O empresário e apresentador João Doria Jr., que pretende disputar o pleito para prefeito de São Paulo pelo PSDB, esteve no Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente no último dia 5. Ele foi recebido pelo presidente da entidade e do jornal, Newton Zadra, e concedeu entrevista à Folha. Todavia, antes de se lançar à corrida eleitoral, Doria precisa primeiro vencer o deputado federal Ricardo Tripoli e o vereador Andrea Matarazzo nas prévias do partido marcadas para o dia 28 deste mês.
Apesar das constantes notícias de que o PSDB vai bastante rachado às previas e há risco do entrevero se estender à campanha eleitoral, Doria garantiu que o clima não é de guerra e que certamente haverá “bons perdedores” dispostos a apoiar o vencedor. “Temos três bons candidatos que seguramente saberão acolher quem sair vitorioso. Acima de tudo, é um processo democrático e principalmente os filiados e militantes aprovam isso, não querem a imposição como ocorre em outros partidos. Não podem omitir o direito de escolha deles”, comenta.
Ele acredita que vai pesar a seu favor o apoio externado do governador Geraldo Alckmin. “É a figura política do PSDB mais importante eleitoralmente do país, não apenas em São Paulo. Então, na medida, que o governador emite uma opinião, com todo direito de fazer, é um fator muito positivo e expressivo para a campanha, ao mesmo tempo em que aumenta ainda mais a minha responsabilidade”, acredita. No entanto, Doria não goza da mesma vantagem com outros dois nomes de peso do partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra, que vão apoiar Matarazzo.
Caso saia vitorioso das prévias, Doria já tem definidas algumas bandeiras de campanha, como a posição totalmente contrária à proposta do prefeito Fernando Haddad (PT) de promover eleições para subprefeitos. O projeto já foi encaminhado para discussão e votação na Câmara Municipal. “Não faz o menor sentido. O prefeito é eleito para comandar e tem obrigação de escolher corretamente seus gestores e colaboradores, não passar essa responsabilidade para a população”, enfatizou.
Ainda sobre subprefeituras, o pré-candidato ressaltou que as unidades precisam ter mais autonomia para cumprir corretamente suas funções. “Eu começaria pela mudança de nome para Prefeituras Regionais”, explicando que a ideia é que cada uma delas conte obrigatoriamente com três minissecretarias. “Tem que ter a de Zeladoria Urbana, para dar conta adequadamente dos serviços de limpeza, manutenção de jardins e outros, o que não acontece hoje. A outra será a de Assistência Social, que será ocupada por uma mulher, que tem mais sensibilidade nesse setor. A terceira é a de Obras que terá responsabilidade de fazer o acompanhamento de obras municipais, estaduais e federais. Creio que assim conseguiremos dar mais eficiência”, explicou. Doria ressaltou que as indicações dos prefeitos regionais serão em lista tríplice: uma do partido, uma em comum acordo dos vereadores eleitos na região e uma da sociedade civil, que inclui entidades, lideranças locais, rotary´s, etc. “E que fique claro que, apesar de todo esse processo, o escolhido será trocado caso não cumpra a missão com responsabilidade. Não deve existir complacência na gestão pública, precisamos de eficiência, agilidade e senso de urgência, que a cidade perdeu. São Paulo não tem mais senso de urgência para nada”, finalizou.