Judocas paralímpicos se prepararam na Mooca

Na próxima quarta-feira, dia 7, começam os Jogos Paralímpicos Rio 2016, que ocorrerão até o dia 18. O evento esportivo reunirá 4,3 mil atletas para disputar 22 modalidades. O Brasil – por ser país sede – terá participantes em todos os esportes. A lista de convocados conta com 279 atletas, sendo 181 homens e 98 mulheres. Esta será a maior delegação da história em Paralimpíadas. Uma das principais modalidades que costuma proporcionar medalhas é o judô, que levará para o Rio de Janeiro 12 judocas, os quais passaram por intenso treinamento no Clube Escola Mooca, onde, desde agosto de 2013, funciona o Centro de Referência de Judô Paralímpico do país.

Do total de judocas que representarão o Brasil, cinco são do Centro de Emancipação Social e Esportiva de Cegos (CESEC) – que durante 23 anos teve sede na Vila Prudente e atualmente está no Ipiranga. Os atletas da entidade que estarão nas Paralimpíadas são: Antônio Tenório da Silva, 45 anos, quatro vezes campeão paralímpico; Lúcia da Silva Teixeira Araújo, 35, medalha de prata em Londres; Harley Damião Pereira de Arruda, 37, medalhista em Parapan-Americanos; Rayfran Mesquita Pontes, 24, campeão mundial por equipe em 2014; Halyson Oliveira Boto, 35 anos.

Centro de Treinamento

O Centro de Referência de Judô Paralimpíco na Mooca foi totalmente reformado e remodelado há três anos visando exatamente os Jogos deste ano. A iniciativa foi uma parceria do Comitê Paralimpíco Brasileiro (CPB) com a Secretaria Municipal de Esportes e a Infraero, patrocinadora oficial da modalidade no país. Além de um amplo salão para os treinamentos, a estrutura conta com salas de fisioterapia, de televisão e computador – utilizada para auxiliar o estudo sobre os adversários – psicólogo, nutricionista, vestiários, entre outros departamentos.

O Centro de Treinamento é dirigido por Jaime Bragança, que é o coordenador técnico do judô paralímpico. Ele começou a praticar o esporte na unidade da Mooca em 1982, aos 4 anos de idade, e em 1999 assumiu o cargo de professor, função que exerce até hoje. Em agosto de 2013, quando Bragança conversou com a Folha, ele expôs o objetivo do investimento no local. “Nossa escola já deu bons frutos, principalmente no setor paralímpico. Esse Centro de Referência é um ganho muito grande, pois poderemos concentrar nossos treinamentos em busca de nossas metas, que é o melhor desempenho nos Jogos do Rio de Janeiro”, declarou na época.

Para o presidente da Federação Internacional de Desportos para Deficientes Intelectuais (INAS), o educador físico José Amaury Russo, morador da Mooca, a expectativa de um bom desempenho é grande. “Teremos a maior delegação da história e pretendemos ficar entre os cinco primeiros colocados em número de medalhas de ouro. Em 2012, em Londres, ficamos na sétima posição no quadro geral. Será um grande desafio, mas nossos atletas têm força e treinamento para isso”, afirmou Russo, que será um dos condutores da tocha paralímpica que passará por São Paulo neste domingo, dia 4.

Parque pode ganhar área de 20 mil m²

crematórioA antiga reivindicação deste jornal e do ex-deputado Adriano Diogo de anexar parte da área do Crematório de Vila Alpina ao Parque Lydia Natalizio Diogo, o popular Parque de Vila Prudente, está perto de ser concretizada. Na segunda-feira, dia 29, a superintendente do Serviço Funerário do Município, Lucia Salles França Pinto, recebeu em seu gabinete Adriano Diogo, o presidente do Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente e da Folha, Newton Zadra e o chefe de gabinete da Subprefeitura de Vila Prudente, André Kuchar, para discutir a viabilidade da solicitação. No último dia 16, Lucia já esteve no crematório para avaliar a proposta.

Acompanhada de seu chefe de gabinete, Fulvio Giannella Junior e do diretor de cemitérios, Frederico Jun Okabayashi, a superintendente mostrou-se favorável à reivindicação. “É muito válida a ideia de incorporar esta área da frente do crematório ao parque, cujos usuários ganhariam um ótimo espaço para expandir suas atividades. Manteremos o estacionamento do Crematório, a área verde existente ao lado (onde pessoas depositam as cinzas) e passaremos a entrada para onde hoje é a saída”, explicou Lucia. “Mas, antes de qualquer intervenção precisamos conversar com a Secretaria Municipal do Verde, cujo órgão será o responsável pela nova área caso se concretize a incorporação”, ressaltou. Outra ação levantada foi a de levar a proposta para apreciação do conselho gestor do Parque.

Segundo o diretor de cemitérios, para a área em questão existe um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) – instrumento extrajudicial que tem como objetivo a recuperação do meio ambiente degradado através da fixação de obrigações e condicionamentos técnicos estabelecidos pela Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente. “Está previsto que, como compensação de obra realizada envolvendo cortes de árvores, uma empresa do setor privado seria a responsável em transformar esta área em espécie de um bosque, com pista de caminhada, playground e outros equipamentos. Com a existência deste TAC as tratativas com o Verde podem ser mais fáceis”, afirmou Okabayashi.

O Parque de Vila Prudente, que atualmente recebe 500 pessoas por dia e aos finais de semana cerca de 1500, pode ter sua área estendida de 60 mil m² para 80 mil m².

 

Imóvel tem dívida de 4 milhões

Há quatro meses, o deteriorado prédio localizado na altura dos números 483/523 da avenida Vila Ema, esquina com a avenida Salim Farah Maluf, no Parque Sevilha, foi tomado por um grupo grande de sem-tetos. Conforme informações colhidas pela reportagem na época, cerca de 200 famílias adotaram a antiga edificação da extinta Padaria Amália como moradia. De acordo com a vizinhança, o número pode ter aumentado. Além do risco de realizarem reformas num imóvel que há anos não recebe manutenção e pode estar com a estrutura comprometida, também foram improvisadas ligações de energia elétrica e abastecimento de água. Tal situação coloca em perigo as pessoas, incluindo várias crianças que estão vivendo no local, e preocupa a vizinhança que teme um incêndio provocado por curto circuito, entre outros problemas. Apesar da questão já ter sido alvo de várias matérias da Folha, o poder público não tomou providências.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico, o imóvel possui 23 débitos inscritos em dívida ativa (IPTU e Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares) referentes aos exercícios de 1996 a 2015, totalizando o montante de R$ 3.948.965,70. A Prefeitura não esclareceu se o imóvel tem processos em andamento e voltou a afirmar que sobre a ocupação, apenas o responsável legal pelo prédio pode ingressar com a ação de reintegração de posse na Justiça. A reportagem levantou que o prédio pertence a uma mulher, mas não conseguiu localizar a atual proprietária.

A vizinhança não se conforma com a justificativa da Prefeitura. O imóvel está oficialmente na área da Subprefeitura Mooca que também presta poucos esclarecimentos sobre o caso. Desde a semana passada a reportagem solicitou uma entrevista com o subprefeito Evando Reis, mas não obteve retorno. Não se sabe se a Assistência Social foi acionada para fazer a contagem oficial de pessoas no prédio.

“Diariamente observamos pessoas entrando no local carregadas de materiais de construção, o que indica que estão adaptando moradias lá dentro. Isso é muito preocupante em vários sentidos. Além de atrair pessoas para um lugar inapropriado, existe o risco de grave acidente, pois o imóvel é muito antigo e encontra-se em estado precário. Sei que é particular, mas não entendo que nenhum órgão público possa tomar uma atitude”, afirma uma moradora das proximidades que já entrou em contato diversas vezes com a Subprefeitura da Mooca e procurou também o Ministério Público em busca de soluções. “Infelizmente nada foi feito até o momento, nem para os ocupantes e nem para os vizinhos. Os órgãos competentes deveriam pressionar o responsável pelo imóvel. Mas, como essa região sempre foi esquecida pela Subprefeitura, pois além de ser divisa de território, fica longe da parte mais nobre da Mooca, a impressão é de total desinteresse e despreocupação conosco”, completa com indignação.

Nesta semana, a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) recebeu a denúncia de que estava em curso a ligação irregular de água. Inclusive o passeio público na avenida Vila Ema foi quebrado. O órgão informou que fez vistoria no local na quarta-feira, dia 31, e confirmou a ligação sem a presença do hidrômetro. A companhia abriu um boletim de ocorrência no 56º Distrito Policial – Vila Alpina e aguardava a perícia técnica do Instituto de Criminalística para prosseguir com as ações cabíveis.

A AES Eletropaulo também vistoriou o local e esclareceu que para realizar o corte de energia e regularizar a área, depende de uma solicitação da Prefeitura, além de uma ação conjunta com a polícia. A distribuidora afirmou que até o final da tarde da quarta-feira, dia 31, não havia recebido qualquer ofício sobre o assunto do governo municipal.

padaria amalia