Na noite do último dia 12, os vereadores da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo promoveram, no Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente, a segunda audiência temática para debater o Projeto de Lei 723/2015 do Executivo, que trata da Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí. Embora com baixa presença de público, cerca de 50 pessoas, a sessão serviu para debater as questões relacionadas sobre a Vila Prudente e a Vila Carioca.
O diretor de Desenvolvimento da SP Urbanismo, Gustavo Partezani, ressaltou que as principais intervenções previstas para estas regiões serão ambientais, de habitações de interesse social e mobilidade. Com relação às moradias populares, o representante do Executivo explicou que o trecho com maiores perspectivas de alterações está na Vila Carioca e atende, em sua maioria, demandas da comunidade de Heliópolis.
“O projeto incorpora essa demanda, que é bastante antiga dos movimentos sociais da área e da própria Secretaria de Habitação, além do compromisso do prefeito em realizar. Já houve tratativas com a Petrobrás, já tem o convênio para passar o terreno para o município. O terreno é contaminado em boa parte, então a primeira fase do projeto será feita na parte limpa”, explicou Partezani.
O vereador Dalton Silvano (DEM), que é o relator do Projeto de Lei, afirmou que as questões de moradias são importantes, mas ele prega cautela e equilíbrio ao tratar o tema. “O relator vai ouvindo as pessoas e o projeto às vezes tem armadilhas, porque as pessoas não moram apenas, também necessitam de lazer, saúde, então temos que buscar esse equilíbrio”, salientou.
Em audiências anteriores ocorridas na região, uma das grandes preocupações da comunidade foi justamente em relação ao adensamento previsto no projeto, ao mesmo tempo em que houve redução da verba destinada aos equipamentos sociais, como creches, escolas e unidades de saúde.
Outro questionamento feito pelos participantes foi referente ao acesso entre Vila Prudente e Vila Carioca, divididos pela linha férrea dos trens da CPTM. Houve reclamações de que para ir de um bairro ao outro, os moradores precisam se deslocar até o Ipiranga ou São Caetano do Sul.
“Quem mora na Vila Prudente e trabalha na Vila Carioca, ou vice-versa, tem um problema enorme de locomoção, existem apenas os viadutos Pacheco Chaves e o Grande São Paulo. Quem mora na Vila Carioca e quer ir ao shopping, que fica atrás da rua, tem que dar uma grande volta”, argumentou o morador do Ipiranga, Arlindo Amaro.
Sobre essa questão de mobilidade, o diretor da SP Urbanismo explicou que, atualmente, o projeto da Linha 18 do monotrilho, do Governo do Estado, torna inviável a realização de qualquer intervenção. “Esse monotrilho impossibilita qualquer conexão por sobre a linha do trem, que é terrestre, entre a Vila Prudente e Vila Carioca. Enquanto isso não se conjugar, o acesso fica prejudicado. Se a gente conseguir algum tipo de entendimento com o Governo do Estado, podemos chegar a estas conexões”, respondeu Partezani.
Mesmo diante desse impasse entre Prefeitura e Estado, ele afirmou que o projeto em debate propõe algumas soluções pontuais que podem diminuir o impacto sentido hoje por aqueles que moram ou trafegam pela região.
“O que está sendo proposto são acessos melhorados junto ao Grande São Paulo, não apenas pelo viaduto, mas também por conexões sobre a laje do rio Tamanduateí”, enfatizou.
O presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, Gilson Barreto (PSDB), salientou que a intenção desses encontros é contemplar o desejo da maioria dos envolvidos. “Não é porque o Executivo mandou um projeto que nós vamos aprovar como está. É por isso que estamos fazendo audiências públicas para conhecer as necessidades das pessoas”, afirmou.
Mooca
Na próxima terça-feira, dia 24, das 19 às 22h, a Câmara Municipal realiza a audiência sobre os setores Mooca e Parque da Mooca no SENAI Theobaldo de Nigris, na rua Bresser, 2315, Mooca.