No último 18 de agosto – um dia após o tradicional bairro da Mooca completar 461 anos – a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Cultura, publicou no Diário Oficial do Município homologação que tombou de forma definitiva 32 bens históricos da cidade, entre eles, cinco na Mooca.
Em processo de análise desde 2004 no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (CONPRESP), os locais da região incluídos na lista são: o ; o prédio do Cotonifício Crespi, entre as ruas Taquari e Javari; o prédio do Centro de Educação Infantil (CEI) Divina Providência, que fica entre as ruas da Mooca, Wandenkolk e Coronel Bento Pires; e as travessias da estrada de ferro próximo ao Museu da Imigração e da estação Mooca da CPTM. A indicação destes locais foi feita pela comunidade em 2004 nas audiências do Plano Regional Estratégico que definiram as Zonas Especiais de Preservação Cultural (ZEPEC).
Na publicação da Prefeitura constam critérios de preservação distintos para os bens envolvidos. Na região, tanto para o estádio, como para os prédios do Cotonifício Crespi e do CEI, está especificado que a conservação deve ser das características arquitetônicas externas. Já em relação às duas travessias da estrada de ferro, a preservação deve ser integral de todos os elementos.
Para a jornalista Elizabeth Florido, defensora do patrimônio histórico da região, a decisão da Prefeitura ficou legada apenas a uma cenografia de recortes externos, o que é muito pouco diante do que a Mooca ainda possui de patrimônio cultural. “Uma preocupação é com o Cotonifício Crespi, pois para o local consta apenas a preservação externa, o que é um contrassenso, já que anos atrás lutamos e conseguimos barrar a destruição que o grupo ocupante iria fazer e não foram tiradas uma das torres, a volumetria e as vigas de aço, que são itens internos”, declarou.
De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura, as tipologias arquitetônicas indicadas para o tombamento contribuem para a identidade da paisagem urbana paulistana, além de possuírem valor afetivo reconhecido pela população local.
Na publicação da Prefeitura alguns locais indicados pela comunidade em 2004 foram excluídos do tombamento definitivo por não apresentarem valores significativos para a preservação. Entre eles estão: o imóvel da Pizzaria São Pedro, entre as ruas Javari e Visconde de Laguna; e residências nos números 1234 e 1236 da rua dos Trilhos. (Gerson Rodrigues)