Crescimento imobiliário e comercial, aumento de serviços básicos e do trânsito, chegada do metrô… Essas foram algumas das grandes mudanças que a região sofreu nestes 20 anos de circulação da Folha. Segundo as lideranças comunitárias foram muitas as melhorias nessas duas décadas, no entanto, alguns problemas surgiram e outros aumentaram nos últimos anos. A reportagem conversou com representantes de associações dos bairros que fazem parte dos distritos da Vila Prudente, Mooca, São Lucas e Sapopemba, que apontaram aspectos negativos e positivos nessas transformações.
De acordo com Vitor Gers Júnior, presidente da Associação de Moradores do Bairro de Vila Zelina (Amoviza), a região ainda tem muito a oferecer. “Na Vila Zelina, nos últimos 20 anos, algumas coisas pioraram, como a segurança, o trânsito e a poluição. Porém, tivemos melhorias na assistência médica e o acesso a serviços básicos ficou mais fácil. Também percebi que ultimamente a comunidade vem se organizando mais na luta por melhorias. No futuro espero uma união ainda maior dos moradores e comerciantes e que a região cresça muito mais. Também estamos lutando para que a Vila Zelina se torne um bairro temático do Leste Europeu, isso traria mais oportunidades de trabalho e opções de lazer, gastronomia e cultura para a cidade de São Paulo”, comentou Gers.
Já no Sapopemba a visão é diferente. José Amaro da Silva, o Capoeira, presidente da Associação Estrela do Bairro, acredita que ainda há muito que fazer para melhorar a região. “Grandes mudanças ocorreram nas últimas duas décadas, mas não estamos nem perto do ideal. Com o aumento populacional há o aumento de problemas. Para começar, o Sapopemba, que tem mais de 310 mil habitantes, precisaria de uma subprefeitura própria para receber mais atenção da Prefeitura. Tivemos melhorias em transporte, cultura e educação, mas muito precisa ser feito nas questões de infraestrutura, saneamento básico e áreas de risco”, ressaltou Capoeira.
Para a presidente da associação Amoamooca, Crescenza Giannoccaro de Souza Neves, o crescimento da Mooca nos últimos anos assustou a comunidade local. “A princípio ficamos preocupados com a perda da identidade do bairro. Tínhamos receio da região se tornar inviável para se viver, por conta dos inúmeros empreendimentos que apareceram. No entanto, percebemos que a Mooca apenas vem ganhando com esse crescimento, devido ao empenho da população que sempre busca preservar as nossas características. Não queremos apenas um bairro dormitório, e sim prestador de serviço. No último ano tivemos uma grande conquista: com a chegada do shopping, importantes grifes vieram fazer parte da grande grife chamada Mooca”, declarou.
Outra liderança, Ana Maria Pantaleão, presidente do Conselho de Segurança Comunitário do 18º Distrito Policial, ressaltou que a Mooca mudou muito na última década. “Éramos considerados um bairro fabril, mas, com as constantes transformações, nos tornamos um local repleto de serviços e empreendimentos imobiliários. Outro atrativo é que ficamos próximos do Centro e com acesso fácil para as outras regiões de São Paulo”, afirmou.
Na Vila Alpina, o presidente da Sociedade Amigos do bairro (Sava), Osvaldo Santana, fez questão de destacar a parceria da comunidade com a Folha. “Toda a estrutura existente hoje na Vila Alpina foi conquistada com o auxílio do jornal, que junto com os moradores, sempre lutou e cobrou por benfeitorias, como a canalização do córrego da avenida Engenheiro Thomaz Magalhães”, completa Santana.