Localizado em área nobre do bairro, entre as ruas Emboaçava, Maria Luiza de Pinho e Manuel Vieira Souza, o Clube da Comunidade Parque da Mooca está interditado desde o último dia 16. De acordo com a Secretaria Municipal de Esportes, o equipamento foi desativado por estar com a documentação irregular. O fechamento do espaço preocupa os usuários e a vizinhança, que há anos sofrem com problemas de falta de manutenção adequada da área, como a ausência de limpeza e de corte de mato, entre outros.
“Se aberto o local já causava vários transtornos, com os portões fechados a tendência é piorar ainda mais. A Prefeitura precisa definir uma destinação com urgência”, declara o aposentado Luiz Granja, que reside quase ao lado do clube.
Questionada pela Folha, a Secretaria detalhou que a diretoria do CDC está com o mandato vencido – a gestão deveria ter sido trocada em 2014. Outros problemas são que a alteração estatutária não foi efetuada e não foi entregue os últimos balancetes à Coordenadoria de Gestão Estratégica dos Equipamentos, o que viola a lei municipal 13718/2014 e o decreto 46425/05. Foi ressaltado que o clube foi notificado, mas em nenhum momento a entidade responsável tentou se regularizar, restando apenas a alternativa de aplicação da penalidade.
A Prefeitura acrescentou que está acelerando o processo de constituição de um novo Clube da Comunidade visando sanar as necessidades da população do entorno e evitando a ocupação irregular ou eventuais atividades ilícitas no local. Foi ressaltado que a fiscalização referente ao uso e ocupação do solo é de responsabilidade da Subprefeitura Mooca, que também foi indagada pela reportagem e não se manifestou.
A Secretaria acrescentou que está recebendo projetos solicitando a constituição de um novo CDC. Eles estão em fase de análise, aguardando anuência do subprefeito local e outras tramitações internas dos documentos. O órgão garantiu que nos próximos meses o espaço voltará a funcionar.
Indagada sobre a quadra com gramado sintético construída no interior do CDC, a qual era utilizada por uma associação particular, cujo responsável, Carlos Alberto Nascimento, alega ter investido no equipamento em troca de utilizar a área mediante pagamento de aluguel, a Secretaria afirmou que a construção e a utilização da quadra eram ilegais, pois o órgão não possui conhecimento e não há um contrato formal firmado com a Secretaria. Foi esclarecido ainda que toda obra realizada em área pública necessita de autorização e a realização é incorporada ao espaço público. No entanto, a Secretaria não explicou porque não tinha conhecimento da quadra que funcionava no espaço há nove anos.
Insatisfeito com o fato, Carlos Nascimento removeu por conta própria o gramado que afirma ter implantado na quadra. “Por motivos pessoais armaram uma forma de retirar minha associação do CDC, a qual proporcionava aulas de futebol para crianças e servia de entretenimento para várias pessoas da região”, declarou.
Procurado pela reportagem, o diretor destituído do CDC, Waldir Calliguri, negou que estava com a documentação pendente junto à Secretaria de Esportes e acredita que a desativação da unidade é uma forma de retirar a associação que utilizava a quadra de grama sintética.