuapé será a última a desfilar, às 4h da madrugada.

A Acadêmicos do Tatuapé, na classificação final, ficou com os mesmos 270 pontos de Mocidade Alegre, Mancha Verde e Tom Maior, mas teve melhor pontuação nos quesitos de desempate: mestre-sala e porta-bandeira e harmonia. A agremiação do Tatuapé, que no ano passado também foi campeã, levou para o Sambódromo 2.761 componentes, divididos em 26 alas e cinco carros alegóricos. Um fator de destaque foi a economia de R$ 600 mil no desfile deste ano por causa da reciclagem de fantasias do carnaval passado.

A escola mostrou belezas do estado do Maranhão, como as festas populares e as diversas formas de manifestação artística. O que chamou a atenção e surpreendeu os jurados e o público foi a bateria, que inovou e entoou batidas de reggae no Sambódromo.

Mooca faz bonito

Também em uma apuração bastante disputada, a Mocidade Unida da Mooca venceu o grupo de Acesso II, antigo Grupo I. Durante toda a apuração, esteve empatada com a Terceiro Milênio e no último quesito (Comissão de Frente), foi melhor e garantiu o título com 270 pontos. A agremiação da Mooca, que enfrentou muita chuva em seu desfile, levou para a avenida o enredo “A Santíssima Trindade de Oyó”, que propagou a mensagem de tolerância entre os povos. A escola desfilou com 1.200 componentes, divididos em 14 alas e três carros alegóricos.

“Estamos muito felizes e orgulhosos. É o melhor resultado alcançado em 30 anos de história da escola. Essa conquista é fruto da força da nossa comunidade que, cada vez mais, se envolve e participa. Na próxima semana já iniciaremos os trabalhos para o carnaval do ano que vem, o qual será uma oportunidade de ouro para a Mooca mostrar ainda mais a sua cara”, declarou Rafael Falanga, que é presidente da agremiação desde 2014.

Mocidade Unidade da Mooca é a campeão do Acesso II

Outros resultados

A Uirapuru da Mooca e a Combinados do Sapopemba, que também desfilaram no Grupo de Acesso II, ficaram na sexta e na oitava posição, respectivamente.  A Unidos de São Lucas ficou na quarta colocação do Grupo II, com 267,80 pontos. Já a Dragões de Vila Alpina terminou na oitava posição do Grupo III, com 177,70 pontos.

Estado segue empurrando melhoria em calçada de hospital

 

A problemática calçada do hospital estadual de Vila Alpina segue sem previsão para receber melhorias. O passeio na rua José Jeraissati, além de ser estreito, acumula árvores, telefone público e postes de energia elétrica, que atrapalham o caminho de pedestres e impedem a passagem de cadeirantes e mães com carrinhos de bebê. Outro problema é a impossibilidade do ponto de ônibus existente no trecho receber abrigo para proteger os usuários do transporte coletivo do sol e da chuva. Essa situação perdura há quase 16 anos, desde a inauguração do hospital, sem que Estado e Prefeitura tomem uma providência.

Depois de vários questionamentos do jornal, a Secretaria Estadual de Saúde informou em junho do ano passado que a direção do hospital se reuniria com representantes do grupo técnico de edificações da Secretaria e da Prefeitura Regional para estudarem possíveis melhorias. No entanto, conforme a Folha levantou, a reunião não aconteceu. Não foi a primeira vez que o tema caiu no esquecimento.

Em agosto de 2014, após a Folha realizar sucessivas reportagens cobrando providências e mostrando várias queixas de pedestres e pacientes, aconteceu uma reunião entre representantes da então Subprefeitura de Vila Prudente e do hospital com o objetivo de tentar um acordo que viabilizasse melhorias na calçada. Logo após o encontro, a assessoria de imprensa da Subprefeitura informou que a gerência do hospital tinha se proposto a recuar o muro da unidade em cerca de três metros, no trecho entre a entrada do pronto-socorro e o ponto de ônibus, permitindo assim que a São Paulo Transportes (SPTrans) colocasse um abrigo no local. Entretanto, passado mais de três anos, a situação permanece inalterada.

Ao ser questionada novamente pelo jornal nesta semana, a Prefeitura Regional Vila Prudente informou que, em reunião com a direção do hospital ocorrida em novembro do ano passado, ficou decidido que a organização social responsável pela unidade de saúde colocaria no orçamento deste ano os recursos necessários para a adequação da calçada.

Indagada mais uma vez pela Folha, a Secretaria de Estado da Saúde informou que a elaboração do projeto para viabilizar a obra que pretende trazer melhorias na passagem da calçada da rua José Jeraissati “está em andamento”. Foi ressaltado que, assim que o projeto for concluído, as obras terão início. Não foi passado prazo. O órgão reiterou que a estrutura física do hospital foi feita com base na legislação municipal e eventuais necessidades relacionadas ao mobiliário urbano, como ponto de ônibus, postes e até mesmo árvores situadas no passeio público são de competência municipal. (Gerson Rodrigues)

Vereador apresenta projeto para criar parque na Mooca

Na última quarta-feira, dia 7, o vereador Gilberto Natalini (PV), ex-secretário do Verde e Meio Ambiente, protocolou na Câmara Municipal o Projeto de Lei 32/2018 que cria o Parque Municipal da Mooca no terreno de quase 100 mil m² entre as ruas Barão de Monte Santo e Dianópolis. A área abrigou por mais de 50 anos uma distribuidora de combustíveis da Esso, subsidiária da multinacional Exxon Móbil, e estava em processo de remediação do solo e das águas subterrâneas que foram contaminados pelas borras enterradas com resíduos químicos. Atendendo pedido de moradores da Mooca e desta Folha, que há mais de uma década está na luta pela implantação de um parque no trecho como forma de compensação pelos danos ao meio ambiente, Natalini decidiu apresentar o Projeto de Lei após sua equipe técnica confirmar junto a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) que a área está livre dos poluentes.

A notícia da descontaminação do terreno foi dada pelo vereador e a sua equipe durante reunião no seu gabinete na manhã da última terça-feira, dia 6, com a presença da reportagem da Folha, de integrantes do Movimento M-10 e da historiadora e jornalista da Mooca, Elizabeth Florido. Todos defendem a preservação total do terreno. Diante da boa notícia da remediação da área que garante base técnica para o pedido de um parque, Natalini voltou a prometer engajamento na batalha pelo terreno na Mooca e citou que atualmente está envolvido em mais de 30 frentes de luta pela preservação de áreas verdes na cidade. “Se não ficarmos atentos, a construção vai tomar tudo. Hoje só temos áreas privadas na cidade”, destacou.

Natalini frisou que, apesar de ser um importante passo, o Projeto de Lei não é garantia de sucesso. “Pode passar pela Câmara, chegar até o prefeito e ele vetar”, explicou. “Por isso, em toda causa, o mais importante é a mobilização popular. Isso sim tem o poder de pressionar. Lutar pelos parques é lutar pela vida, não é uma frescura, é uma necessidade”, alertou.

Durante a reunião, a equipe de Natalini explicou também que a construtora São José, proprietária do terreno desde o final de 2012, retirou o projeto de construção de condomínio residencial que havia apresentado à Prefeitura, mas vai elaborar uma nova proposta para a área. A anterior previa quatro andares subterrâneos, com mais de 14 metros de profundidade. De acordo com a assessoria do vereador, como o novo projeto, quando protocolado, terá que passar pela análise em diversos setores do poder municipal, a comunidade terá tempo de se articular em prol da área verde.

O amplo espaço também está incluído na Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí, Projeto de lei 723/2015, desenvolvido pela São Paulo Urbanismo, da Prefeitura. No entanto, a proposta contempla apenas 40% de área verde linear, que o governo municipal define como “parque alagável”. O restante abrigaria condomínios residenciais. O projeto da Operação Urbana atualmente está em análise na Câmara Municipal.

Na defesa do seu Projeto de Lei, Natalini lembra que a Mooca é a região da cidade que possui o menor índice de cobertura vegetal, o que justifica a premente necessidade de ampliação de áreas verdes para a população local. Lembra ainda que o meio ambiente exerce influência direta na saúde e na qualidade de vida das pessoas e que na Mooca os moradores podem sofrer com mais patologias respiratórias justamente pela carência de áreas verdes. Por fim, argumenta que a baixa existência de vegetação favorece a criação do chamado microclima urbano, onde as construções e emissões de poluentes atmosféricos provocam o aumento da temperatura em relação a outras área de São Paulo.

Reunião no gabinete do vereador Gilberto Natalini com integrantes do movimento M-10
Vazamento de áudios revela situação crítica no Juventus

Além do mau momento no gramado – em cinco jogos na Série A2 do Paulista o Moleque Travesso ainda não venceu, o Clube Atlético Juventus agora é alvo de um escândalo envolvendo a diretoria executiva. Áudios divulgados na última quarta-feira, dia 7, em reportagem do site da Gazeta Esportiva, revelam a suposta tentativa do presidente Domingos Sanches e do vice Saulo Moisés Franciscon de burlar acordos contratuais com o objetivo de esconder do Conselho Deliberativo grandes prejuízos em eventos realizados pelo clube no ano passado. O caso pode levar ao primeiro impeachment da história do clube e já existe um grupo se articulando para fazer o pedido.

Os eventos citados nas conversas gravadas pelo ex-diretor de marketing do clube, Adriano Daré, são o Bacon Day, realizado na sede social nos dias 2 e 3 de setembro, e o Uma Noite Perfeita, que aconteceu no dia 22 do mesmo mês. Os áudios referem-se às articulações do presidente e do vice para supostamente elaborar uma falsa planilha para ser entregue à Comissão Fiscal do clube, além de tratativas de pagamentos que poderiam ser realizados sem nota do clube e a elaboração de contrato retroativo com a empresa do então diretor de marketing que serviria para maquiar prejuízo de cerca R$ 200 mil. O objetivo desse falso contrato era encobrir o pagamento da dupla sertaneja Henrique e Diego que se apresentou no segundo evento. O ex-diretor de marketing justificou as gravações das conversas como forma de se proteger, já que estavam querendo envolver a empresa dele.

Nas gravações, que antes de vazar à imprensa foram espalhadas via celular para diversos conselheiros e associados do clube, é evidenciada ainda a preocupação dos dois dirigentes que comandam o Juventus desde 31 de maio de 2016 com o que poderia ocorrer caso os prejuízos reais chegassem ao conhecimento do órgão de fiscalização do Conselho Deliberativo. Num dos trechos do áudio, os dirigentes dizem claramente que vão tentar demonstrar prejuízo de apenas R$ 30 mil ao invés de R$ 190. “É diferente você apresentar um prejuízo de 200 mil reais, 190 mil reais, e um prejuízo de 30 mil, 35 mil” disse o presidente em um dos áudios. A reportagem da Folha também recebeu os áudios, um deles com mais de 30 minutos de conversa.

A rápida propagação da gravação via celulares obrigou o presidente Domingos Sanches e o vice Saulo Franciscon a emitiram uma carta aos associados do clube, onde usam o ataque para se defendem. “Pelo que consta, tudo leva a crer que trata-se de mais uma armação política do Conselho Deliberativo desta vez organizada pela Comissão Fiscal (ilegítima). Certamente o objetivo é levar a trama para a Comissão de Sindicância e esta tentar acusar a diretoria executiva por transgressão estatutária”, diz trecho do documento.

Na tarde da última quarta-feira, dia 7, o presidente do Conselho Deliberativo, Itamar Colombini Capano, conversou rapidamente com a Folha. Segundo ele, o Conselho tem conhecimento do ocorrido desde o ano passado e já estava apurando, mas nesta semana os áudios foram vazados à imprensa. “Desde que ficamos sabendo estamos analisando o ocorrido para buscar a melhor solução para o clube. Teremos algumas reuniões nesta semana para definirmos o que fazer. Ainda é prematuro falar em afastamento do presidente. Há vários trâmites a seguir”, afirmou Capano, que confirmou ainda que solicitou ao presidente, mas aguarda há quase quatro meses as polêmicas planilhas relacionadas aos eventos citados.

A reportagem da Folha também tentou ouvir o presidente Domingos Sanches diversas vezes pelo celular, mas não obteve sucesso até o fechamento desta matéria. A assessoria de imprensa do Juventus enviou nota na noite da última quarta-feira afirmando que o clube “tomou conhecimento das gravações divulgadas pela imprensa e, de imediato, refuta o uso das mesmas, pois, não foram autorizadas por seus interlocutores”. O texto cita ainda que “as gravações não relatam qualquer irregularidades, sua divulgação é torpe, o que a torna clandestina e ilegítima e serão questionadas no âmbito do Poder Judiciário para responsabilizar os responsáveis criminalmente e civilmente”. Por fim destaca que “refutamos toda e qualquer iniciativa política objetivando criar um embate com a atual gestão”.

 

Finalmente, começa o recape em vias da região

Em outubro passado, o prefeito João Doria (PSDB) anunciou a segunda etapa do programa Asfalto Novo, cujos trabalhos devem se estender até o final de março. Embora a Prefeitura tenha divulgado que a única via da região que receberia novo recape nesta fase seria a avenida Doutor Francisco Mesquita, em Vila Prudente, o que foi confirmado na época pelas assessorias das Prefeituras Regionais Vila Prudente e Mooca; há cerca de 15 dias começaram os trabalhos de recapeamento em outros logradouros da região.

Antes mesmo dos serviços acontecerem na avenida Doutor Francisco Mesquita, a troca de asfalto foi iniciada em outras duas vias da Vila Prudente: as ruas Ibitirama (foto) e das Heras. O recapeamento da rua Ibitirama começou no trecho próximo ao cruzamento com a avenida do Estado e, segundo funcionários da Prefeitura que trabalham no local, o novo asfalto será implantado em toda extensão da via, até o Largo de Vila Prudente. Por enquanto, apenas as guias e sarjetas estão sendo trocadas e em breve o recape deve ser aplicado. A mesma situação acontece na rua das Heras, na esquina com a rua Ibitirama.

Para o comerciante que possui um bar na rua Ibitirama, esquina com a rua das Heras, que se identificou como Luiz, foi uma grande surpresa quando as equipes da Prefeitura começaram a trabalhar no trecho. “O pessoal e os caminhões chegaram há cerca de 15 dias e quando me mostraram a planta da obra fiquei muito surpreso. Será um grande investimento e deve melhorar muito a atual situação do asfalto por aqui, sempre repleto de buracos. Espero que façam um serviço bem feito”, comentou Luiz. “Conforme a planta da obra, a rua das Heras também será totalmente recapeada”, completou.

Na avenida Doutor Francisco Mesquita os trabalhos ainda não começaram e segundo a Prefeitura Regional Vila Prudente, os serviços ocorrerão neste mês e irão acontecer em toda a extensão da via nos dois sentidos.

Apesar de questionada pela reportagem, a administração local se limitou a informar que as ruas que receberão novo asfalto nesta etapa serão: Baltar, Herwis (da avenida Vila Ema até avenida Sapopemba), das Heras, além da Ibitirama e a Doutor Francisco Mesquita. Apesar de ser uma notícia positiva para a Prefeitura, não foram esclarecidos prazos para início e conclusão dos trabalhos em cada via, nem quantos quilômetros de vias serão contemplados.

Na área da Prefeitura Regional Mooca a via que está recebendo novo recape é a rua da Mooca. Por enquanto os serviços acontecem na altura do número 4.400 e se concentram na troca de guias e sarjetas. Segundo funcionários da Prefeitura que trabalhavam no local na manhã de ontem, toda extensão da via receberá novo pavimento.

A Prefeitura Regional Mooca informou que a única via da região contemplada nesta etapa do programa Asfalto Novo é a rua da Mooca, que será recapeada em toda extensão, da rua Pirassununga até a avenida do Estado. No total serão 4,4 quilômetros de novo pavimento.

Segundo anúncio da Prefeitura em outubro, o investimento total nesta segunda etapa do programa será de R$ 350 milhões e desse total, R$ 210 milhões são provenientes do Fundo de Multas, R$ 100 milhões do Tesouro Municipal e os outros R$ 40 milhões serão investidos pela São Paulo Transportes (SPTrans) no recape de corredores de ônibus.

Esta é a primeira vez que recursos do Fundo de Multas são usados para esta finalidade no município. Em novembro de 2016, uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) passou a prever a possibilidade de destinação das quantias arrecadadas com as atuações de trânsito para “pavimentação, recapeamento, tapa-buracos e recomposição de pista e acostamentos”. (Gerson Rodrigues)

 

Cruzamento perigoso preocupa motoristas e pedestres

Condutores e transeuntes que utilizam o cruzamento entre as ruas Costa Barros e José Macedo, na Vila Alpina, relatam que está perigoso passar pelo trecho. Segundo eles, muitos motoristas não obedecem a sinalização e avançam o sinal vermelho. A solicitação é para que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) intensifique a fiscalização no local.

“Passo diariamente pelo cruzamento e fico indignado com a irresponsabilidade de alguns motoristas que não respeitam o semáforo. Vindo da rua José Macedo há dois faróis: um para descer para a rua Costa Barros e o outro para seguir à direita, sentido Largo da Vila Alpina. Quando o que serve para virar à direita está vermelho, muitos motoristas não se preocupam com quem está subindo a ladeira da Costa Barros e avançam com os veículos. A qualquer momento pode acontecer um grave acidente”, comentou a moradora da região Tatiane Marques.

Outro problema relatado se refere à faixa de pedestre do trecho. Além de estar com a pintura desgastada, condutores também não a respeitam. “Motoristas avançam o sinal vermelho e muitos carros são parados sobre as faixas, o que dificulta a travessia”, contou o comerciante José Nunes, que possui loja em frente ao cruzamento.

A CET informou que fará análise técnica no trecho para verificar o fluxo de veículos que trafegam pelo local e, se necessário, serão elaborados projetos de readequação na sinalização a fim de garantir a segurança de motoristas e pedestres, assim como a fluidez do trânsito.

Vizinhança e atendidos reclamam de Centro de Acolhimento

No dia 7 de dezembro do ano passado, o prefeito João Doria, acompanhado de secretários e muitos servidores municipais, inaugurou o 11º Centro Temporário de Acolhimento (CTA) de sua gestão. A unidade, instalada em um amplo prédio na rua João Soares, 81, Água Rasa, foi considerado o maior da cidade até então devido ao número de vagas oferecidas  –  440 para pernoite e 50 para dia e noite. Segundo declarações do prefeito na cerimônia de inauguração, o equipamento ofereceria alimentação, espaço para dormir e, principalmente, formação profissional, capacitação e encaminhamento para o mercado de trabalho. No entanto, o cenário propagado ainda não condiz com a realidade, segundo pessoas atendidas. Além disso, problemas externos têm incomodado a vizinhança, que reclama do grande número de concentração de moradores em situação de rua nas redondezas, alvoroços, insegurança, entre outras situações.  

“Os morados vizinhos deste CTA estão amedrontados. Um bairro que sempre foi tranquilo agora é obrigado a ficar sempre em alerta. Não é questão de preconceito, mas sim de respeito. Muitos destes atendidos não podem permanecer na unidade durante o dia e, como não possuem uma ocupação, ficam pela redondeza e importunam a vizinhança. Todos os dias abordam os moradores do entorno e comerciantes como se fossem os donos do pedaço. Alguns são abusados e intimidam”, contou um antigo morador da rua João Soares que não quis divulgar seu nome como receio de represálias.

“Na teoria existem regras para entrada e saída das pessoas no CTA, mas, frequentemente, a movimentação é grande na madrugada. Há alguns dias aconteceu uma confusão e muitos atendidos começaram a gritar na porta da unidade quase 2h da manhã e foi uma grande correria na rua. Parecia um arrastão”, contou o aposentado Alberto Cunha, que reside em uma rua próxima e conseguiu acompanhar toda movimentação da janela de seu apartamento.

Quem também reclama é uma idosa que mora quase em frente ao CTA. “É intimidador sair e entrar em casa. A porta do abrigo e as calçadas vizinhas estão sempre ocupadas por homens. Ficam observando a minha movimentação e fico muito preocupada. Muitas vezes, tarde da noite, tocam a campainha de casa para pedir alguma coisa. Fico apavorada”, relatou.

Os atendidos

A reportagem da Folha conversou com alguns homens atendidos pelo Centro de Acolhimento, os quais apontaram algumas promessas da Prefeitura que ainda não foram cumpridas. De acordo com eles, por enquanto, a unidade funciona com apenas metade da capacidade. “Não sei ao certo o motivo, mas todas as noites há muitas camas vazias”, relatou um dos abrigados que pediu para não ter o nome identificado.

Outra questão apontada é em relação aos cursos profissionalizantes e capacitação anunciada. “Por enquanto as aulas ainda não começaram. Os funcionários disseram que em poucos dias os cursos iniciam. Os 50 homens que podem participar das atividades de convivência por enquanto estão sem ocupação. Eu posso entrar apenas a partir das 16h, mas como ainda não tenho o que fazer durante o dia, permaneço aqui do lado de fora até chegar o meu horário de entrada”, contou outro abrigado. “Até semana passada o CTA estava bem desorganizado. Não havia comida para todos e para dormir estava confuso, mas agora parece que está melhorando”, completou.

A Folha entrou em contato com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e aguarda um posicionamento.

O 21º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo na região citada, informou que está atento aos acontecimentos nas imediações do CTA e o policiamento foi intensificado nas ruas João Soares, Serra de Jairé e Álvaro Ramos. Foi ressaltado que, através de levantamento, constatou-se diminuição do número de furtos e roubos na região em relação ao mesmo período do mês passado.