Mooca perde o seu historiador

A Mooca está de luto. Na madrugada da última segunda-feira, dia 11, faleceu aos 83 anos, Euclydes Barbulho, que, entre outros livros, é autor da obra “Mooca – 450 anos. Passando pelo túnel do tempo”, na qual retrata a história do bairro e das famílias mais tradicionais, inclusive a sua, a Barbulho, que originalmente era Barbui, mas foi registrada erroneamente durante a passagem dos avós pela Hospedaria dos Imigrantes, na chegada da Itália ao Brasil em 1892.

Nascido na Mooca, ele era muito querido no bairro e se preocupava com a melhoria da região. Foi presidente do Rotary Club São Paulo Alto da Mooca na gestão 2002/2003. A última entrevista à Folha foi em junho passado, quando colaborou com a matéria especial sobre os 100 anos da primeira greve geral do Brasil, iniciada no Cotonifício Crespi.

Euclydes Barbulho deixa a esposa Therezina, os filhos Euclydes e Eda Lúcia, e os netos Guilherme e Julia. A Missa de Sétimo Dia será celebrada no domingo, dia 17, às 18h, na Paróquia São Rafael, construída com a ajuda da família Barbulho e onde Euclydes foi a primeira criança a ser batizada. Ele também se casou na mesma igreja.

Conselho Participativo: Prefeitura ainda não concluiu apuração de eleição

Passados 10 dias da eleição do Conselho Participativo Municipal, a Prefeitura ainda não conseguiu finalizar a apuração dos poucos votos registrados neste ano para anunciar os conselheiros escolhidos. Segundo a Secretaria Municipal de Relações Sociais, responsável pela organização do pleito, foram computados cerca de 2.500 votos em toda a cidade, que foi dividida em 96 pontos, um em cada distrito. Na última eleição, em 2015, foram contabilizados mais de 110 mil votos.

Sem previsão para o fim da apuração, a Secretaria informou que o resultado parcial encontra-se em fase de análise no setor jurídico da Comissão Eleitoral Central. Questionada sobre a razão da morosidade na contagem, a pasta justificou que este ano a eleição aconteceu de forma manual e poucas pessoas trabalharam na apuração, o que demandou mais tempo para análise dos votos.

A Prefeitura Regional Vila Prudente informou na semana passada que, conforme dados da Secretaria de Relações Sociais, 246 eleitores da região compareceram às urnas, sendo 91 no distrito do São Lucas e 155 no distrito de Vila Prudente.

A Folha também questionou desde a semana passada, a Prefeitura Mooca sobre a quantidade de votos nos distritos de Água Rasa, Belém, Brás, Pari, Tatuapé e Mooca, mas os números não foram informados.

Nas eleições deste ano foram escolhidos 531 conselheiros com mandato de dois anos a partir de janeiro de 2018.

São Cristóvão amplia a área materno-infantil

Na terça-feira, dia 12, foram inauguradas as novas instalações do berçário, centro obstétrico e UTI Neonatal do Hospital e Maternidade São Cristóvão. Com a ampliação, o setor materno-infantil conta agora com três salas no centro obstétrico, uma sala de recuperação de anestesia, berçário patológico com seis leitos, UTI neonatal com sete leitos, além de dois consultórios de ginecologia e obstetrícia. Todos os ambientes estão no mesmo andar e interligados, gerando maior conforto e segurança às gestantes e aos recém-nascidos.

“Ampliamos esse complexo voltado à maternidade, ganhando cerca de 170 m² de área, indo de 327m² para 500m². Todas as alas foram reformuladas e equipadas com móveis novos e aparelhos de última geração. No centro obstétrico, há um ambiente específico dentro das salas de parto para que a primeira assistência ao bebê seja realizada ao lado da mãe. Promover esse vínculo por meio do alojamento conjunto é extremamente importante para a saúde dos recém-nascidos”, comenta o CEO/Presidente do Grupo São Cristóvão Saúde, Valdir Pereira Ventura.

Além das adaptações para reforçar o contato entre mãe e filho, foram criados espaços distintos de serviços para cada setor, como as áreas do primeiro banho do bebê com visão panorâmica e de aleitamento em ambiente lúdico e alegre, entre outras melhorias.

Outra novidade é a instalação de câmeras de segurança e circuito de filmagem dentro das salas de parto, as quais possibilitam os familiares e amigos acompanharem o nascimento do bebê.

Hospital e Maternidade São Cristóvão: rua Américo Ventura, 123 – Parque da Mooca. Telefone:  2029-7222

Mooca: Conpresp tomba creche e libera faculdade no Moinho

Em reunião ocorrida no último dia 27, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) deferiu dois processos relacionados ao bairro da Mooca. O primeiro foi o tombamento do histórico edifício da creche Marina Crespi, na rua João Antônio de Oliveira, 59. O segundo foi a liberação da construção de um complexo educacional na área que abrigou os Grandes Moinhos Minetti-Gamba (foto), mais conhecido como Moinho Santo Antônio, na rua Borges de Figueiredo.

Sobre a creche, o processo para o tombamento do edifício foi iniciado em 1º de julho de 2010, após mobilização de membros da comunidade que lutam pela preservação de pontos históricos do bairro. Na época, o imóvel estava ocupado por um grupo de sem-tetos e sofria muitas intervenções estruturais, o que poderia descaracterizar o prédio.

Na sessão do último dia 27, a relatora do parecer, a vereadora Adriana Ramalho (PSDB) justificou a aprovação do tombamento da creche com a seguinte argumentação: “O local possui arquitetura singular e com traços modernizadores para o período das primeiras décadas do século XX em relação ao que vinha sendo produzido em São Paulo e no Brasil na época. Mesmo tendo sofrido alterações parciais ao longo dos anos, o edifício manteve os principais traços do projeto original do arquiteto italiano Giovani Bianchi”. Ela destacou ainda que, além da arquitetura, o imóvel possui grande representatividade histórica. “A creche é símbolo do crescente processo de industrialização da cidade, aumento do operariado feminino, a multiplicação de escolas e redução das taxas de analfabetismo”, afirmou.

Moinho Santo Antônio

Na mesma reunião, o Conpresp deferiu o processo iniciado neste ano referente à construção de uma faculdade pela Crefipar Participações e Empreendimentos na área que abrigou o Moinho Santo Antônio. O relator do parecer foi o conselheiro que representa a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, Ronaldo Parente. Após análise dos outros membros, o projeto para o espaço foi deferido com as ressalvas de que a chaminé e parte de um galpão sejam preservados.

Segundo o parecer do relator, o projeto contempla uma edificação central por onde serão distribuídos seis blocos laterais, os quais serão destinados às salas de aula e auditório, intercalados com áreas ajardinadas e com gabarito máximo de 25 metros de altura. É citado ainda que no local permanecem, como testemunho de sua antiga ocupação, uma chaminé e parte da estrutura de um galpão, elementos listados na resolução de tombamento. No parecer consta também que, de acordo com o material gráfico apresentado junto ao projeto, consta um amplo campo visual tomado da rua em direção aos elementos tombados, o que não prejudica a visibilidade dos mesmos.

A notícia preocupou as pessoas que lutam há anos pela preservação do histórico prédio. “Além de ser tombado duplamente, o Moinho foi contemplado, depois de muita persistência, na Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí como edifício de interesse de preservação histórica. Por tudo isso, esse espaço precisa ser respeitado e qualquer intervenção dos proprietários deve ser discutida com a comunidade”, comenta uma das representantes da Associação dos Amigos do Moinho, criada em 2014 justamente para defender as características e valor histórico do imóvel. “O Moinho faz parte da paisagem e da identidade de São Paulo e da Mooca. Não pode ser descaracterizado. Se construírem uma faculdade no local, o acesso será restrito a alunos. O nosso projeto é para que seja criado no imóvel um espaço multicultural, o qual poderá abrigar diversas atividades sustentáveis e sem agredir o patrimônio, a exemplo do Sesc Pompéia”, explica a representante da Associação, que pediu o nome não ser divulgado.

Metrô faz mais demolições em Vila Prudente

Aos poucos, o cenário na região vai mudando para a futura expansão da Linha 2-Verde, a partir da estação Vila Prudente do metrô. Além dos terrenos desapropriados que já passaram pelo processo de demolição dos antigos imóveis na Santa Clara, também houve a derrubada de residências e comércios na rua do Orfanato, nas esquinas com a rua Doutor Sanareli e com a rua do Oratório. Nos locais ficarão as futuras estações Água Rasa e Orfanato, respectivamente. Agora, também foi iniciada a demolição de imóveis na rua Falchi Gianini, trecho que o Metrô utilizará como poço de ventilação.

O Metrô explicou que após o término da demolição de três imóveis na Falchi Gianini, será feita a limpeza e conservação da área, além do fechamento do terreno para manter a segurança do local. Ressaltou ainda que há vigilância motorizada.

No entanto, não há previsão para o início da obra de prolongamento da Linha 2 até a Dutra. Segundo o Metrô, a ampliação está suspensa “em razão da crise econômica que atingiu o país nos últimos anos e inviabilizou a obtenção de financiamento junto ao Governo Federal”. A nota enviada à Folha diz ainda que a Companhia prioriza investimentos na conclusão das obras já em andamento: 15-Prata e 17-Ouro do monotrilho, Linha 4-Amarela e 5-Lilás. (Kátia Leite)

 

 

PM apreende drogas na comunidade de Vila Prudente

Na quarta-feira, dia 6, policiais militares da Força Tática do 21º Batalhão realizaram uma operação no interior da comunidade de Vila Prudente. A ação, que contou com o apoio do canil da corporação, teve o objetivo de localizar e apreender entorpecentes.

A equipe composta pelo terceiro sargento Martins Júnior, cabo Ramalho, soldado Rodrigo e soldado Santos encontraram no interior de um barraco dez quilos de maconha, três quilos de cocaína, 25 litros de éter, R$ 335 em dinheiro, além de outros produtos utilizados para o preparo das drogas.

Durante a operação também foram detidos três homens e um adolescente que revelaram aos policiais que cada um ganhava R$ 200 por dia trabalhando com o tráfico de entorpecentes.

Os detidos e as drogas apreendidas foram encaminhados ao 56º Distrito Policial – Vila Alpina.

Brasil é primeiro no mundial para deficientes intelectuais

A delegação brasileira que disputou o Campeonato Mundial de Natação da Federação Internacional de Esportes para Deficientes Intelectuais (INAS), no México, entre os dias 28 de novembro e 3 de dezembro, teve um ótimo desempenho e ficou em primeiro lugar no quadro geral de medalhas. Os 13 atletas do Brasil conquistaram 31 ouros, 11 pratas e seis bronzes no total, ficando à frente de países com tradição na competição, como México, Japão, Estados Unidos e Austrália. Os nadadores brasileiros são da classe S14 (deficiência intelectual), portadores de síndrome de down e autistas. Todos os atletas são de clubes filiados à Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (ABDEM), com sede na rua Coronel Joviniano Brandão, na Mooca.

Na equipe nacional, Caíque Aimoré, 24 anos, de Mogi das Cruzes, foi o destaque do grupo com síndrome de down, com sete ouros nas sete provas que disputou. A paulista Ana Karolina Soares, 17 anos, também teve ótimo desempenho na classe S14 com quatro ouros

Para o coordenador técnico da ABDEM, Roberto Di Cunto, a união e força do grupo foram fundamentais para o ótimo desempenho no México. “Nossa força de equipe foi mostrada nos revezamentos, onde quebramos cinco recordes mundiais. No 4 x 50 livre feminino, 4 x 100 livre feminino, 4 x 50 medley feminino, 4 x 100 livre misto e 4 x 100 medley misto”, comentou o coordenador. “Sabíamos que o grupo era forte e tínhamos a intenção de ficar entre os três primeiros. Levamos uma delegação muito jovem, mas muito determinada e no final conquistamos o primeiro lugar na classificação geral, competindo com 20 países. Não dava pra acreditar, mas era verdade. O Brasil é o campeão mundial de natação, feito que nunca aconteceu antes”, completou Di Cunto.

Trecho da avenida Oratório interditado até fevereiro

Moradores do Jardim Independência terão que ter muita paciência com o fluxo de veículos, inclusive de ônibus biarticulados, em vias residenciais. Desde 30 de setembro, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) interditou trecho da avenida Oratório, próximo ao pátio de trens do monotrilho, para execução de galeria de águas pluviais da avenida. A obra está a cargo da Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô como parte da compensação do pátio da Linha 15 que concretou uma ampla área verde do bairro, que antes servia para absorção da chuva. O grande problema foi a discrepância entre o prazo anunciado pela CET e o informado pelo Metrô nesta semana.

Em release divulgado à imprensa em setembro, além dos desvios necessários para a realização da obra, a CET divulgou que a interdição tinha duração prevista de 30 dias. Quem passa pelo trecho da avenida Oratório, constata que a obra está longe do término e principalmente, os moradores das ruas afetadas pelo desvio começaram a questionar o motivo do atraso. Eles estão preocupados com a movimentação de veículos pesados em vias que não foram projetados para esse fim e também reclamam do barulho dos coletivos à noite.

Questionado pela Folha, o Metrô alegou que é uma obra complexa e desde o início, o prazo estipulado é fevereiro de 2018. Conforme a reportagem apurou, a confusão na divulgação do prazo por parte da CET pode ter sido causada pelo Termo de Permissão e Ocupação Viária (TPOV) que é expedido por 30 dias, sendo renovável mensalmente.

Logo após a conclusão do pátio Oratório, vias que ficam na baixada do átrio de trens e não tinham problemas com enchentes, passaram a registrar alagamentos. O problema chegou até a atingir a própria avenida Oratório, em frente à Prefeitura Regional Vila Prudente.

Prefeitura anuncia obras contra cheias na região, mas sem prazos

Durante a apresentação do Plano Chuvas de Verão, a Prefeitura anunciou a realização de obras a curto e médio prazo para minimizar os alagamentos nos pontos mais recorrentes da cidade. Na região, está prevista uma nova galeria na rua Pindamonhangaba, em Vila Prudente, para auxiliar a captação do Córrego da Mooca, canalizado sob a avenida Anhaia Mello. De acordo com o governo municipal, o investimento será R$ 23 milhões e está em fase de captação de recursos.

Também foi destacado o Piscinão Mooca 2, previsto há anos para ser construído na esquina da avenida Anhaia Mello com a avenida Jacinto Menezes Palhares. O equipamento tem esse nome por causa do Córrego da Mooca e terá capacidade para armazenar 135 mil m³ de água. O investimento será de R$ 96 milhões, mas também está em fase de captação de recursos e assim como a galeria da rua Pindamonhangaba, não foram informados prazos para o início das obras.

“Nós temos várias ações em toda a cidade. São obras de canalização e piscinões, que atendem ao clamor da população”, disse o secretário municipal de Serviços e Obras, Marcos Penido. A prioridade da gestão é concluir as obras já iniciadas, por entender que nelas já foi investido dinheiro público sem que, até o momento, tenha revertido em benefícios à população.

Ipiranga

No último domingo, dia 26, o prefeito João Doria (PSDB) visitou as obras do piscinão do Ipiranga, o reservatório Riacho Ipiranga, na região da avenida Abraão de Moraes. Elas foram iniciadas em agosto e têm previsão de término no segundo semestre de 2019. Conduzida pelo Consórcio FBS/Coveg, faz parte de um conjunto de obras que será executado para minimizar os problemas de enchentes naquela região e está orçado em cerca de R$ 160 milhões, sendo R$ 122 milhões de repasses do Ministério das Cidades.

O reservatório é constituído por dois compartimentos com aproximadamente 13 metros de profundidade e capacidade conjunta para armazenar 200 mil metros cúbicos. Ele receberá as águas excedentes do Riacho do Ipiranga, do córrego Água Vermelha e do córrego Cacareco. (Kátia Leite)

Policiais Militares realizam parto em residência

Na madrugada do último dia 19, dois policiais militares da 2ª Companhia do 21º Batalhão atenderam uma ocorrência fora do comum. O sargento Visintin e o cabo Ederson realizaram o parto de uma menina no interior de uma residência na rua Solidônio Leite, em Vila Ema.

Através do Centro de Operação da PM (COPOM), os policiais foram acionados para auxiliarem uma jovem que estava em trabalho de parto em sua casa. Ao chegarem ao endereço, perceberam que o bebê estava nascendo e não teriam tempo para esperar o apoio de médicos ou transportar a jovem grávida ao hospital. E optaram por realizar o parto no local.

“Como a mãe estava com sangramento intenso e muita dor, não tínhamos como tirá-la da cama. Foi quando entrei em contato com o SAMU, mas a paramédica que nos atendeu informou que as ambulâncias emergenciais estavam em atendimento e não conseguiria encaminhar uma naquele momento. Nesse instante olhei para a jovem e a cabeça do bebê estava começando a aparecer. Assumimos o risco e colocamos em prática nosso conhecimento. Realizamos três tentativas de retirar a criança e ela voltava. Na quarta vez o Resgate do Corpo de Bombeiros chegou e nos auxiliou. A criança nasceu ali mesmo e em seguida mãe e filha foram levadas ao hospital estadual de Sapopemba”, contou o cabo Ederson.

Assim que a mãe Carolina Gomes Xavier e a bebê Giovana receberam alta do hospital, os policiais realizaram uma visita. “Voltamos à residência e levamos alguns pacotes de fralda. Foi muito emocionante encontrar a mãe feliz e a bebê com saúde. Ajudar a salvar uma vida é algo que nos motiva ainda mais”, completou o cabo. (Gerson Rodrigues)