Lideranças apontam as principais necessidades da região

A FolhaVP conversou com presidentes de associações, líderes comunitários e pessoas atuantes na comunidade que apontaram as demandas da Mooca e Vila Prudente que necessitam de urgente atenção do poder público. Entre as prioridades levantadas estão: melhorias na pavimentação; aumento e preservação de áreas verdes; criação de espaços culturais; revisão das ciclovias; investimentos nas unidades de saúde; aumento da segurança; e revitalização de sinalização de trânsito, entre outras.

Asfalto

Uma das questões mais citadas pelos entrevistados foi a precária condição asfáltica de importantes vias da região. “Ao andarmos poucos metros pelas ruas e avenidas da Mooca, Vila Prudente e arredores nos deparamos com um asfalto muito ruim. As vias públicas estão acabadas. É necessário investimento em recapeamento”, comentou o ex-superintendente da Associação Comercial de São Paulo Distrital Mooca, Francisco Parisi.

Quem também critica a condição das vias é o empresário da Mooca Rafael Eduardo Passos Arantes. “O asfalto da região é de baixa qualidade e está insuportável. Os serviços de tapa buraco são medidas paliativas que acabam gerando problemas, pois criam lombadas que atrapalham o tráfego”, citou.

Outro que se queixa é o presidente da Associação dos Moradores e Comerciantes do Bairro de Vila Zelina (Amoviza) e do Conseg de Vila Prudente, Victor Gers. “É necessário o recapeamento urgente de vias adjacentes e travessas da avenida Zelina. As ruas contam com muitos buracos e remendos. Essa é uma antiga reivindicação dos moradores”, afirmou.

Áreas Verdes

Também antiga entre a comunidade, a reivindicação pelo aumento e preservação de áreas verdes foi ressaltada por quase todos os entrevistados. “A Mooca tem carência nesses espaços e necessita de mais atenção nesse sentido, mas precisa também da conservação das áreas já existentes, como é o caso do Complexo da rua Taquari, que inclui o Clube Escola e a sede da Prefeitura Regional Mooca”, citou o atual superintendente da Associação Comercial – Distrital Mooca, Luiz Carlos Castan.

O Presidente do Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente (CTC-VP) e da FolhaVP, Newton Zadra também clama por melhorias. “A região sofre com a falta de áreas verdes. Possui um dos piores índices da cidade. Por isso é necessário que o poder público de mais atenção às lutas pelos parques da Vila Ema e da Esso, na Mooca”, comenta.

O morador da Santa Clara e membro do Movimento Viva o Parque Vila Ema, Fernando Sálvio, classifica a insuficiência de áreas verdes na região como uma das mais emergenciais. “É necessário preservar e criar infraestrutura para a população poder usufruir dos últimos espaços restantes, como a área da avenida Vila Ema, o terreno da antiga Linhas Corrente e o terreno da Esso, na Mooca”, declarou.

O presidente do Rotary Alto da Mooca, Arnaldo de Barros Neto, também elegeu a falta de áreas verdes como uma das prioridades a serem tratadas. “Essa questão precisa ser levada mais a sério. Acredito que vários locais da região poderiam contar com um plantio ordenado de árvores, o que ajudaria muito”, comentou.

Segurança

Furto de veículos e roubo a transeuntes foram destacados por algumas das lideranças ouvidas pela FolhaVP. “É necessária mais atenção na segurança nas ruas da Mooca, onde acontecem furtos de rodas de carros constantemente”, declarou o empresário Rafael Eduardo Passos Arantes.

“A segurança pública na região é um dos maiores problemas. Assaltos nos pontos de ônibus logo cedo e à noite, roubos e furtos a residências, roubo de veículos e de rodas, principalmente em ruas da Vila Alpina são questões sérias que precisam ser resolvidas, apesar das constantes rondas da PM”, contou o presidente da Savalp Rubens Ribeiro.

O presidente da Amoviza, Victor Gers cita a necessidade de implantação de uma base móvel ou a presença de uma viatura da polícia militar 24 horas no Largo de Vila Zelina. “Essa é uma reivindicação antiga da comunidade que precisa ser tratada com urgência”, declarou.

Saúde

“Uma das principais necessidades que percebo é de mais investimentos na saúde. É preciso que a obra da UBS Vila Ema, que está parada, seja retomada e concluída o quanto antes. A comunidade luta por isso há mais de 30 anos”, declarou o líder comunitário da Vila Ema, Antonio Geraldo Bueno.

Quem também cita a saúde como prioridade é o presidente da Savalp, Rubens Ribeiro. “A UBS Vila Alpina atende mal a população e as reclamações nesse sentido são comuns. O hospital estadual de Vila Alpina, no pronto atendimento, está sempre superlotado, merecendo uma ampliação para poder atender tanta gente que o procura”, contou.

Outras demandas

Reurbanização da Favela de Vila Prudente; melhorias na sinalização de trânsito, revisão das ciclovias, ações voltadas para conter as enchentes, benfeitorias na iluminação pública e maior investimento em cultura e espaços de lazer também foram citados pelas lideranças ouvidas pela FolhaVP. (Gerson Rodrigues)

Área na Vila Ema aguarda renovação de decreto da Prefeitura
Comunidade já promoveu diversos “abraços” pela preservação da área

 

Em reunião realizada no último dia 15, a vereadora Juliana Cardoso (PT) solicitou ao secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Giberto Natalini, a renovação do Decreto de Utilidade Pública (DUP) da área destinada à implantação do Parque Vila Ema. O secretário se mostrou favorável a proposta, mas disse que, por prerrogativa de lei, tal decisão cabe ao prefeito João Dória (PSDB).

Natalini ainda se prontificou a encaminhar para o Executivo o processo administrativo que se encontra atualmente em análise no Departamento de Planejamento Ambiental da Secretaria. O DUP da área de 16 mil m² situada na esquina da avenida Vila Ema com a rua Batuns foi emitido em 2010, mas venceu em outubro de 2015. A renovação se faz necessária para a desapropriar o terreno. Antiga chácara de imigrantes alemães, a área abriga 477 árvores, algumas reconhecidas como espécies raras, além de nascentes de água.

Em julho do ano passado a Secretaria de Licenciamento da gestão Fernando Haddad indeferiu o projeto de construção de quatro torres residenciais da Tecnisa. A empresa havia protocolado o projeto em 2014, pouco antes da aprovação pela Câmara Municipal do Plano Diretor Estratégico (PDE).

Por iniciativa do mandato da vereadora Juliana Cardoso a área foi gravada no Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade como ZEPAM (Zona Especial de Proteção Ambiental), confirmada depois na aprovação da Lei de Uso e Ocupação de Solo e reservada para a criação do parque. Como ZEPAM a empresa só pode utilizar 10% para construção de seu empreendimento.

“Vencida a etapa da renovação do DUP o foco da luta com o movimento é viabilizar os recursos para desapropriação”, comenta a vereadora. “Com o indeferimento do projeto de construção a área deixou de ser Zona Mista para ser agora ZEPAM e seu valor de mercado sofre significativa redução”. A vereadora também é autora do Projeto de Lei de 2010 que destina essa área para parque público.

Nova diretoria do Conseg Vila Prudente
Ricardo Corregiari, Gilberto Ferreira, Marlene Martins, Mario Campos, o presidente Victor Gers e o ex-presidente Renato Chiantelli

 

A delegada titular do 56º Distrito Policial – Vila Alpina, Silvana Françolin, membro nato do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Vila Prudente, indeferiu o pedido de impugnação da nova chapa que tomou posse em cerimônia realizada no último dia 8. O recurso foi apresentado pelo advogado Osmar Lemes dos Santos alegando entre outras coisas, irregularidades no processo eleitoral.

De acordo com a delegada, não foi possível vislumbrar qualquer fundamentação legal para acatar o pedido de impugnação e citou ainda que o recurso foi intempestivo, uma vez que não respeitou o prazo previsto no regulamento. O indeferimento foi encaminhado à Coordenadoria Estadual dos Consegs de São Paulo.

Assim, a nova diretoria do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Vila Prudente para o biênio 2017/2019 fica constituída com: Victor Gers, presidente; Mario Campos, vice-presidente; Marlene Martins, primeiro secretário; Ricardo Corregiari, segundo secretário; e Gilberto Ferreira, diretor social e de assuntos comunitários.