Estado continua enrolando e não alarga a calçada de hospital

Inaugurado há 15 anos, o Hospital Estadual de Vila Alpina apresenta um grave erro estrutural, que inexplicavelmente foi acatado pela Prefeitura nesses anos todos.  A calçada da unidade na rua José Jeraissati, além de ser estreita, acumula árvores, telefone público e postes de energia elétrica, que atrapalham o caminho dos próprios pacientes da unidade de saúde e demais pedestres e impossibilitam a passagem de cadeirantes e mães com carrinhos de bebês. Também pela falta de espaço no passeio, o ponto de ônibus existente no trecho não pode ter abrigo e as pessoas aguardam os coletivos sob sol ou chuva.

Em agosto de 2014, após a Folha realizar sucessivas reportagens cobrando providências e várias queixas de pedestres e pacientes, aconteceu uma reunião entre representantes da então Subprefeitura de Vila Prudente e do hospital com o objetivo de tentar um acordo que viabilizasse melhorias na calçada. Logo após o encontro, a assessoria de imprensa da Subprefeitura informou que a gerência do hospital tinha se proposto a recuar o muro do hospital em cerca de três metros, no trecho entre a entrada do pronto-socorro e o ponto de ônibus, permitindo assim que a São Paulo Transportes (SPTrans) colocasse um abrigo no local. Entretanto, passado quase três anos, a situação no local permanece inalterada.

Além da calçada estreita, a rua José Jeraissati tem apenas uma mão em cada sentido e fluxo intenso de veículos, inclusive de ônibus, sendo bastante perigoso para os pedestres transitarem pela rua para desviarem dos obstáculos da calçada. Após muita cobrança, a CET instalou semáforo e faixas para travessia há dois anos.

Questionada pela Folha, a Secretaria Estadual de Saúde informou na semana passada que a direção do hospital se reuniria com representantes do grupo técnico de edificações do órgão e da Prefeitura Regional para estudarem possíveis melhorias. Foi ressaltado que a estrutura física do hospital foi feita com base na legislação municipal e que eventuais necessidades relacionadas ao mobiliário urbano, como ponto de ônibus, postes e até mesmo árvores situadas no passeio publico estão sob responsabilidade da Prefeitura. A Secretaria, no entanto, não explicou porque a calçada do hospital foi construída tão estreita.

Nesta semana a reportagem cobrou novamente a Secretaria sobre a realização da reunião e o órgão afirmou que o encontro ainda não tem data prevista para ocorrer. Enquanto isso, pedestres continuam correndo risco em plena calçada de um hospital do Estado.

Por falta de espaço, ponto de ônibus não pode receber abrigo

 

Primeira greve geral do Brasil começou na Mooca
Trabalhadores em frente à fábrica têxtil na Mooca no início do século XX (Reprodução/Arquivo Edgar Leuenroth/Unicamp)

 

Desde o início do século XX, o fabril bairro da Mooca registrou protestos da classe operária. No livro “Histórias da Mooca”, do jornalista e escritor Mino Carta, consta que em 1907, tecelões de lã da fábrica Penteado entraram em greve reivindicando a redução da jornada de trabalho e a proibição do emprego de menores de 14 anos. Dez anos depois e ainda longe do Brasil consolidar uma legislação trabalhista, a situação dos trabalhadores das grandes indústrias era ainda mais extenuante e injusta. Foi assim que, há exatos 100 anos, no dia 9 de junho de 1917, um sábado, cerca de 400 operários, em sua maioria mulheres, da fábrica têxtil Cotonifício Crespi paralisaram as atividades pedindo menos horas de trabalho, que aquela altura avançava para o período noturno, e aumento salarial de 15 a 20%, entre outras questões. Julgado como um ato corriqueiro de início, tanto que a imprensa da época não deu atenção imediata à greve no grande Cotonifício; o movimento ganhou adesão com o passar dos dias e acabou considerado o percursor da primeira Greve Geral do Brasil que eclodiu no mês seguinte.

Além da ausência de leis trabalhistas que impedissem o abuso por parte dos patrões, outros fatores históricos tiveram papel decisivo para a enorme reação operária de 1917. Com a primeira Grande Guerra (1914 – 1918) em andamento na Europa, o Brasil passou a exportar seus produtos manufaturados, ao mesmo tempo em que tinha dificuldade para importar maquinários para as fábricas aumentarem as produções. Assim, para não perder o momento e garantir os lucros, a alternativa foi fazer as máquinas funcionarem por mais tempo e os industriais passaram a exigir jornada estendida, de 16 horas por dia, incluindo sábados, sem aumento salarial.  Em recente entrevista ao jornal BBC Brasil, o historiador italiano radicado no Brasil, Luigi Biondi, da Unifesp, conta que “em 1914, o Cotonifício Crespi lucrou 196 contos de réis. No ano seguinte, o lucro foi de 350 contos de réis. E foi aumentando. Enquanto isso, aumentavam as horas de trabalho”.

Com os produtos nacionais sendo levados mundo afora, houve repentina subida dos preços no Brasil e forte perda do poder aquisitivo foi outro fator que revoltou principalmente as operárias que, já naquela época, controlavam os gastos da família. Historiadores citam ainda questões como assédio sexual de mulheres e atos de violência contra menores dentro das fábricas como propulsores coadjuvantes de protestos. Também em entrevista ao BBC Brasil, o historiador Claudio Batalha, da Unicamp, explica que, apesar de menos comentado nos livros de história, a revolta das funcionárias do Cotonifício Crespi também estava relaciona ao abuso dos chamados contramestres e ressalta que greves anteriores já haviam começado por esse motivo. Em seu livro, Mino Carta expõe que “em 1917, meninos operários de uma fábrica na Mooca queixavam-se de espancamentos com inspetores do trabalho e exibiam ferimentos”. Não deixa claro em qual indústria ocorria, mas, o fato é que, naquele momento, sobravam motivos para o movimento grevista conquistar o apoio de outros trabalhadores, mesmo que por solidariedade. Na época também estavam amparados pela recém criada Liga Operária da Mooca (leia mais abaixo).

No fim de junho os demais funcionários do Cotonifício também resolveram cruzar os braços, chegando a cerca de 1.500 trabalhadores parados. Logo em seguida, teve início a greve na grande fábrica têxtil Ipiranga de, Nami Jafet, envolvendo mais de 1.600 operários que pediam aumentos em torno de 20% e, em caso de trabalho noturno, de 25%, segundo registro no Atlas Histórico da Fundação Getúlio Vargas.  Nos dias posteriores começaram as paralisações nas fábricas de móveis, quase todas situadas no Brás, e no início de julho foi a vez da Cia. Antarctica Paulista entrar no protesto. Portanto, na primeira semana de julho de 1917, as duas fábricas mais importantes da Mooca, o Crespi e a Antarctica, estavam paradas.

A partir daí a greve se alastrou rapidamente, parou São Paulo e havia tentativas de saques aos moinhos que produziam farinha por causa da crise de abastecimento que se instalou, além de ataques a carros de transportes do produto. A primeira medida para frear o movimento foi através da força, dando início aos embates entre grevistas e a polícia. Ocorreram mortes nesses confrontos e o protesto ganhou ainda mais fôlego em 11 de julho, quando uma multidão acompanhou o enterro do sapateiro espanhol José Martinez, de 21 anos, morto com um tiro depois que a unidade de cavalaria da polícia dispersou manifestantes diante da Antarctica, segundo noticiou O Estado de S.Paulo na época. Em registros históricos, Martinez era apontado como um militante anarquista.

Em meio ao movimento, em 9 de julho, foi criado o Comitê de Defesa Proletária e curiosamente, também foi constituída uma comissão com diretores dos grandes jornais paulistas que funcionou como intermediária entre representantes empresariais e os grevistas, que a essa altura, além dos direitos trabalhistas, pediam também a libertação dos militantes e operários presos nas manifestações.

Somente na metade de julho, mais de um mês depois do início da greve no Cotonifício Crespi e com os industriais percebendo que a situação estava fora de controle, um acordo selou o fim da greve em São Paulo atendendo as principais reivindicações. Mesmo assim, algumas categorias ainda resolvem parar depois, como foi o caso dos pedreiros. Por não se tratar de uma lei, alguns patrões ainda resistiam em atender as normas do acordo. Enquanto isso, principalmente nos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul os movimentos operários continuaram. Segundo historiadores, não existe uma data certa para o fim da greve geral de 1917, pois assim como adesão foi acontecendo aos poucos, o ritmo de saída também foi gradual. A situação se normalizou apenas no fim de julho.  Mesmo com o grande ato nacional, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi sancionada somente em 1943 no regime do presidente Getúlio Vargas. (Kátia Leite)

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Análises sobre a grande paralisação de 1917

Grande tecelagem da Mooca na história

 

Análises sobre a grande paralisação de 1917
Presença de crianças entre os operários era constante e foi um dos motivos do início da greve (Reprodução/Acervo Museu da Imigração)

 

Em uma avaliação da greve de 1917, o historiador italiano Luigi Biondi levanta o debate sobre o surgimento do movimento: espontaneísmo dos operários ou organização? De acordo com ele, “os anos de enfraquecimento, quase de aniquilação, das organizações classistas em São Paulo que precederam a greve levam a considerar que o movimento de 1917 surgiu espontaneamente”. Mas, na mesma análise, Biondi destaca que “por outro lado, é correto afirmar que os processos de organização sindical já estavam encaminhados havia algum tempo quando explodiram as greves de junho na Crespi e na Antarctica, prólogo dos eventos de julho: a declaração de greve na Crespi, por exemplo, foi decidida depois de uma reunião na Liga Operária da Mooca e por ela foi coordenada”.

Conforme registros históricos, em maio de 1917 foram fundadas as ligas operárias da Mooca e do Belenzinho, após anos de quase ausência de organizações operárias. Várias mulheres do Cotonifício Crespi se afiliaram no mesmo mês na Liga da Mooca.

Outro ponto importante defendido por historiados era a nova configuração étnica da mão de obra paulistana, composta em sua maioria por estrangeiros. No Cotonifício Crespi, por exemplo, cerca de 75% dos operários eram imigrantes italianos, segundo dados do Atlas Histórico da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

E esses imigrantes traziam novas ideologias ao país, como o anarquismo e socialismo. É importante lembrar ainda que em fevereiro do mesmo ano, ocorreu a Revolução Russa também iniciada por mulheres que trabalhavam na indústria têxtil e paralisaram as atividades em protesto contra a escassez de alimentos no país e logo ganharam a adesão de outros trabalhadores, a exemplo do que ocorreu no Brasil.

A jornalista, moradora e estudiosa da história da Mooca, Elizabeth Florido, acredita que foi um período em que as pessoas se organizaram em busca de melhoria da qualidade de vida. “O que foi, num primeiro momento, um levante das tecelãs na fábrica dos Crespi, para diminuir a dura jornada de trabalho, que incluía colocar as crianças para trabalhar também, tornou-se um movimento de jornalistas, pensadores e intelectuais da época para o que ficou conhecido como ‘consciência de classe’”, ressalta. “Não mais uma pequena peça de uma engrenagem maior, mas pessoas capazes de decidir pelos rumos de sua próprias vidas, era o cenário almejado por todos durante o movimento social que ganhou as páginas dos principais jornais da chamada imprensa imigrante e panfletária: O Anarquista, A Plebe, La Fanfulla, só para citar alguns, e nomes como o de Edgar Leuenroth, jornalista e tipógrafo que fazia do seu percurso entre o Brás, onde morava, e a Mooca, lugar onde as coisas ‘ferviam’, seu campo de um ideário comum, o de um país melhor para se viver, a começar por São Paulo”, completa Elizabeth Florido.

“O que faz com que uma greve funcione é que os participantes sintam que aquele estado de coisas chegou ao limite. Uma das características importantes de 1917 é que, pela primeira vez, setores que não participavam desse tipo de movimento começaram a participar”, destaca o morador da Mooca e escritor Euclydes Barbulho, autor de oito livros, entre ele “Mooca – 450 anos. Passando pelo Túnel do Tempo”.

A greve de 1917 será o tema central do II Encontro Histórico-Cultural que acontece em agosto na Mooca, por ocasião do aniversário do bairro. O evento, organizado pela Associação Comercial de São Paulo – Distrital Mooca, em parceria com a Unicapital/Uniesp, será no Teatro Municipal Arthur Azevedo. (Kátia Leite)

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Grande tecelagem da Mooca na história

 

Grande tecelagem da Mooca na história
Prédio do Cotonifício foi bombardeado pelas tropas do Governo na Revolução de 1924 (Arquivo Folha)

 

O conde italiano Rodolfo Crespi fundou uma pequena fábrica de lençóis na Mooca que, em pouco tempo, se transformou em uma das maiores empresas têxteis da América do Sul, o Cotonifício Crespi. No local acontecia todo o processo de fabricação do tecido, desde a limpeza do algodão até a produção de roupas.

No livro “Mooca – 450 anos. Passando pelo túnel do tempo”, do historiador do bairro Euclydes Barbulho, consta que a edificação é datada de 1898, mas somente em 1902 adquiriu a forma do imponente prédio de três andares, com cerca de 50 mil m² de área construída, que ainda está parcialmente de pé no quadrilátero formado pelas ruas dos Trilhos, Taquari, Javari e Visconde de Laguna. Sua arquitetura de tijolos aparentes tem a assinatura de Giovanni Batista Bianchi, amigo da família Crespi.

Além de ser palco do início da primeira grande greve trabalhista do país em 1917, o Cotonifício foi intensamente bombardeado pelas tropas do Governo durante a Revolução de 1924, quando serviu de trincheira para revolucionários.

Ainda na década de 20, exportou uniformes para o exército de Mussolini, na Itália, e em 1932 também vestiu as tropas constitucionalistas de São Paulo.

Foram os times de futebol de várzea compostos pelos funcionários da tecelagem que originaram o Juventus e a área onde hoje existe o estádio na rua Javari foi doada pelo conde, sendo batizado com o seu nome.

De acordo com registros históricos, o Cotonifício começou a enfrentar dificuldades na década de 50 por causa de seus equipamentos obsoletos e fechou as portas em 1963. (Kátia Leite)

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Concurso de fotos PB sobre a Vila Prudente

A 4ª edição do concurso fotográfico que tem o distrito de Vila Prudente como tema está com as inscrições abertas. Neste ano, a novidade é que as imagens devem ser em preto e branco. As fotos podem ser enviadas até 13 de agosto e além da criatividade, é importante ficar atento às especificações exigidas para evitar desclassificações.

Podem participar profissionais ou amadores com idade mínima de 16 anos. O tema é livre, desde que a imagem tenha fácil identificação sobre o local, demonstrando que realmente é a Vila Prudente.

As três melhores fotos serão premiadas e os autores receberão vales-compra a serem gastos nas lojas do Central Plaza Shopping no valor de R$ 2 mil, R$ 1.500 e R$ 1 mil, respectivamente para primeiro, segundo e terceiro lugares. Além das três vencedoras, mais 21 imagens serão escolhidas pela comissão julgadora para serem expostas no empreendimento. O resultado será divulgado no dia 25 de setembro e a cerimônia de premiação ocorrerá no dia 4 de outubro.

O concurso é realizado pelo Rotary Club Vila Alpina, Central Plaza Shopping, Folha e Circulo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente, conta ainda com o apoio de Michel Louzada Imóveis, Valor Contábil Consultoria, Spaço Tri e ID Publicidade & Tecnologia.

Como se inscrever

A inscrição deve ser feita através do formulário no site: http://www.rotaryvilaalpina.org.br/concurso-de-fotografia-regulamento. Cada autor pode participar com até três fotos que devem ter, no mínimo, tamanho de 20x30cm e resolução de 300 pixels por polegada. Junto com a imagem também deve ser enviado breve relato sobre o assunto fotografado de, no máximo, 300 caracteres, informando local e contexto da fotografia. Este ano a foto deve estar em P/B e não poderá ser resultado de montagem em programas de edição ou uso de efeitos especiais.

 

Obra em adutora deve ser concluída em setembro

A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) informou que foram executados aproximadamente 60% dos serviços de remanejamento de 180 metros da adutora que passa sob a esquina da avenida Vila Ema com a rua Domingos Afonso, na Santa Clara – trecho onde já ocorreram dois grandes rompimentos. A previsão da Sabesp é que a obra termine em setembro e o objetivo é melhorar o abastecimento na região.
Os canteiros de obra estão concentrados na rua Domingos Afonso e também acontecem trabalhos na esquina da avenida Anhaia Mello com a avenida Oratório, no Jardim Independência. Nos trechos, uma faixa de trânsito está interditada.

Retrospectiva
Em outubro de 2014 e fevereiro de 2015 foram registrados graves rompimentos na esquina da avenida Vila Ema com a rua Domingos Afonso. Nas duas ocasiões, além de prejuízos para a vizinhança que teve imóveis inundados, foi interrompido o abastecimento de água de 53 mil pontos da Sabesp, atingindo mais de 200 mil pessoas. Nas ocasiões, a Companhia justificou que o primeiro vazamento ocorreu na junta que faz a ligação entre dois tubos e foi provocado pela movimentação do solo em decorrência do tráfego intenso no trecho. Na segunda, o rompimento atingiu uma peça com dimensões maiores, mas, não foi explicada a causa.

Em julho de 2016, outro trecho da rua Domingos Afonso, desta vez na esquina coma rua São João Evangelista, também na Santa Clara, teve um enorme rompimento da adutora causando muito prejuízo para moradores e comerciantes do trecho e deixou 13 bairros sem água. (Kátia Leite)

Rompimento de adutora em fevereiro de 2015 deixou mais de 200 mil pessoas sem água

 

 

“Ponte” para transitar por calçada da Anhaia Mello

Desde março a Folha está denunciando o problema da calçada da Universidade Nove de Julho, na avenida Anhaia Mello, 1363, que acumula água constantemente, mesmo em dias sem chuva, e dificulta a passagem dos pedestres. Na ocasião da primeira matéria, a Prefeitura Regional de Vila Prudente informou que foi constatada a execução do passeio abaixo do nível da guia e foi lavrado auto de intimação e de multa para que o proprietário do imóvel regularizasse a situação no prazo de 60 dias. O prazo estipulado para o reparo venceu e o problema não foi resolvido.

Com as fortes chuvas que caíram nessa semana, a situação ficou ainda pior. Uma grande poça de água impedia a passagem na manhã da quarta-feira, dia 7, e a alternativa para os pedestres foi na base da improvisação. “Será que essa foi a solução encontrada? Ao invés de realizarem o conserto necessário, aparece uma tábua para servir de ponte!”, ironizou o morador da região, Rodrigo Luis da Silva, que passa pelo trecho todos os dias para ir e voltar do trabalho e já reclamou da situação com a universidade e a Prefeitura antes mesmo da publicação das matérias.

No mês passado, após a Folha divulgar outra reportagem sobre o estado do passeio, que agora também está com um perigoso desnível, o prefeito Regional de Vila Prudente, Jorge Farid, esteve no local no dia 16 de maio e, como de hábito, publicou várias fotos em sua página pessoal do Facebook.  No entanto, nada mudou na vida dos pedestres que passam pelo local.

A Folha voltou a questionar a Universidade e a Prefeitura Regional, mas não recebeu resposta até o prazo estipulado para o fechamento da matéria. A unidade municipal não informou sequer se a multa já foi aplicada.

Após poda, galhos ficam mais de 48 horas na calçada

Na manhã da segunda-feira, dia 5, equipes da AES Eletropaulo realizaram a poda de árvores que estavam encostando na fiação elétrica na rua José Zappi, Vila Prudente, mas os galhos cortados foram deixados na calçados por dois dias atrapalhando a passagem dos pedestres.

O fato causou indignação em pessoas que passam diariamente pelo trecho, bastante movimentado por ficar em frente ao Colégio João XXIII. “Como podem ser tão ineficientes? Cortam os galhos, deixam jogados e vão embora tranquilamente, como se tivessem concluído o trabalho”, reclama a empresária Rosana de Assis, que passa todos os dias pelo local para levar e buscar sua filha de cinco anos na escola.

O inspetor do Colégio contou à reportagem que as equipes da AES Eletropaulo chegaram à via por volta das 8h e em pouco mais de uma hora foram embora. “O trabalho foi muito rápido. Podaram, amontoaram os galhos na calçada e saíram. Além de estar atrapalhando o acesso à entrada principal da escola, o que me preocupa é se acontecer algum alagamento na rua. As árvores serão arrastadas pela enxurrada e pode causar graves acidentes”, comenta.

Também chegaram ao jornal queixas da rua Cassandoca, na Mooca, onde ocorreu o mesmo problema. Foram realizadas podas na semana passada e os galhos foram removidos apenas na última terça-feira.

A Folha entrou em contato com a AES Eletropaulo cobrando um posicionamento sobre o motivo dos galhos terem sido largados na calçada, mas a reportagem não obteve explicação. Os galhos foram removidos apenas no final da manhã de anteontem e a AES Eletropaulo apenas lamentou o ocorrido.

Calçada da Paes de Barros continua com problema

Apesar do programa “Calçada Nova”, implantado no início da gestão do prefeito João Doria (PSDB), passeios sob a responsabilidade do município continuam com problemas na região, como acontece em vários trechos do canteiro central da avenida Paes de Barros. Em março, a Folha mostrou a situação do local, mas nenhum reparo foi realizado.

Um dos pontos mais críticos é na altura do número 1.800. “Utilizo o ponto de ônibus existente aqui perto todos os dias e sempre passo por este trecho, mas sou obrigada a desviar pela rua para não cair nesses buracos”, conta a doméstica Joana de Assis, que passa pelo canteiro central nas proximidades da rua Isabel Dias.

“Não tenho muita expectativa em relação a este programa da Prefeitura. Pelo que estou acompanhando, escolhem apenas um local no bairro ou distrito para receberem reparos. E o restante, continua com problemas? O que adianta então este alarde todo com o ‘tal Calçada Nova’?”, questiona o comerciante José de Almeida Passos.

O programa Calçada Nova – Mutirão Mario Covas tem como principal objetivo a recuperação dos passeios da capital aliada a serviços complementares de zeladoria, como limpeza de vias, corte de mato, conservação de pavimento, entre outros. Até o momento a Prefeitura já realizou 21 edições do Programa. Na região da Mooca está previsto para acontecer apenas em julho, conforme programação divulgada no site da Prefeitura que não informa qual será o local escolhido.

A Folha entrou em contato com a Prefeitura Regional Mooca e com a Secretaria Municipal das Prefeituras Regionais, mas ainda não obteve um posicionamento sobre o passeio da avenida Paes de Barros. (Gerson Rodrigues)

Asfalto refeito há menos de um ano tem crateras

Motoristas que utilizam a alça de acesso das avenidas Anhaia Mello e Doutor Francisco Mesquita, sob o viaduto Grande São Paulo, em Vila Prudente, se deparam com enormes crateras no asfalto. O trecho recebeu novo recape há menos de um ano, quando as obras de reconstrução da ponte que desabou em novembro de 2015 foram finalizadas e o tráfego no local foi liberado.

“A situação está muito perigosa. Muitos motoristas são pegos de surpresa e estão raspando a parte inferior do automóvel no asfalto, onde há um grande buraco e uma lombada se formou. À noite a situação é ainda pior, pois quase não há iluminação”, contou o funcionário de uma empresa localizada em frente ao trecho problemático que se identificou como Rodrigo.

Quem também está preocupado e indignado com a situação é o morador de São Caetano, André Russo. “Trabalho na Vila Prudente e utilizo essa alça todos os dias para ir para casa. Acho um grande absurdo o local ter sido refeito em julho do ano passado e já apresentar problemas no asfalto. Gastaram tanto dinheiro e parece que o serviço não foi bem feito”, declara.

Outro problema apontado é a falta de iluminação. “À noite é muito perigoso passar por este caminho por causa da escuridão. Se algum veículo quebrar por causa desses buracos terá que parar e o risco de assalto é enorme”, comentou Russo.

A Folha entrou em contato com a Prefeitura Regional de Vila Prudente e aguarda um posicionamento. A reportagem também procurou a Secretaria Municipal de Serviços e Obras sobre a falta de iluminação, mas o órgão não se manifestou até o fechamento da matéria.