Há cerca de cinco meses a aluna do 6º ano do Ensino Fundamental da escola estadual Professora Julia Macedo Pantoja, em Vila Prudente, não sabe o que é estudar em paz. De acordo com a mãe da garota, Joice Prate, a filha de 12 anos foi alvo de agressões psicológicas cometidas por outras estudantes. Mensagens agressivas em redes sociais, divulgação de fotos íntimas e celular quebrado são alguns dos abusos sofridos pela menina. O que causou ainda mais indignação à mãe foi a postura adotada pela escola.
Segundo Joice, a primeira orientação da direção da unidade diante do problema foi a de manter a aluna em casa e ela seria aprovada automaticamente. “Achei um absurdo, mas acatei pela segurança de minha filha”, relatou a mãe. “No entanto, após uma matéria da TV Record sobre o assunto, a Secretaria de Educação do Estado alegou que a orientação de deixar minha filha em casa não procedia. Por conta disso voltei à escola e disseram que, por não terem condições de garantir a integridade de minha filha, eu teria que assistir às aulas com ela!”, completou indignada. “Essa medida aumentaria ainda mais o bullyng com a minha filha. Além disso, tenho outro filho menor, não posso ficar cinco horas na escola”, completou.
De acordo com Joice, o problema começou porque sua filha não aceitou consumir bebida alcoólica dentro da sala de aula. “Ela me comunicou e fui reclamar na diretoria. Outras alunas não gostaram que ela e eu denunciamos o fato e então começaram as agressões”, contou a mãe.
Além da questão do bullying, o que tem causado revolta na mãe da aluna é a negligência na resolução da questão. “Questionei a diretoria se nada seria feito com as autoras do bullying. Pedi para que fizessem uma reunião com as envolvidas e os pais, mas alegaram que não poderiam fazer isso em razão do ano letivo já estar quase acabando. Como nada foi feito a solução que encontrei foi a de deixar minha filha em casa até o final ano”, comentou Joice.
Questionada pela Folha, a Secretaria de Educação do Estado informou que não houve mudança de orientação e não procede a afirmação de deixar a aluna em casa, já que o atendimento aos estudantes é um direito de todos da rede estadual. Foi ressaltado que um processo de apuração sobre o caso foi instaurado e a mãe da aluna envolvida será ouvida pela comissão.
Embora a mãe relate que o caso ocorre há cinco meses, somente agora, restando menos de um mês para o final do ano letivo, foi esclarecido pela Secretaria que, após conversa com a mãe da estudante, ficou definido que a aluna será acolhida em uma ação por parte de alunos, equipe gestora e professores; a qual visa resolver conflitos através do diálogo.