Desde fevereiro de 2021, o Hospital Estadual de Vila Alpina fechou as portas do pronto-socorro para o atendimento direto da população. Pacientes só entram encaminhados por outros equipamentos de saúde ou por ambulâncias. Meses depois, a Prefeitura também decretou que o Hospital Municipal Dr. Ignácio Proença de Gouvêa (antigo João XXIII), na Mooca, seria transformado em referência para casos de Covid-19 e o pronto-socorro se tornou restrito. Porém, mesmo com os casos da doença controlados, a população continua barrada nos hospitais.
Quem procura os hospitais é encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Mooca, localizada na rua Dr. Foom, no Belenzinho. O equipamento foi inaugurado em setembro de 2021 e além dos hospitais, é a única opção pública que presta atendimento 24 horas para atender os moradores da Mooca, Vila Prudente e arredores.
Com o afunilamento do atendimento na UPA, além do deslocamento maior, a população reclama de superlotação. Usuários também pedem providência da Prefeitura para o entorno da unidade, que concentra muitos moradores de rua e usuários de drogas – muitos se referem ao local como a “cracolândia da Mooca”.
Questionada por e-mail, a Secretaria Municipal de Saúde respondeu por telefone que o pronto-socorro do Hospital Dr. Ignácio Proença de Gouvêa continuará atendendo apenas pacientes com encaminhamentos de outras unidades ou que chegam através de ambulâncias.
Sobre a UPA Mooca, não houve resposta para as reclamações de lotação. A pasta informou apenas que a média na unidade é de 15 mil atendimentos mensais. Acerca da insegurança no entorno, a orientação foi encaminhar o caso para a Secretaria de Segurança Pública.
A Folha apurou ainda que não há previsão de uma nova UPA na região. Neste ano, na Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste, será aberta apenas a UPA Carrão. Também não existe projeto de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) funcionando 24 horas. Atualmente, todas as unidades locais encerram o expediente às 19h e não abrem aos domingos. (Kátia Leite)