Passados mais de quatro meses do desmoronamento da ponte sob o viaduto Grande São Paulo, em Vila Prudente, a Prefeitura alegou que o motivo da queda ainda está em análise. Uma das possibilidades, apontada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Siurb), “é o excesso de carga passando sobre ela numa única vez ou repetitivamente, provocando esforço em excesso”. No entanto, a mesma Siurb não acredita que o constante despejo clandestino de entulho no trecho possa ter contribuído para a ponte despencar. A Folha chegou a denunciar várias vezes o problema, mostrando as montanhas de entulho que tomavam a calçada e chegavam a invadir a pista de rolamento para veículos.
Embora questionada várias vezes pela reportagem na ocasião da queda, a Prefeitura também não informou quando foi realizado o último serviço de manutenção estrutural do equipamento. A ponte desabou – junto com entulho – na manhã de 10 de novembro. Por sorte, ninguém passava pelo local. Os trabalhos de remoção dos escombros começaram dois dias depois e a Prefeitura passou a divulgar que os trabalhos de reconstrução do pontilhão levariam seis meses. A empresa contratada para a execução é a DP Barros e o valor da obra está estimado em R$ 2,5 milhões.
A primeira etapa da obra foi a remoção da ponte que tinha 16 metros de largura e 40 metros de extensão sobre o rio Tamanduateí. Segundo a Siurb, esse trabalho foi concluído em uma semana. Em seguida, a Secretaria deu início à execução do projeto para reconstrução do pontilhão e começou a fundação da nova estrutura. A Siurb voltou a afirmar que o prazo, previsto pela Lei 8.666/93, é de 180 dias, ou seja, a ponte deve estar concluída até maio.
Expectativa
A pontilhão era um importante acesso da avenida Anhaia Mello para a avenida Dr. Francisco Mesquita e a população espera que a Prefeitura honre o prazo anunciado.
Essa expectativa é compartilhada pelo Central Plaza Shopping. De acordo com a administração do empreendimento, desde a ocorrência do incidente, tem registrado muitas reclamações de seus clientes e frequentadores por conta da dificuldade que enfrentam para chegar ao shopping.
O morador da Vila Ema, Everton Braga, que trabalha em São Caetano também não vê a hora do novo equipamento ficar pronto. Ele conta que passava pela ponte diariamente para ir ao serviço, mas, agora, é obrigado a passar por dentro dos bairros, o que demanda muito mais tempo. “Utilizar os baixos do viaduto agilizava muito meu caminho para São Caetano. Hoje gasto cerca de 20 minutos a mais para ir ao trabalho”, comenta.
Quem também relata os transtornos causados pela queda da ponte é o presidente da Associação dos Amigos da Favela de Vila Prudente, Aparecido Augusto de Souza. “Os moradores da comunidade reclamam bastante, pois dificultou o acesso ao lado do Ipiranga e do ABC, onde várias pessoas trabalham. Todos são obrigados a utilizar o viaduto Grande São Paulo, que é muito movimentado e perigoso”, contou.