Os aposentados Edina Barreira de Lima, 61 anos, e Edmilson de Lima, 59, viveram um dos piores dias de suas vidas na segunda-feira, dia 9. O casal foi obrigado a deixar a residência onde viviam há décadas, na rua Lavinia Ribeiro, 30 B, Vila Diva, por causa do processo de desapropriação para a construção da futura estação Água Rasa da Linha 2-Verde. A situação é ainda mais dramática porque eles não receberam a indenização disponibilizado pela Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô. A quantia está depositada em juízo e a Justiça não libera a retirada alegando irregularidades na documentação do imóvel.
“É muito triste saber que terei que sair da casa erguida pelo meu pai e onde construí minha história, criei meus filhos. Pior ainda é sair sem dinheiro. A Justiça não liberou por questões burocráticas. Deveria haver bom senso e liberar pelo menos uma parte”, conta Edina com muita tristeza. “Com muita dificuldade conseguimos encontrar um lugar para alugar no Jardim Iva, que é bem mais distante. Teremos que gastar mil reais de aluguel e viver ainda mais apertados com a nossa aposentadoria”, completa.
A residência do casal é um dos muitos imóveis desapropriados na redondeza. De acordo com o advogado Walter de Almeida Pifai Junior, que está no caso desde 2013 – quando o processo de reintegração foi iniciado e publicado em Diário Oficial – o casal possui apenas um documento que atesta a posse do imóvel, mas a residência não consta no Cartório de Registro de Imóveis. “Estou tentando conseguir na Justiça o título de usucapião em razão de morarem há muito tempo neste local, mas há alguns indícios de que a área era considerada pública há mais de 100 anos, o que pode dificultar o processo, pois usucapião não pode ser aplicado em área pública. Entretanto continuarei tentando”, explicou o advogado.
Há cerca de um mês o Metrô iniciou a demolição de imóveis desapropriados nas proximidades. As primeiras casas derrubadas ficavam entre as avenidas Sapopemba e Adutora do Rio Claro.