Prefeitura auxilia mudança para imóvel irregular na região


A inusitada cena confundia quem passava pelo local. No início da tarde desta terça-feira, dia 9, cerca de 15 funcionários uniformizados da Prefeitura carregavam móveis, malas, eletrodomésticos, bicicletas infantis e outros objetos em frente ao deteriorado imóvel que no passado abrigou a Padaria Amália, na esquina das avenidas Salim Farah Maluf e Vila Ema. Quem via a ação, imaginava o mais óbvio: que acontecia uma nova desocupação do prédio, a exemplo da promovida pelo governo municipal há três meses. Mas, era exatamente o contrário: a própria Prefeitura estava fazendo a mudança de famílias para um imóvel particular, irregular e em estado bastante precário de conservação.

Conforme a Folha flagrou, os funcionários da Prefeitura descarregavam os pertences dos caminhões e colocavam nas calçadas, enquanto os novos moradores levavam para o interior do imóvel. No mesmo dia aconteceu a reintegração de posse de um conjunto habitacional social na região de Heliópolis, no Ipiranga, e o próprio governo municipal divulgou que “para atender as famílias que estão saindo voluntariamente, a municipalidade está disponibilizando sem custo o transporte para todos os interessados”. Ao que tudo indica, a Prefeitura tirou adultos e crianças de ocupação e transferiu parte delas para outra moradia irregular e instável. Um funcionário municipal que participava da ação na Vila Ema alegou que “foi o endereço fornecido pelas pessoas”.

Segundo a vizinhança, a entrada de novos moradores no prédio da antiga padaria se intensificou nos últimos dias. “Desde sábado temos visto essa movimentação maior. O mais absurdo é a própria Prefeitura colocar pessoas dentro de um imóvel com grande risco de incêndio ou desabamento. Custei a acreditar no que estava vendo”, comenta uma vizinha do imóvel.

O prédio da antiga Padaria Amália foi ocupado por sem-tetos em maio de 2016. O espaço acumula dívidas com a Prefeitura, está abandonado há vários anos e já era alvo de reclamações da vizinhança pelas más condições antes da primeira invasão. No ano passado, depois do incêndio e desabamento de um edifício invadido no Largo do Paissandu, na região central, a Prefeitura criou um grupo de trabalho para verificar as ocupações da cidade – justamente com o objetivo de evitar novas tragédias. O imóvel na Vila Ema foi um dos vistoriados e mesmo sendo particular, o governo municipal moveu ação judicial com pedido de tutela de urgência. A Justiça acatou a solicitação e concedeu a liminar para desocupação.

O prazo para saída das cerca de 150 famílias que viviam no local terminou em dezembro e no dia 7 de janeiro, a Prefeitura fez a desocupação, com apoio da Justiça e da Polícia Militar. No final da ação emparedou todos os acessos do prédio para evitar nova invasão. No entanto, desde o final de janeiro, moradores e comerciantes do entorno denunciam que diversas pessoas estavam abrigadas no amplo imóvel novamente. O governo municipal também estava ciente e alegou que “cabia ao proprietário coibir nova ocupação”.

Sobre as mudanças flagradas hoje no prédio com auxílio de equipe da Prefeitura, a reportagem encaminhou e-mails para as secretarias municipal de Comunicação, Assistência Social, Habitação e das Subprefeituras, além da Subprefeitura Mooca, responsável pela administração da área onde está o imóvel. Até o fechamento desta matéria não houve respostas. (Gerson Rodrigues / Kátia Leite)

Cerca de 15 funcionários uniformizados da Prefeitura auxiliavam a mudança de famílias para o imóvel da antiga Padaria Amália, que foi alvo de desocupação há três meses. (Fotos: Agência Folha)

 

Começa a vacinação contra a gripe


Tem início nesta quarta-feira, dia 10, mais uma campanha de vacinação gratuita contra o vírus Influenza, causador da gripe. Assim como nos anos anteriores, a imunização será realizada em etapas e destinada a grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde, compostos por pessoas mais propensas a desenvolver complicações causadas pela doença. Até o próximo dia 19, serão vacinadas gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto) e crianças de seis meses até cinco anos, 11 meses e 29 dias de idade. A dose está disponível nas unidades básicas de saúde (UBSs).

De 22 de abril até 31 de maio, data prevista para o término da campanha, serão incluídos os demais grupos prioritários: trabalhadores da área de saúde, pessoas com 60 anos ou mais, povos indígenas e professores da rede pública e privada, entre outros.

A vacina protege contra três subtipos do vírus da gripe: H1N1, H3N2 e Influenza B. A campanha é realizada anualmente, pois a proteção da vacina é de aproximadamente um ano.

A coordenadora do Programa Municipal de Imunizações, da Secretaria de Saúde, Maria Lígia Nerger, reforça que a vacina é segura e que os rumores de que ela causa gripe não são verdadeiros. “A dose aplicada nas UBSs é composta por partículas de vírus morto, o que inviabiliza a contaminação. Uma parcela muito pequena da população vacinada pode apresentar febre baixa ou mal-estar alguns dias após receber a dose, o que não contraindica a vacinação”, orienta.

Para pessoas que têm alergia a algum componente da vacina, a recomendação é realizar avaliação médica criteriosa antes de receber a dose. Quem está com febre alta deve adiar a vacinação.

Equipe da região estreia com vitória na Taça das Favelas

Começou no último sábado, dia 6, no campo do Centro Esportivo Vicente Feola, na Vila Manchester, a disputa da área Leste da Taça das Favelas. A equipe que representa a região, da comunidade de Vila Prudente, venceu o primeiro desafio contra a Favela Vila São Pedro. A partida terminou empatada em 1 a 1 no tempo normal e o time local ganhou nos pênaltis por 4 a 3.

Ansiosa com a estreia, a equipe da região começou o jogo nervosa, mas aos poucos foi se encontrando e abriu o marcador no primeiro tempo com o jovem atleta Rikelme. O gol de empate saiu nos minutos finais da partida. Mas, na disputa dos pênaltis, o goleiro Giovani mostrou seu talento e defendeu uma das cobranças, dando a vitória à Vila Prudente.

Como a primeira fase ainda não foi finalizada, a equipe da região aguarda os outros resultados para conhecer o segundo adversário e quando será o próximo jogo.

O torneio

Depois de passar por 12 capitais brasileiras, o campeonato amador de futebol está sendo realizado em São Paulo pela primeira vez neste ano. O campeonato é organizado pela Central Única das Favelas (CUFA) e produzida pela InFavela, com apoio da Prefeitura. A competição conta com a participação de 64 favelas para o torneio masculino e 32 na categoria feminina. A estimativa dos organizadores é mobilizar 20 mil jovens entre 14 a 17 anos.

A região é representada pelo time masculino da Favela de Vila Prudente, formado por 25 jogadores e orientados pelo treinador Leandro da Silva e pelo auxiliar Ivanildo Gonçalves.

Em ambas as categorias (masculino e feminino), o sistema será de mata-mata. A partir das quartas de final os duelos serão formados a partir do desempenho das equipes, o melhor joga contra o oitavo, o segundo contra o sétimo, e assim por diante. Os campeões da Taça das Favelas, feminino e masculino, serão conhecidos no dia 1º de junho. A partida final acontece no estádio do Pacaembu.

 

Meta da Prefeitura é zerar os pedidos de tapa-buraco

Depois de ser alvo de muitas críticas e até de inusitados protestos em diferentes pontos da cidade por conta da grande quantidade de buracos nas vias, a Prefeitura anunciou nesta semana, que conseguiu realizar licitação de três usinas de asfalto, que serão responsáveis pela produção de mil toneladas por dia de material para o serviço de pavimentação na cidade. “A meta da administração municipal é zerar os pedidos de tapa-buracos registrados via central SP156”, afirmou o secretário das Subprefeituras, Alexandre Modonezi.

A Prefeitura pretende cumprir o desafio em 40 dias. A recomendação é que todas as reclamações de buracos sejam registradas no Portal SP 156.

Em fevereiro, a Folha mostrou que o serviço da Prefeitura estava muito abaixo do esperado na região. Conforme dados divulgados pelo governo na ocasião, entre janeiro e dezembro de 2018, foram tapados 4.437 buracos na região da Subprefeitura de Vila Prudente e outros 2.017 na área da Subprefeitura Mooca, uma média muito abaixo do necessário. Na Vila Prudente, que compreende área de 19,80 km² de extensão, foram reparados 12,3 buracos por dia e na Mooca, que possui área de 35,92 km², foram consertados apenas 5,6. A escassez do serviço e a falta de recapeamento resultaram na esburacada situação da maioria das vias.

Na ocasião da reportagem a Secretaria das Subprefeituras informou que a Mooca e a Vila Prudente trabalharam em 2018, em média, com uma equipe de 10 pessoas em cada subprefeitura, utilizando cerca de 250 toneladas de massa asfáltica mensalmente. Foi ressaltado que neste ano as duas subprefeitura dobrariam o número de equipes e a quantidade de massa asfáltica por mês.

Moradores afetados pelas enchentes não conseguem sacar o FGTS

No dia 14 de março – três dias depois da violenta enchente que atingiu Vila Prudente, Mooca e arredores – o governador João Doria, o prefeito Bruno Covas e o ministro de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, definiram alguns benefícios para as pessoas afetadas tentarem recuperar o que foi perdido com a inundação. Um dos anúncios foi a liberação do saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, passado quase um mês da enchente histórica, moradores prejudicados ainda não conseguiram o benefício, mesmo já tendo realizado todos os trâmites burocráticos junto à Defesa Civil do município.

“Estive na agência da Caixa Econômica Federal da Vila Prudente 15 dias depois da enchente para dar entrada no pedido de saque do fundo de garantia, mas os atendentes disseram que não receberam orientação sobre o assunto e não tinham previsão da liberação. Já retornei mais três vezes e nada. Consegui o laudo na Defesa Civil que atesta que o meu imóvel está entre os afetados, mas não adiantou. O Governo promete um benefício, mas não agiliza os trâmites. Se fossemos depender do FGTS para sobreviver, já teríamos morrido”, comentou o morador da rua Torquato Tasso, na Vila Prudente, José Luís Souza Neto.

Questionada pela Folha, a Caixa Econômica Federal informou que está aguardando a Prefeitura enviar documentação que delimita as unidades residenciais realmente afetadas pelos alagamentos e a demarcação da área.

A Prefeitura esclareceu que a Defesa Civil do Município alimentou o sistema do órgão nacional com os endereços afetados. No entanto, a Caixa solicitou detalhamentos que possibilitem identificar cada imóvel prejudicado, o que está sendo feito. Não foi divulgado prazo para a conclusão do levantamento e, consequentemente, para os munícipes conseguirem de fato sacarem o FGTS.

Como proceder

Assim que a Caixa e a Prefeitura finalizarem os trâmites, a pessoa solicitante deve comparecer à uma agência da Caixa munido do laudo emitido pela Defesa Civil local, Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), comprovante de residência, documento de identificação e comprovante de inscrição no PIS/PASEP/CI. O valor do saque será equivalente ao saldo existente na conta vinculada, na data da solicitação, limitando à quantia correspondente a R$ 6.220, por evento caracterizado como desastre natural. (Gerson Rodrigues)

 

Quadras abertas no CEE Arthur Friedenreich

O último sábado, dia 30, foi festivo no Centro Educacional e Esportivo (CEE) Arthur Friedenreich – oficialmente chamado de Clube Escola pela Prefeitura, mas o nome “não pegou” entre os usuários, principalmente os mais antigos. E são várias gerações frequentando a unidade municipal que completou 50 anos no dia 29 de março. Além da comemoração pelo aniversário, no sábado foram entregues duas novas quadras: uma poliesportiva e a outra para a prática de tênis.

A solenidade contou com uma tocha oficial da Olimpíada do Rio 2016 e a pira, da Secretaria Municipal de Esportes, foi acesa pelo atleta Raphael Magalhães que iniciou os treinamentos aos 13 anos na pista do Friedenreich, hoje é profissional pelo Sesi de Santo André, disputa maratonas internacionais e busca índice para estar nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio no Japão. O coral da Guarda Civil Metropolitana (GCM) entoou o Hino Nacional.
Após a abertura oficial e os agradecimentos feitos pelo coordenador do clube, Marcos Santos; o presidente do Círculo de Trabalhadores de Vila Prudente e da Folha, Newton Zadra, falou um pouco sobre a história, a tradição e a importância do centro esportivo. Ele destacou a luta do jornal e da comunidade para conseguir devolver vários equipamentos ao espaço, como as três piscinas públicas fechadas há quatro verões. Zadra também foi convidado a percorrer alguns metros com a tocha olímpica, além de atletas, crianças e jovens.
Entre as autoridades e personalidades, foi registrada a presença da vereadora Edir Sales (PSD) e de José Amaury Russo, ex-presidente da Federação Internacional de Esportes para Pessoas com Deficiência Intelectual (INAS), morador e empresário na região.
Crianças e jovens de comunidades carentes locais puderam se divertir em diversas atividades ao longo da manhã e início da tarde. A festa também contou com equipes de vôlei e basquete de projetos sociais que estrearam as novas quadras, além de skatistas e praticantes de parkour, grupos de capoeira, entre outros.
Novas quadras
A utilização das quadras é gratuita e de acordo com a coordenação, por enquanto, será por ordem de chegada. Quando houver uma demanda definida, poderão ser agendados horários.

Raphael Magalhães iniciou os treinamentos aos 13 anos na pista do Friedenreich, hoje é profissional pelo Sesi de Santo André, disputa maratonas internacionais e busca índice para estar nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio no Japão.
Taça das Favelas: equipe da Vila Prudente representa a região

Começa neste sábado, dia 6, no campo do Centro Esportivo Vicente Feola, na Vila Manchester, a disputa da região Leste da Taça das Favelas. Depois de passar por 12 capitais brasileiras, o torneio amador de futebol será realizado em São Paulo pela primeira vez neste ano. A competição conta com a participação de 64 favelas para o torneio masculino e 32 na categoria feminina. A estimativa dos organizadores é mobilizar 20 mil jovens entre 14 a 17 anos.

Os times que disputarão o torneio saíram de uma triagem realizada em 240 comunidades. Participarão 32 equipes masculinas e 16 femininas. A região será representada pelo time masculino da Favela de Vila Prudente, que estreia neste sábado, dia 6, às 14h30, contra a Favela Vila São Pedro. O elenco local é formado por 25 jogadores, que serão orientados pelo treinador Leandro da Silva e pelo auxiliar Ivanildo Gonçalves.

“Mesmo com inúmeras limitações estamos bastante confiantes. Temos bons jogadores na equipe e todos estão motivados e focados. Representar a Vila Prudente será um grande desafio”, comentou o treinador Leandro da Silva.

Os jogos da fase inicial serão realizados nos campos do CE Vila Manchester (Zona Leste), CE Edson Arantes do Nascimento (Zona Oeste), CE Jardim São Paulo (Zona Norte), Estádio Municipal Jack Marin (Centro), e do CE Vila Guarani (Zona Sul).

O campeonato é organizado pela Central Única das Favelas (CUFA) e produzida pela InFavela. Em ambas as categorias (masculino e feminino), o sistema será de mata-mata. A partir das quartas de final os duelos serão formados a partir do desempenho das equipes, o melhor joga contra o oitavo, o segundo contra o sétimo, e assim por diante. Os campeões da Taça das Favelas, feminino e masculino, serão conhecidos no dia 1º de junho. A partida final acontece no estádio do Pacaembu.

Juventino pode adquirir ingresso para quartas de final na Javari
Jogadores do Moleque Travesso em comemoração de um dos gols na vitória de 3 a 2 diante do Nacional

 

Estão à venda os ingressos para a segunda partida do Juventus pelas quartas de final da Série A2 do Campeonato Paulista, no domingo, dia 7, às 10h, no estádio da rua Javari, contra o XV de Piracicaba. O primeiro jogo será nesta quinta-feira, dia 4, às 19h15, no estádio Barão de Serra Negra, em Piracicaba. O Juventus ganhou o direito de decidir o duelo em casa porque somou mais pontos que o adversário na primeira fase.

Na secretaria do clube, na rua Comendador Roberto Ugolini, 20, o ingresso é vendido todos os dias, das 9h às 19h. Também pode ser adquirido pela internet, no site: www.totalticket.com.br/evento/1747.  A cadeira coberta custa R$ 50 e a meia-entrada R$ 25. A arquibancada saí por R$ 20 e R$ 10 meia.

Caso ainda tenham ingressos disponíveis até domingo, serão vendidos na bilheteria do Estádio Conde Rodolfo Crespi, na Javari, duas horas antes do começo do duelo.
Já classificado, o Juventus enfrentou o Nacional no último domingo, dia 31, e venceu por 3 a 2. O resultado garantiu ao time da Mooca a quarta colocação na primeira fase da Série A-2, com 25 pontos. O XV de Piracicaba terminou na quinta posição, com 24 pontos.

Na primeira etapa, Juventus e a equipe de Piracicaba se enfrentaram no dia 18 de março e o time da Mooca levou a melhor. A partida aconteceu em Piracicaba e a equipe grená venceu de virada por 2 a 1. (Gerson Rodrigues)

Prefeitura desativa base do SAMU na região


Conforme a Folha antecipou, a Prefeitura desativou no final de março a base Água Rasa do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) que ficava na confluência das avenidas Anhaia Mello e Salim Farah Maluf. Na manhã da segunda-feira, dia 1º, as três ambulâncias que operavam na unidade já haviam sido transferidas. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, uma delas foi para a AMA Hermenegildo Morbin Júnior, no Jardim Independência – que não funciona 24 horas; outra para o Hospital Ignácio Proença de Gouveia (antigo João XXIII), na Mooca; e a terceira nem atende mais a região, foi para o Hospital Arthur Ribeiro de Saboya, no Jabaquara.

A medida – que vem gerando muita polêmica na cidade – atende portaria do prefeito Bruno Covas (PSDB), publicada no Diário Oficial no fim de fevereiro, determinando o fechamento de 31 das 58 unidades do SAMU de São Paulo. A administração municipal alega que o contrato dessas unidades modulares – que funcionam em contêineres alugados – foi encerrado para redução de gastos. A Prefeitura defende ainda que esse processo de realocação das equipes vai ampliar o atendimento para mais 70 pontos de apoio e vai retirar cerca de 150 funcionários do SAMU de funções administrativas e devolvê-los às operações de socorro.

Funcionários do SAMU rebatem as justificativas do governo. Argumentam que os serviços só foram descentralizados, sem aumento de viaturas. Reclamam também que muitos dos novos locais não oferecem condições de estrutura como as bases desativadas e que o atendimento à população será prejudicado. Na segunda-feira eles fizeram uma paralisação no período da tarde em protesto à decisão da Prefeitura, mantendo apenas os serviços emergenciais, conforme determina a lei. Eles pretendem negociar com o prefeito a suspensão da reorganização do serviço do SAMU e a reativação das bases. Caso não sejam atendidos, novas paralisações devem ocorrer.

Uma funcionária da extinta base Água Rasa ressaltou a estrutura que essas unidades ofereciam. “Ficavam em pontos estratégicos da cidade, com acomodações dignas e banheiros com chuveiro e vestiários. Contavam ainda com segurança, serviço de limpeza, copa para refeições e estacionamento amplo e coberto para a ambulância que precisa de espaço adequado para poder deslocar-se com brevidade ao atendimento”, relatou pedindo anonimato. Outros funcionários destacam que para o trabalho é essencial ter chuveiros à disposição, pois normalmente se sujam com sangue, secreções ou ficam cobertos de cacos de vidros para resgatar vítimas de acidentes de trânsito. E precisam estar limpos rapidamente para atender outras ocorrências, além de espaço adequado para esterilizar os materiais.

A vereadora Juliana Cardoso (PT), integrante da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, também critica a decisão da Prefeitura e afirma que a reorganização do SAMU será “uma economia irrisória que pode aumentar o risco de óbitos da população em situação de emergência”. “Do ponto de vista financeiro, a justificativa do prefeito Bruno Covas é descabida. Ele alega que vai economizar R$ 5 milhões no ano com o encerramento do contrato dessas bases. Representa 0,05% do orçamento de quase R$ 10 bilhões da Secretaria Municipal de Saúde. Será que é realmente necessário economizar esse recurso em um serviço tão essencial e que tem impacto direto na vida da população?”, destaca a vereadora.

Questionada sobre a desativação do serviço emergencial na região – que perdeu inclusive uma ambulância para o Jabaquara, a Secretaria não foi específica. Ressaltou apenas que os resultados das reorganizações das bases do SAMU poderão ser avaliados no decorrer dos próximos meses e que os problemas “relatados e manipulados pelo sindicato (dos funcionários) são exatamente aqueles que a descentralização ataca, buscando a melhoria do serviço”.

Questionada sobre a desativação do serviço emergencial na região – que perdeu inclusive uma ambulância para o Jabaquara, a Secretaria não foi específica. Ressaltou apenas que os resultados das reorganizações das bases do SAMU poderão ser avaliados no decorrer dos próximos meses e que os problemas “relatados e manipulados pelo sindicato (dos funcionários) são exatamente aqueles que a descentralização ataca, buscando a melhoria do serviço”.

Base Água Rasa

A base Água Rasa desativada pelo decreto do prefeito Bruno Covas estava situada em um ponto bastante estratégico: entre os principais corredores viários da região e que registram vários acidentes de trânsito. O mais recente deles aconteceu na madrugada do sábado passado, dia 30, na esquina da avenida Salim Farah Maluf com a avenida Vila Ema – a pouquíssimos metros de onde ficava a unidade de serviço emergencial. Por volta das 2h40, a colisão entre um caminhão e um automóvel resultou em uma vítima que faleceu no local. Várias viaturas dos bombeiros atenderam a ocorrência. O caso foi lavrado no 56º Distrito Policial – Vila Prudente.

No dia 3 de março, outro grave acidente envolvendo dois carros e um ônibus foi registrado no cruzamento da avenida Anhaia Mello com a avenida Jacinto Menezes Palhares – também muito próximo à base desativada. Foram necessárias três ambulâncias do SAMU, cinco do Resgate do Corpo de Bombeiros e o helicóptero Águia da Polícia Militar para socorrer as vítimas. 

Risco de invasão
Além da preocupação com a desativação do serviço emergencial, moradores do entorno e motoristas que passam pelo trecho questionam qual será a destinação do espaço. O trecho fica entre os viadutos do complexo viário da Anhaia Mello com a Salim Farah Maluf, que têm ocupações de sem-teto, e bem próximo do antigo imóvel da Padaria Amália, que também voltou a abrigar famílias.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que ainda está estudando o que fará com o espaço que foi cedido à pasta. (Kátia Leite)

 

Acidente na esquina das avenidas Salim Farah Maluf e Vila Ema na madrugada do último sábado, dia 30 – a poucos metros da base do SAMU fechada pela Prefeitura.

 

Situação de emergência na Henry Ford e arredores
Cenário de guerra: foi assim que proprietários de empresas e milhares de trabalhadores encontraram a avenida Henry Ford na manhã do dia 11, após a enchente histórica na Vila Prudente e na Mooca

 

A conta dos prejuízos provocados pela violenta enchente que atingiu a Vila Prudente e a Mooca nos últimos dias 10 e 11, não para de aumentar para várias dezenas de empresários das avenidas Henry Ford e Presidente Wilson e ruas dos arredores, como a Capitão Pacheco e Chaves, Cadiriri e João Padilha. A situação está dramática em algumas empresas. Além do desespero financeiro e do risco iminente de demissões de milhares de funcionários, os proprietários ainda enfrentavam o descaso da Prefeitura que sequer tinha visitado as áreas afetadas e a região não constava no decreto municipal 58.660, de 12 de março, que estipulava situação de emergência em áreas prejudicadas pelas águas. Eles dependem do decreto para pleitear isenções fiscais. Para resolver esse impasse, mais de cem empresários se reuniram na manhã da última segunda-feira, dia 25, na empresa Novalata Embalagens Metálicas na avenida Henry Ford, 386, e conseguiram expor a situação ao secretário municipal da Casa Civil, João Jorge. Ele participou do encontro a convite da vereadora Edir Sales (PSD), que já havia se reunido com os empresários na semana passada e tomado ciência da situação caótica 

Os empresários destacaram ao secretário que era uma reunião histórica: nunca antes tantos proprietários de empresas da região se uniram desta forma. Praticamente todos que pediram a palavra ressaltaram que precisavam de ajuda rápida para “salvar as empresas e os empregos que geravam”. Vários também fizeram questão de ressaltar que as empresas da Henry Ford, Presidente Wilson e arredores pagam mais impostos e geram mais empregos que a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, que foi alvo de atenção direta do governador João Doria (PSDB) quando anunciou recentemente que encerraria a produção.

A comissão entregou um manifesto ao secretário pedindo a inclusão dos locais atingidos no decreto de situação de emergência da Prefeitura, isenção do IPTU por cinco anos e redução de 5% para 2% do ISS. No documento pleiteiam ainda ajuda dos governos estadual e federal.

No final da reunião o secretário adiantou que a reivindicação da declaração de situação de emergência seria atendida. O decreto foi publicado no Diário Oficial de ontem, 28 de março, incluindo toda a extensão da avenida Henry Ford; a avenida Presidente Wilson, entre a rua Presidente Batista Pereira até a avenida Guido Aliberti; a rua Capitão Pacheco e Chaves, do viaduto até a rua Ingaí; e a rua João Padilha, da Capitão Pacheco e Chaves até o fim. Entre as vias reivindicadas, faltou a rua Cadiriri. No mesmo decreto foi incluída ainda a extensão completa da rua Guamiranga. (Kátia Leite)

Secretário municipal João Jorge, ao lado da vereadora Edir Sales, ouve reivindicação de empresário
Reunião nesta semana na Novalata, na avenida Henry Ford, reuniu mais de cem representantes de empresas atingidas pelas cheias


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