Desde a sexta-feira, dia 9, o complexo da Prefeitura na rua Taquari, na Mooca, é alvo de uma ampla operação de zeladoria. A ação envolve as secretarias de Esporte, de Assistência Social e das Prefeituras Regionais, com o apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
Além da limpeza da área e da poda de mais de 700 árvores, a intenção é realizar o encaminhamento dos moradores em situação de rua que vivem no local para Centros Temporários de Acolhimentos (CTA). O problema social já foi alvo de reportagens da Folha que mostrou que enquanto os sem-tetos aumentavam nas alamedas do complexo, moradores da região deixavam de frequentar o espaço que além da sede da Prefeitura Regional Mooca, abriga o Clube Escola, uma unidade básica de saúde, uma biblioteca e duas escolas municipais.
Segundo a Prefeitura, até o final da tarde da última quarta-feira, dia 14, oito toneladas de lixo foram retiradas do espaço. Foi ressaltado também que, durante a operação neste mês, 107 pessoas que viviam no local foram acolhidas e encaminhadas para abrigos municipais. A Prefeitura informou ainda que em um ano reduziu em 80% o número de moradores em situação de rua que moram no complexo. Questionada, a administração municipal não precisou o número exato de pessoas que vivam no local e quantos continuam no espaço.
Para o empresário e morador da Mooca, Rafael Eduardo Passos Arantes, que em fevereiro do ano passado foi um dos organizadores de uma voluntária ação de limpeza do espaço, a iniciativa da Prefeitura, além de proporcionar uma vida mais digna aos moradores em situação de rua, fará com que a comunidade volte a frequentar o local. “Os moradores da região precisam retornar ao clube, praticar atividade física, andar com cachorros, fazer caminhadas. A comunidade precisa usufruir deste local público. Com essa operação da Prefeitura acredito que as pessoas voltem a utilizar a área”, declarou. “O complexo não é um lugar para servir de moradia e isso não pode ser permitido, inclusive para a segurança dessas pessoas que fazem do espaço suas residências. A Prefeitura tem a obrigação de não permitir essa situação e deve agir sem nenhum tipo de violência, com assistência social e encaminhamentos para locais apropriados”, completou Arantes.
Viaduto Bresser
Sobre os baixos do viaduto Bresser, que está tomado por moradores em situação de rua há quase cinco anos, a Prefeitura informou que possui cadastro de todas as famílias instaladas no local e mantém contato frequente, oferecendo auxílios e disponibilizando vagas nos centros de acolhida. Foi ressaltado que um grupo de trabalho discute periodicamente alternativas de atendimento para essas famílias. No entanto, não foi dado qualquer tipo de prazo para uma ação no local, que também é alvo de muita contestação.