Estado segue empurrando melhoria em calçada de hospital

 

A problemática calçada do hospital estadual de Vila Alpina segue sem previsão para receber melhorias. O passeio na rua José Jeraissati, além de ser estreito, acumula árvores, telefone público e postes de energia elétrica, que atrapalham o caminho de pedestres e impedem a passagem de cadeirantes e mães com carrinhos de bebê. Outro problema é a impossibilidade do ponto de ônibus existente no trecho receber abrigo para proteger os usuários do transporte coletivo do sol e da chuva. Essa situação perdura há quase 16 anos, desde a inauguração do hospital, sem que Estado e Prefeitura tomem uma providência.

Depois de vários questionamentos do jornal, a Secretaria Estadual de Saúde informou em junho do ano passado que a direção do hospital se reuniria com representantes do grupo técnico de edificações da Secretaria e da Prefeitura Regional para estudarem possíveis melhorias. No entanto, conforme a Folha levantou, a reunião não aconteceu. Não foi a primeira vez que o tema caiu no esquecimento.

Em agosto de 2014, após a Folha realizar sucessivas reportagens cobrando providências e mostrando várias queixas de pedestres e pacientes, aconteceu uma reunião entre representantes da então Subprefeitura de Vila Prudente e do hospital com o objetivo de tentar um acordo que viabilizasse melhorias na calçada. Logo após o encontro, a assessoria de imprensa da Subprefeitura informou que a gerência do hospital tinha se proposto a recuar o muro da unidade em cerca de três metros, no trecho entre a entrada do pronto-socorro e o ponto de ônibus, permitindo assim que a São Paulo Transportes (SPTrans) colocasse um abrigo no local. Entretanto, passado mais de três anos, a situação permanece inalterada.

Ao ser questionada novamente pelo jornal nesta semana, a Prefeitura Regional Vila Prudente informou que, em reunião com a direção do hospital ocorrida em novembro do ano passado, ficou decidido que a organização social responsável pela unidade de saúde colocaria no orçamento deste ano os recursos necessários para a adequação da calçada.

Indagada mais uma vez pela Folha, a Secretaria de Estado da Saúde informou que a elaboração do projeto para viabilizar a obra que pretende trazer melhorias na passagem da calçada da rua José Jeraissati “está em andamento”. Foi ressaltado que, assim que o projeto for concluído, as obras terão início. Não foi passado prazo. O órgão reiterou que a estrutura física do hospital foi feita com base na legislação municipal e eventuais necessidades relacionadas ao mobiliário urbano, como ponto de ônibus, postes e até mesmo árvores situadas no passeio público são de competência municipal. (Gerson Rodrigues)

Vereador apresenta projeto para criar parque na Mooca

Na última quarta-feira, dia 7, o vereador Gilberto Natalini (PV), ex-secretário do Verde e Meio Ambiente, protocolou na Câmara Municipal o Projeto de Lei 32/2018 que cria o Parque Municipal da Mooca no terreno de quase 100 mil m² entre as ruas Barão de Monte Santo e Dianópolis. A área abrigou por mais de 50 anos uma distribuidora de combustíveis da Esso, subsidiária da multinacional Exxon Móbil, e estava em processo de remediação do solo e das águas subterrâneas que foram contaminados pelas borras enterradas com resíduos químicos. Atendendo pedido de moradores da Mooca e desta Folha, que há mais de uma década está na luta pela implantação de um parque no trecho como forma de compensação pelos danos ao meio ambiente, Natalini decidiu apresentar o Projeto de Lei após sua equipe técnica confirmar junto a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) que a área está livre dos poluentes.

A notícia da descontaminação do terreno foi dada pelo vereador e a sua equipe durante reunião no seu gabinete na manhã da última terça-feira, dia 6, com a presença da reportagem da Folha, de integrantes do Movimento M-10 e da historiadora e jornalista da Mooca, Elizabeth Florido. Todos defendem a preservação total do terreno. Diante da boa notícia da remediação da área que garante base técnica para o pedido de um parque, Natalini voltou a prometer engajamento na batalha pelo terreno na Mooca e citou que atualmente está envolvido em mais de 30 frentes de luta pela preservação de áreas verdes na cidade. “Se não ficarmos atentos, a construção vai tomar tudo. Hoje só temos áreas privadas na cidade”, destacou.

Natalini frisou que, apesar de ser um importante passo, o Projeto de Lei não é garantia de sucesso. “Pode passar pela Câmara, chegar até o prefeito e ele vetar”, explicou. “Por isso, em toda causa, o mais importante é a mobilização popular. Isso sim tem o poder de pressionar. Lutar pelos parques é lutar pela vida, não é uma frescura, é uma necessidade”, alertou.

Durante a reunião, a equipe de Natalini explicou também que a construtora São José, proprietária do terreno desde o final de 2012, retirou o projeto de construção de condomínio residencial que havia apresentado à Prefeitura, mas vai elaborar uma nova proposta para a área. A anterior previa quatro andares subterrâneos, com mais de 14 metros de profundidade. De acordo com a assessoria do vereador, como o novo projeto, quando protocolado, terá que passar pela análise em diversos setores do poder municipal, a comunidade terá tempo de se articular em prol da área verde.

O amplo espaço também está incluído na Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí, Projeto de lei 723/2015, desenvolvido pela São Paulo Urbanismo, da Prefeitura. No entanto, a proposta contempla apenas 40% de área verde linear, que o governo municipal define como “parque alagável”. O restante abrigaria condomínios residenciais. O projeto da Operação Urbana atualmente está em análise na Câmara Municipal.

Na defesa do seu Projeto de Lei, Natalini lembra que a Mooca é a região da cidade que possui o menor índice de cobertura vegetal, o que justifica a premente necessidade de ampliação de áreas verdes para a população local. Lembra ainda que o meio ambiente exerce influência direta na saúde e na qualidade de vida das pessoas e que na Mooca os moradores podem sofrer com mais patologias respiratórias justamente pela carência de áreas verdes. Por fim, argumenta que a baixa existência de vegetação favorece a criação do chamado microclima urbano, onde as construções e emissões de poluentes atmosféricos provocam o aumento da temperatura em relação a outras área de São Paulo.

Reunião no gabinete do vereador Gilberto Natalini com integrantes do movimento M-10
Vazamento de áudios revela situação crítica no Juventus

Além do mau momento no gramado – em cinco jogos na Série A2 do Paulista o Moleque Travesso ainda não venceu, o Clube Atlético Juventus agora é alvo de um escândalo envolvendo a diretoria executiva. Áudios divulgados na última quarta-feira, dia 7, em reportagem do site da Gazeta Esportiva, revelam a suposta tentativa do presidente Domingos Sanches e do vice Saulo Moisés Franciscon de burlar acordos contratuais com o objetivo de esconder do Conselho Deliberativo grandes prejuízos em eventos realizados pelo clube no ano passado. O caso pode levar ao primeiro impeachment da história do clube e já existe um grupo se articulando para fazer o pedido.

Os eventos citados nas conversas gravadas pelo ex-diretor de marketing do clube, Adriano Daré, são o Bacon Day, realizado na sede social nos dias 2 e 3 de setembro, e o Uma Noite Perfeita, que aconteceu no dia 22 do mesmo mês. Os áudios referem-se às articulações do presidente e do vice para supostamente elaborar uma falsa planilha para ser entregue à Comissão Fiscal do clube, além de tratativas de pagamentos que poderiam ser realizados sem nota do clube e a elaboração de contrato retroativo com a empresa do então diretor de marketing que serviria para maquiar prejuízo de cerca R$ 200 mil. O objetivo desse falso contrato era encobrir o pagamento da dupla sertaneja Henrique e Diego que se apresentou no segundo evento. O ex-diretor de marketing justificou as gravações das conversas como forma de se proteger, já que estavam querendo envolver a empresa dele.

Nas gravações, que antes de vazar à imprensa foram espalhadas via celular para diversos conselheiros e associados do clube, é evidenciada ainda a preocupação dos dois dirigentes que comandam o Juventus desde 31 de maio de 2016 com o que poderia ocorrer caso os prejuízos reais chegassem ao conhecimento do órgão de fiscalização do Conselho Deliberativo. Num dos trechos do áudio, os dirigentes dizem claramente que vão tentar demonstrar prejuízo de apenas R$ 30 mil ao invés de R$ 190. “É diferente você apresentar um prejuízo de 200 mil reais, 190 mil reais, e um prejuízo de 30 mil, 35 mil” disse o presidente em um dos áudios. A reportagem da Folha também recebeu os áudios, um deles com mais de 30 minutos de conversa.

A rápida propagação da gravação via celulares obrigou o presidente Domingos Sanches e o vice Saulo Franciscon a emitiram uma carta aos associados do clube, onde usam o ataque para se defendem. “Pelo que consta, tudo leva a crer que trata-se de mais uma armação política do Conselho Deliberativo desta vez organizada pela Comissão Fiscal (ilegítima). Certamente o objetivo é levar a trama para a Comissão de Sindicância e esta tentar acusar a diretoria executiva por transgressão estatutária”, diz trecho do documento.

Na tarde da última quarta-feira, dia 7, o presidente do Conselho Deliberativo, Itamar Colombini Capano, conversou rapidamente com a Folha. Segundo ele, o Conselho tem conhecimento do ocorrido desde o ano passado e já estava apurando, mas nesta semana os áudios foram vazados à imprensa. “Desde que ficamos sabendo estamos analisando o ocorrido para buscar a melhor solução para o clube. Teremos algumas reuniões nesta semana para definirmos o que fazer. Ainda é prematuro falar em afastamento do presidente. Há vários trâmites a seguir”, afirmou Capano, que confirmou ainda que solicitou ao presidente, mas aguarda há quase quatro meses as polêmicas planilhas relacionadas aos eventos citados.

A reportagem da Folha também tentou ouvir o presidente Domingos Sanches diversas vezes pelo celular, mas não obteve sucesso até o fechamento desta matéria. A assessoria de imprensa do Juventus enviou nota na noite da última quarta-feira afirmando que o clube “tomou conhecimento das gravações divulgadas pela imprensa e, de imediato, refuta o uso das mesmas, pois, não foram autorizadas por seus interlocutores”. O texto cita ainda que “as gravações não relatam qualquer irregularidades, sua divulgação é torpe, o que a torna clandestina e ilegítima e serão questionadas no âmbito do Poder Judiciário para responsabilizar os responsáveis criminalmente e civilmente”. Por fim destaca que “refutamos toda e qualquer iniciativa política objetivando criar um embate com a atual gestão”.

 

Finalmente, começa o recape em vias da região

Em outubro passado, o prefeito João Doria (PSDB) anunciou a segunda etapa do programa Asfalto Novo, cujos trabalhos devem se estender até o final de março. Embora a Prefeitura tenha divulgado que a única via da região que receberia novo recape nesta fase seria a avenida Doutor Francisco Mesquita, em Vila Prudente, o que foi confirmado na época pelas assessorias das Prefeituras Regionais Vila Prudente e Mooca; há cerca de 15 dias começaram os trabalhos de recapeamento em outros logradouros da região.

Antes mesmo dos serviços acontecerem na avenida Doutor Francisco Mesquita, a troca de asfalto foi iniciada em outras duas vias da Vila Prudente: as ruas Ibitirama (foto) e das Heras. O recapeamento da rua Ibitirama começou no trecho próximo ao cruzamento com a avenida do Estado e, segundo funcionários da Prefeitura que trabalham no local, o novo asfalto será implantado em toda extensão da via, até o Largo de Vila Prudente. Por enquanto, apenas as guias e sarjetas estão sendo trocadas e em breve o recape deve ser aplicado. A mesma situação acontece na rua das Heras, na esquina com a rua Ibitirama.

Para o comerciante que possui um bar na rua Ibitirama, esquina com a rua das Heras, que se identificou como Luiz, foi uma grande surpresa quando as equipes da Prefeitura começaram a trabalhar no trecho. “O pessoal e os caminhões chegaram há cerca de 15 dias e quando me mostraram a planta da obra fiquei muito surpreso. Será um grande investimento e deve melhorar muito a atual situação do asfalto por aqui, sempre repleto de buracos. Espero que façam um serviço bem feito”, comentou Luiz. “Conforme a planta da obra, a rua das Heras também será totalmente recapeada”, completou.

Na avenida Doutor Francisco Mesquita os trabalhos ainda não começaram e segundo a Prefeitura Regional Vila Prudente, os serviços ocorrerão neste mês e irão acontecer em toda a extensão da via nos dois sentidos.

Apesar de questionada pela reportagem, a administração local se limitou a informar que as ruas que receberão novo asfalto nesta etapa serão: Baltar, Herwis (da avenida Vila Ema até avenida Sapopemba), das Heras, além da Ibitirama e a Doutor Francisco Mesquita. Apesar de ser uma notícia positiva para a Prefeitura, não foram esclarecidos prazos para início e conclusão dos trabalhos em cada via, nem quantos quilômetros de vias serão contemplados.

Na área da Prefeitura Regional Mooca a via que está recebendo novo recape é a rua da Mooca. Por enquanto os serviços acontecem na altura do número 4.400 e se concentram na troca de guias e sarjetas. Segundo funcionários da Prefeitura que trabalhavam no local na manhã de ontem, toda extensão da via receberá novo pavimento.

A Prefeitura Regional Mooca informou que a única via da região contemplada nesta etapa do programa Asfalto Novo é a rua da Mooca, que será recapeada em toda extensão, da rua Pirassununga até a avenida do Estado. No total serão 4,4 quilômetros de novo pavimento.

Segundo anúncio da Prefeitura em outubro, o investimento total nesta segunda etapa do programa será de R$ 350 milhões e desse total, R$ 210 milhões são provenientes do Fundo de Multas, R$ 100 milhões do Tesouro Municipal e os outros R$ 40 milhões serão investidos pela São Paulo Transportes (SPTrans) no recape de corredores de ônibus.

Esta é a primeira vez que recursos do Fundo de Multas são usados para esta finalidade no município. Em novembro de 2016, uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) passou a prever a possibilidade de destinação das quantias arrecadadas com as atuações de trânsito para “pavimentação, recapeamento, tapa-buracos e recomposição de pista e acostamentos”. (Gerson Rodrigues)

 

Cruzamento perigoso preocupa motoristas e pedestres

Condutores e transeuntes que utilizam o cruzamento entre as ruas Costa Barros e José Macedo, na Vila Alpina, relatam que está perigoso passar pelo trecho. Segundo eles, muitos motoristas não obedecem a sinalização e avançam o sinal vermelho. A solicitação é para que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) intensifique a fiscalização no local.

“Passo diariamente pelo cruzamento e fico indignado com a irresponsabilidade de alguns motoristas que não respeitam o semáforo. Vindo da rua José Macedo há dois faróis: um para descer para a rua Costa Barros e o outro para seguir à direita, sentido Largo da Vila Alpina. Quando o que serve para virar à direita está vermelho, muitos motoristas não se preocupam com quem está subindo a ladeira da Costa Barros e avançam com os veículos. A qualquer momento pode acontecer um grave acidente”, comentou a moradora da região Tatiane Marques.

Outro problema relatado se refere à faixa de pedestre do trecho. Além de estar com a pintura desgastada, condutores também não a respeitam. “Motoristas avançam o sinal vermelho e muitos carros são parados sobre as faixas, o que dificulta a travessia”, contou o comerciante José Nunes, que possui loja em frente ao cruzamento.

A CET informou que fará análise técnica no trecho para verificar o fluxo de veículos que trafegam pelo local e, se necessário, serão elaborados projetos de readequação na sinalização a fim de garantir a segurança de motoristas e pedestres, assim como a fluidez do trânsito.