Brito afirma que buscará investimentos para Vila Prudente

Conforme a Folha já ressaltou, dados do Sistema Orçamentário e Financeiro da Prefeitura apontam que dos R$ 32 milhões orçados para este ano para Prefeitura Regional Vila Prudente, a administração local havia executado somente 11,8 milhões, cerca de 30%. Além da baixa execução orçamentária, até o último dia 10, tinha R$ 9,2 milhões congelados e empenhados R$ 15,9 milhões. A falta de investimentos acaba tendo impacto direto na qualidade dos serviços de zeladoria da região. Com a mudança de comando na Vila Prudente, a reportagem questionou o novo prefeito regional, Guilherme Brito, que garantiu que já está negociando com a Secretaria das Prefeituras Regionais a liberação de mais verba do orçamento previsto.

“Me informaram que virá a verba do Fundo de Multa para ser investida no serviço de tapa-buraco. A expectativa é ampliar em quase 30% a quantidade de concretagem na região. Mas, vou batalhar por recursos para aumentar as equipes de trabalho de poda, capinação, limpeza de bueiros, visando a temporada de chuvas que está chegando”, comenta Brito. “Também pretendo visitar os secretários para conseguir investimentos para região”.

O novo prefeito regional também se comprometeu a avaliar a situação da obra do Centro de Educação Unificado (CEU) Vila Prudente, atualmente parada por falta de verba. A construção iniciada pela gestão passada provocou a interdição de vários equipamentos do Clube Escola Vila Alpina, entre eles as piscinas, além da destruição de quadras esportivas e de um dos campos de futebol. Também é bastante criticada por especialistas da área de educação que defendem que a região está bem abastecida de escolas públicas e o grande prédio do CEU ficará ocioso. “Essa área já me chamou bastante atenção porque uso o monotrilho para vir trabalhar, o que me dá uma visão ampla do espaço. Vou conversar com os secretários envolvidos para ver se conseguimos agilizar a liberação dos equipamentos e também discutir a destinação do prédio”, se prontificou Brito que reside na Vila Mariana e pretende se mudar para Vila Prudente a partir de outubro.

Sobre a situação da Prefeitura Regional Vila Prudente, ressaltou que é melhor aparelhada do que a de Sapopemba, onde era chefe de gabinete, e até mais do que a de Vila Mariana, onde já foi coordenador de Finanças. “Isso só aumenta a minha responsabilidade”, conclui. Brito também elogiou a área onde está instalada a sede da administração local, uma antiga chácara da família que originou o bairro do Jardim Independência. “É um espaço lindo, todo arborizado, mas o senti muito vazio. A Prefeitura não pode ficar fechada desta forma, então estamos reativando várias atividades no auditório para que a comunidade passe a desfrutar dessa área”, afirma. (Kátia Leite)

Universidade sofre interdição parcial após surgimento de rachaduras

Estudantes do período noturno do campus Vila Prudente da Universidade Uninove ficaram bastante assustados no último dia 17. Conforme relatos e fotos que chegaram à Folha, após um apagão e forte cheiro de queimado, surgiram grandes rachaduras em vários pontos do amplo prédio na avenida Anhaia Mello. As fissuras também apareceram dentro de salas de aulas.

Alunos que entraram em contato com o jornal relataram que foram momentos de grande apreensão. Várias denúncias também foram feitas à Prefeitura, motivando a visita da Defesa Civil da Prefeitura Regional Vila Prudente na manhã seguinte, dia 18. Após vistoria dos oito andares da universidade, ficou constatado que as rachaduras foram ocasionadas pela junta de dilatação entre a edificação velha com a edificação nova.

A Defesa Civil acionou os engenheiros da Prefeitura, o imóvel foi parcialmente interditado e a Associação Educacional Nove de Julho (Uninove) foi intimada a dar início às medidas necessárias para a solução do problema, sob pena de multa e demais sanções previstas nos termos da Lei.

Ainda segundo a Defesa Civil, a interdição atinge a passagem dos prédios, mas não houve abalo estrutural na edificação. A Secretaria Municipal das Prefeituras Regionais confirmou a informação de que não há risco estrutural. Foi esclarecido que a instituição apresentou o cronograma de execução e reparos a serem realizados no prazo de 28 dias. A previsão de conclusão é para o dia 18 de setembro.

A Folha também procurou, por e-mail e telefone, a Universidade Uninove. Apesar da confirmação de que o e-mail com diversas questões foi lido pela assessoria de imprensa da instituição, não houve resposta até o fechamento desta edição na noite de ontem.

Novo prefeito regional tem experiência na vida pública

Desde o último dia 18, o advogado Guilherme Kopke Brito, de 40 anos, é o novo prefeito regional de Vila Prudente. Portaria do prefeito João Doria (PSDB) publicada no mesmo dia, no Diário Oficial do Município, exonerou Jorge Farid Boulos do cargo. Farid respondia pela administração local desde o início da gestão em janeiro.

De acordo com nota divulgada à imprensa pela Secretaria Municipal das Prefeituras Regionais, Farid saiu a pedido e prosseguirá colaborando com o trabalho da administração municipal, em outra função. Mas, não foi divulgada qual. A mesma explicação foi dada para a exoneração do Prefeito Regional da Penha, Jurandir Junqueira, também ocorrida no dia 18.

A Secretaria definiu que o novo prefeito regional tem perfil técnico. Até então, Brito era chefe de gabinete da vizinha Prefeitura Regional Sapopemba. Na vida pública, acumula, entre outras funções, os cargos de coordenador de Administração e Finanças da então Subprefeitura de Vila Mariana, assessor da presidência da Companhia de Seguros do Estado de São Paulo (COSESP) e diretor de Gestão Institucional da Companhia Paulista de Obras e Serviços. Também coordenou projetos especiais na Secretaria de Estado da Cultura, como a reabertura e restauração do Caminho do Mar (estrada velha de Santos) e a reabertura e transformação da Casa Das Rosas na avenida Paulista em espaço de literatura e poesia, ainda na Secretaria foi diretor de fomento e difusão de produção cultural. (Kátia Leite)

Extinto colégio em Vila Prudente é foco de problemas

Fechado há cerca de dois anos, quando uma escola particular que funcionava no local foi despejada por falta de pagamento de aluguel, o grande prédio na esquina da rua Carlos Muller com a Dona Genoveva D’Ascoli, em Vila Prudente, está preocupando a vizinhança. O portão de um dos acessos foi destruído e, com isso, o imóvel passou a acumular entulho, sujeira e abrigar moradores em situação de rua. Há relatos de que já ocorreram até princípios de incêndio no local.

“É lamentável a situação deste prédio. Tem valor histórico para o bairro porque foi nele que funcionou durante muitos anos o Colégio José de Anchieta, onde muitos vilaprudentinos estudaram”, comenta o morador da rua Carlos Muller, Antonio de Assis. “A quantidade de ratos e mosquitos tem aumentado na redondeza e tenho certeza que é por causa da condição do imóvel”, completa.

Quem também está indignada com a situação é a moradora da região, Eliza Cristina Zuntini. “Uma das entradas, na rua Dona Genoveva D’Ascoli, já foi alvo de um incêndio. Este espaço está ocupado por moradores de rua. Além do mau cheiro e a presença de bichos, outros acidentes podem ocorrer. Os proprietários do prédio precisam ser acionados para tomarem providências”, reclama.

Procurada pela Folha, a Prefeitura Regional Vila Prudente informou que para o imóvel em questão consta ação fiscal e o proprietário foi intimado a colocar o prédio em condições de estabilidade e segurança sob pena de multas.

Sobre os moradores em situação de rua, a Folha encaminhou o caso para a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e o órgão afirmou que o prédio é particular, portanto não é permitida a entrada da equipe do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS). Foi ressaltado que na região há um Centro de Acolhida Especial (CAE) para famílias com capacidade de atendimento para 100 pessoas e, caso falte vagas, há o redirecionamento para outros serviços da rede socioassistencial.

 

Doria exonera prefeito regional de Vila Prudente

Portaria assinada ontem pelo prefeito João Doria (PSDB) e publicada hoje, dia 18, no Diário Oficial do Município, exonera Jorge Farid Boulos (foto) do cargo de Prefeito Regional de Vila Prudente. Farid ficou menos de oito meses no cargo. Ele assumiu a Vila Prudente no início da gestão Doria em janeiro.

De acordo com a Secretaria Municipal  das Prefeituras Regionais, Farid deixou o cargo a pedido e prosseguirá colaborando com o trabalho da administração municipal, em outra função. Mas, não foi mencionada qual. A mesma explicação foi dada para a exoneração do Prefeito Regional da Penha, Jurandir Junqueira, também ocorrida hoje.

Para o lugar de Farid na Vila Prudente, o prefeito nomeou Guilherme Kopke Brito que até então era chefe de gabinete da Prefeitura Regional Sapopemba e segundo a Secretaria, tem perfil técnico. Brito é advogado e dentre outras funções, foi coordenador de Administração e Finanças da Prefeitura Regional de Vila Mariana, assessor da COSESP e diretor da Companhia Paulista de Obras e Serviços. Também foi diretor de fomento e difusão de produção cultural da Secretaria de Estado da Cultura, área em que colaborou em projetos diversos. (Kátia Leite)

 

UBS Vila Ema fica para março de 2018

A Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Ema já deveria estar atendendo a comunidade. Com obras iniciadas em agosto de 2015, tinha prazo de conclusão de 360 dias. No entanto, só o que a vizinhança consegue comemorar por enquanto é a retomada dos trabalhos de construção nesta semana.

Por falta de repasse de verba da Prefeitura, a Guerrero Construtora, responsável pela construção, suspendeu os trabalhos em abril. Foi a segunda paralisação da obra. A outra aconteceu em maio do ano passado também por falta de pagamento do governo municipal.

Questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde informou que houve a liberação de empenho no valor de R$ 1,2 milhão para a continuidade da construção da UBS. Foi ressaltado ainda que a Secretaria Municipal de Serviços e Obra retomou as obras no último dia 4. Agora, o novo prazo de previsão para conclusão é março de 2018.

A vizinhança, que estava preocupada com o abandono do canteiro de obras, notou o retorno dos operários na última segunda-feira, dia 14. No entanto, após meses fechado, a primeira providência foi a limpeza do terreno. “Estávamos apreensivos com esse baita imóvel largado. Por causa da paralisação total dos trabalhos, começamos a notar a presença de moradores de rua, usuários de drogas e indivíduos suspeitos dentro do terreno. É um absurdo ter que conviver com essa situação em um local que já deveria ser de saúde”, comenta uma vizinha que pediu para o nome não ser identificado. “É uma luta de mais de 30 anos da comunidade para ter esse posto. Todo mundo comemorou quando começaram as obras, mas não imaginávamos que viraria esse drama”, completa.

Apesar do anúncio da retomada, a reportagem esteve na obra na última terça-feira e no endereço oficial da futura unidade, na rua Gustavo Stach, o cenário ainda era de total abandono, com os tapumes que isolam o terreno totalmente pichados e lixo dentro do espaço.

O projeto prevê a construção de prédio de 1.084 m², com dois pavimentos, nove consultórios, salas de saúde bucal e raio-x, espaço para vacinas e coleta de sangue para exames e farmácia. A previsão é que a UBS Vila Ema tenha capacidade de atendimento para 28 mil habitantes. (Kátia Leite)

CET afirma que “já fez” debate em Vila Prudente

Em junho, a Prefeitura anunciou uma audiência pública para discutir a adequação e a melhoria da rede cicloviária na região de Vila Prudente. O evento estava marcado para ocorrer na sede da Prefeitura Regional no dia 30 daquele mês e foi amplamente divulgado. No entanto, no dia anterior, a audiência foi cancelada sem explicações e não foi estipulada nova data.

A Folha questionou a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a Prefeitura Regional sobre a previsão para realizar a prometida audiência em Vila Prudente e a Companhia de Engenharia de Tráfego alegou no último dia 4 que o debate foi realizado em 10 de julho, ocasião em que foram coletadas sugestões da comunidade. No entanto, nessa data, segundo o próprio site da Prefeitura, a audiência foi em Cidade Tiradentes – contrariando inclusive a afirmação do governo municipal de que Vila Prudente seria a primeira região avaliada justamente porque foi onde detectaram os maiores problemas nas ciclovias implantadas na gestão anterior.

A reportagem cobrou novamente a CET.

Entidade social com mais de 180 crianças pode encerrar atividades


Conveniado da Prefeitura desde 2010, o Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) São Pedro Apóstolo, com sede na avenida Alberto Ramos, 614, Jardim Independência, pode fechar as portas. A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) não repassou a verba do convênio e 188 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e extrema pobreza estão prestes a ficar sem atendimento. Após algumas mobilizações de funcionários do CCA e pais das crianças atendidas, a Secretaria informou na última quarta-feira, dia 2, que a renovação de contrato foi publicada em Diário Oficial da última terça-feira, dia 1º, e o repasse seria liberado hoje. No entanto, o que também preocupa os profissionais da entidade é que o contrato sempre foi renovado a cada 24 meses e agora, a atual administração tem prorrogado o convênio mensalmente, o que gera incertezas.

A entidade funciona há sete anos em parceria com a SMADS, responsável pelo repasse de recursos. O valor mensal destinado ao CCA é de R$ 60 mil para custear alimentação, 12 funcionários, material pedagógico e outras despesas.

“Sem o repasse da Secretaria não temos como nos manter aberto. O contrato com a Prefeitura foi encerrado no dia 31 de junho e acabou sendo estendido até 31 de julho, mas não recebemos recursos neste último mês. Tivemos que nos virar com doações e muito voluntariado”, comenta Camila Prada da Silva, que colabora de forma voluntária com a gestão da unidade, além de ajudar na oficina de artes.

Segundo Camila, o contrato sempre foi renovado a cada 24 meses, mas a atual administração tem prorrogado o convênio apenas mês a mês, deixando um clima de incerteza em relação à continuidade do serviço. “Desta forma estaremos sempre inseguros se a verba entrará ou não. Será difícil planejarmos melhorias e mantermos funcionários. Temos 63 crianças cadastradas na fila de espera para serem atendidas. No atual momento de crise o correto é ampliar o serviço e não fechar”, destaca a voluntária alertando que o CCA funcionou durante os últimos 31 dias sem receber o pagamento. “Só conseguimos abrir as portas nesta semana porque recebemos doações de alimentos da própria comunidade atendida e os funcionários já estão de aviso prévio”, completa.

Ciclistas improvisam faixa exclusiva no viaduto Bresser

Um grupo de 130 cicloativistas pintou uma ciclovia no meio das pistas do viaduto Bresser, que liga o bairro da Mooca ao Brás. A ação começou na noite de sexta-feira, dia 28 e foi finalizada na madrugada de sábado, 29. Segundo eles, a principal intenção é chamar a atenção da Prefeitura para a necessidade de conexão da zona leste com a região central por meio de ciclovias.

A pintura improvisada foi feita por pessoas que participaram da Bicicletada – manifestação que parte toda última sexta-feira do mês da Praça do Ciclista na avenida Paulista e percorre ruas e avenidas da cidade. “O nosso objetivo com esta ação foi proteger quem utiliza bicicleta, alertar o poder público sobre essa necessidade e mostrar que esse viaduto é estratégico e importante na rota dos ciclistas”, comenta o cicloativista Eduardo dos Santos, o Magrão, um dos idealizadores da ação. “Outro objetivo é alertar a sociedade sobre o aumento das mortes de quem utiliza este transporte em São Paulo. Houve um crescimento de 75% nas mortes de ciclistas da capital no primeiro semestre de 2017 comparado com o mesmo período do ano passado”, conta Magrão.

“Na gestão passada havia a promessa de que este viaduto receberia uma ciclovia. Mudou o governo e nada aconteceu. Os carros passam em alta velocidade pelo local por não possuir radar ou outro inibidor. E é um dos principais acessos ao centro de quem utiliza bicicleta”,

Questionada pela Folha, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a sinalização improvisada no viaduto traz riscos aos ciclistas, por não seguir a regulamentação estabelecida pelo órgão de trânsito. Foi ressaltado que está em andamento a elaboração de um projeto cicloviário para a região, que irá permitir a conectividade entre as rotas e mais segurança aos adeptos da bicicleta. O órgão esclareceu que o compromisso da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes continua sendo de incentivar o uso da bicicleta como modal de transporte.

Centro de Acolhimento na Mooca desagrada vizinhança

Sem alvoroço, divulgação e cerimônia midiática de inauguração, a Prefeitura de São Paulo instalou há cerca de dois meses um Centro Temporário de Acolhimento (CTA) para moradores em situação de rua em um antigo prédio comercial de sete andares na rua da Mooca, 418, em frente a tradicional escola estadual Professor Antônio Firmino de Proença. Atualmente 120 homens utilizam o espaço, que, segundo os frequentadores, tem capacidade para atender 250 pessoas. A iniciativa do governo municipal causou polêmica entre os vizinhos do imóvel. Um grupo de moradores das proximidades criou um abaixo assinado para a remoção do abrigo do local.

“Sem consulta e comunicação nenhuma começamos a nos deparar com homens descarregando beliches no prédio, que permaneceu fechado por muitos anos. Aos poucos começamos a ver a chegada de vários outros equipamentos e produtos, principalmente à noite. De repente instalaram a placa na fachada indicando um Centro de Acolhimento. A Prefeitura agiu na surdina para os vizinhos não perceberem. Isso foi um desrespeito”, contou o morador da Travessa Alta Floresta que se identificou como Wilson.

Segundo alguns vizinhos, o prédio não possui condição para servir de abrigo. “Esse imóvel ficou fechado durante mais de 10 anos e certamente possui problemas estruturais. As pessoas que estão utilizando o serviço não estão seguras. O local não possui Habite-se, não tem saída de emergência em um eventual caso de incêndio, não tem alvará do Corpo de Bombeiros e há pouquíssimos banheiros para atender toda a demanda, o que é desumano. Como a Prefeitura é capaz de adaptar este imóvel para acolher pessoas?”, questionou uma vizinha que não quis revelar o nome.

Outra preocupação dos moradores das proximidades é com as consequências de um Centro de Acolhimento em meio às residências. “Por enquanto tivemos apenas pequenos problemas, como acúmulo de sujeira nas calçadas, principalmente restos de marmitex, aglomeração de pessoas no final do dia e a falta de cortinas nas janelas faz com que os homens fiquem expostos ao tomarem banho e se trocarem. Mas, com o aumento do número de frequentadores, a situação pode piorar”, completou Wilson, afirmando que há anos a comunidade local solicita a construção de um posto de saúde na região, a qual possui várias escolas e entidades sociais que atendem crianças carentes, mas o pedido nunca foi concretizado.

Os atendidos

A reportagem da Folha conversou com alguns homens atendidos pelo Centro de Acolhimento, os quais elogiaram a iniciativa da Prefeitura. “Há dois meses, quando abriu este abrigo aqui na Mooca, fui transferido da região da estação da Luz. Foi a melhor coisa que aconteceu. Trabalho durante o dia e no final da tarde tenho para onde ir. Está tudo novinho e a promessa é que em breve começarão algumas oficinas, como a de informática, o que irá nos ajudar bastante e o serviço passará a funcionar 24h. Por enquanto o prédio está atendendo apenas metade da capacidade e não é qualquer um que chega e pode entrar. É preciso cumprir algumas exigências da Prefeitura e estar cadastrado no programa municipal”, contou o gari Paulo Sergio Rosa, que contou estar na rua há cerca de cinco anos. “Sou um ex-dependente químico e só consegui me salvar graças ao serviço oferecido pela Prefeitura. Fiquei internado por cerca de oito meses, realizei alguns cursos e hoje tenho um emprego de Gari. Estou em fase de treinamento para começar a prestar serviço à cidade”, concluiu com orgulho e esperançoso.

Questionada, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social informou que a primeira etapa do projeto do CTA foi inaugurada no mês de junho e as próximas etapas devem ser finalizadas até o final do mês de agosto. Foi esclarecido que o imóvel foi cedido para a secretaria e o serviço no local oferece 250 vagas para pernoite, além de refeições, banho e oficinas. O órgão acrescentou ainda que a organização social que gerencia o CTA tem mediado uma série de diálogos com a comunidade vizinha. Sobre as condições estruturais e segurança do prédio, a secretaria não se manifestou.