Parque pode ganhar área de 20 mil m²

crematórioA antiga reivindicação deste jornal e do ex-deputado Adriano Diogo de anexar parte da área do Crematório de Vila Alpina ao Parque Lydia Natalizio Diogo, o popular Parque de Vila Prudente, está perto de ser concretizada. Na segunda-feira, dia 29, a superintendente do Serviço Funerário do Município, Lucia Salles França Pinto, recebeu em seu gabinete Adriano Diogo, o presidente do Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente e da Folha, Newton Zadra e o chefe de gabinete da Subprefeitura de Vila Prudente, André Kuchar, para discutir a viabilidade da solicitação. No último dia 16, Lucia já esteve no crematório para avaliar a proposta.

Acompanhada de seu chefe de gabinete, Fulvio Giannella Junior e do diretor de cemitérios, Frederico Jun Okabayashi, a superintendente mostrou-se favorável à reivindicação. “É muito válida a ideia de incorporar esta área da frente do crematório ao parque, cujos usuários ganhariam um ótimo espaço para expandir suas atividades. Manteremos o estacionamento do Crematório, a área verde existente ao lado (onde pessoas depositam as cinzas) e passaremos a entrada para onde hoje é a saída”, explicou Lucia. “Mas, antes de qualquer intervenção precisamos conversar com a Secretaria Municipal do Verde, cujo órgão será o responsável pela nova área caso se concretize a incorporação”, ressaltou. Outra ação levantada foi a de levar a proposta para apreciação do conselho gestor do Parque.

Segundo o diretor de cemitérios, para a área em questão existe um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) – instrumento extrajudicial que tem como objetivo a recuperação do meio ambiente degradado através da fixação de obrigações e condicionamentos técnicos estabelecidos pela Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente. “Está previsto que, como compensação de obra realizada envolvendo cortes de árvores, uma empresa do setor privado seria a responsável em transformar esta área em espécie de um bosque, com pista de caminhada, playground e outros equipamentos. Com a existência deste TAC as tratativas com o Verde podem ser mais fáceis”, afirmou Okabayashi.

O Parque de Vila Prudente, que atualmente recebe 500 pessoas por dia e aos finais de semana cerca de 1500, pode ter sua área estendida de 60 mil m² para 80 mil m².

 

Imóvel tem dívida de 4 milhões

Há quatro meses, o deteriorado prédio localizado na altura dos números 483/523 da avenida Vila Ema, esquina com a avenida Salim Farah Maluf, no Parque Sevilha, foi tomado por um grupo grande de sem-tetos. Conforme informações colhidas pela reportagem na época, cerca de 200 famílias adotaram a antiga edificação da extinta Padaria Amália como moradia. De acordo com a vizinhança, o número pode ter aumentado. Além do risco de realizarem reformas num imóvel que há anos não recebe manutenção e pode estar com a estrutura comprometida, também foram improvisadas ligações de energia elétrica e abastecimento de água. Tal situação coloca em perigo as pessoas, incluindo várias crianças que estão vivendo no local, e preocupa a vizinhança que teme um incêndio provocado por curto circuito, entre outros problemas. Apesar da questão já ter sido alvo de várias matérias da Folha, o poder público não tomou providências.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico, o imóvel possui 23 débitos inscritos em dívida ativa (IPTU e Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares) referentes aos exercícios de 1996 a 2015, totalizando o montante de R$ 3.948.965,70. A Prefeitura não esclareceu se o imóvel tem processos em andamento e voltou a afirmar que sobre a ocupação, apenas o responsável legal pelo prédio pode ingressar com a ação de reintegração de posse na Justiça. A reportagem levantou que o prédio pertence a uma mulher, mas não conseguiu localizar a atual proprietária.

A vizinhança não se conforma com a justificativa da Prefeitura. O imóvel está oficialmente na área da Subprefeitura Mooca que também presta poucos esclarecimentos sobre o caso. Desde a semana passada a reportagem solicitou uma entrevista com o subprefeito Evando Reis, mas não obteve retorno. Não se sabe se a Assistência Social foi acionada para fazer a contagem oficial de pessoas no prédio.

“Diariamente observamos pessoas entrando no local carregadas de materiais de construção, o que indica que estão adaptando moradias lá dentro. Isso é muito preocupante em vários sentidos. Além de atrair pessoas para um lugar inapropriado, existe o risco de grave acidente, pois o imóvel é muito antigo e encontra-se em estado precário. Sei que é particular, mas não entendo que nenhum órgão público possa tomar uma atitude”, afirma uma moradora das proximidades que já entrou em contato diversas vezes com a Subprefeitura da Mooca e procurou também o Ministério Público em busca de soluções. “Infelizmente nada foi feito até o momento, nem para os ocupantes e nem para os vizinhos. Os órgãos competentes deveriam pressionar o responsável pelo imóvel. Mas, como essa região sempre foi esquecida pela Subprefeitura, pois além de ser divisa de território, fica longe da parte mais nobre da Mooca, a impressão é de total desinteresse e despreocupação conosco”, completa com indignação.

Nesta semana, a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) recebeu a denúncia de que estava em curso a ligação irregular de água. Inclusive o passeio público na avenida Vila Ema foi quebrado. O órgão informou que fez vistoria no local na quarta-feira, dia 31, e confirmou a ligação sem a presença do hidrômetro. A companhia abriu um boletim de ocorrência no 56º Distrito Policial – Vila Alpina e aguardava a perícia técnica do Instituto de Criminalística para prosseguir com as ações cabíveis.

A AES Eletropaulo também vistoriou o local e esclareceu que para realizar o corte de energia e regularizar a área, depende de uma solicitação da Prefeitura, além de uma ação conjunta com a polícia. A distribuidora afirmou que até o final da tarde da quarta-feira, dia 31, não havia recebido qualquer ofício sobre o assunto do governo municipal.

padaria amalia