Durante o evento na Vila Prudente nesta semana, o presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, fez questão de ressaltar que “ao contrário do que muita gente diz, o monotrilho não será o novo minhocão de São Paulo”. Também frisou que a capital paulista não servirá de cobaia para a nova tecnologia.
“O monotrilho foi inventado há quase 200 anos, em 1821. A primeira grande linha foi inaugurada em 1864 em Tókio (Japão). E desde então, vem atendendo grandes cidades do mundo. É um sistema amplamente utilizado”, comentou Avelleda ressaltando Dubai, nos Emirados Árabes. Uma das linhas em funcionamento na milionária cidade tem 54 km de extensão, mas é alvo de algumas críticas porque além de ter custado mais que o dobro dos bilhões previstos originalmente, não estaria atingindo a demanda estimada e portanto, gera prejuízo ao governo. A questão foi alvo de uma matéria da revista Exame em outubro passado.
Sobre a questão urbanística, Avelleda argumentou que o monotrilho jamais será um minhocão porque, entre outros fatores, “não causará o efeito perverso da sombra”. Na sequência apresentou um estudo que compara a altura e o tamanho das vigas dos dois equipamentos e a área de sombra projetada por cada um, além do impacto visual. “O monotrilho estará distante cerca de 20 metros das calçadas, não passará colado nas edificações que encontrar pelo caminho”, completou.
Para o presidente do Metrô, a questão ambiental e a de ruído são outras grandes vantagens do monotrilho. “Antes, para este mesmo trecho, estava previsto um grande corredor de superfície, com alguns trechos elevados, que transportaria 250 mil passageiros/dia em veículos a diesel. Agora, a demanda será de 550 mil passageiros/dia e veículos movidos por tração elétrica”, explicou.
“O fato de circular sobre pneus também diminui consideravelmente o barulho e a vibração”, finalizou.
Outro ponto ressaltado por Avelleda foi o fato do monotrilho aéreo não criar barreiras físicas. “A linha férrea de superfície é sempre uma cicatriz na cidade. Existe inclusive uma discussão para enterrar as já existentes”, comentou.
Por fim, o número menor de desapropriações foi apontado como um benefício em relação ao metrô convencional. Questionado sobre as desapropriações que ainda serão necessárias na região, Avelleda informou que ainda não tem uma relação objetiva de todos os imóveis. “Este estudo deve estar concluído em quatro meses e me comprometo a voltar ao bairro para informar a comunidade”, afirmou.
De acordo com o Metrô, como se insere no eixo das avenidas, o monotrilho exige apenas áreas adicionais nas laterais para servirem de acessos às estações. Quando em operação plena até Cidade Tiradentes, o sistema contará com 17 estações.
Perspectiva interna dos trens que terão sete carros e capacidade para mil passageiros: