No próximo dia 17 a Mooca completa 459 anos e na mesma semana, a Prefeitura pretende devolver ao bairro o Teatro Municipal Arthur Azevedo inteiramente reformado, modernizado e com acessibilidade total, após investimento de R$ 7,8 milhões da Secretaria Municipal de Cultura. A partir deste mês, o espaço passa a abrigar também a sede do Clube do Choro de São Paulo, anunciada em maio pelo prefeito Fernando Haddad após a mobilização de artistas e admiradores do estilo.
Será o reencontro do público com o querido teatro fechado às pressas em setembro de 2011 em tristes condições. Com exceção da bela arquitetura do prédio, tombado em 1992, o espaço em nada deve lembrar a velha sala de espetáculos com graves goteiras, poltronas apertadas, falta de acústica e outros problemas que acabaram por interromper os espetáculos bem antes do início da ampla reforma, que começou em julho de 2012.
A reinauguração estava prevista inicialmente para este sábado, dia 8, mas, por conta dos últimos ajustes, a Secretaria transferiu, por enquanto, para o dia 18 – dependendo apenas das agendas das autoridades que estarão presentes na solenidade de reabertura. Na ocasião está prevista também uma roda de choro.
A programação aberta ao público começa no dia 21 com a apresentação de um dos ícones do gênero musical: o grupo Izaías e Seus Chorões, o mais antigo em atividade em São Paulo. No final de semana seguinte à reabertura, o teatro recebe grandes artistas de outros estilos: Ângela Maria e Cauby Peixoto apresentam o show “Reencontro” no dia 28, às 21h. No dia 29 é vez de Moraes Moreira mostrar os sucessos que marcaram a trajetória artística iniciada nos anos 70. Em setembro, começam os espetáculos teatrais.
“Com a reinauguração do principal teatro da Mooca e a instalação do Clube do Choro, a Secretaria Municipal de Cultura requalifica duplamente este equipamento cultural. Em primeiro lugar, promovendo a sua modernização técnica e depois dando um salto de qualidade na sua programação cultural, com show e rodas de choro e atividades regulares de formação relacionadas a esse gênero musical”, ressalta o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki.
História e reforma
O Teatro Arthur Azevedo faz parte de um conjunto de três teatros construídos na década de 50, segundo um mesmo projeto padrão concebido pelo arquiteto Roberto Tibau. Os outros dois teatros são o João Caetano, na Vila Mariana, e o Paulo Eiró, em Santo Amaro. Eles surgiram como “teatros populares”, em bairros até então afastados do centro e ocupados por população operária. O Arthur Azevedo foi inaugurado em 2 de agosto de 1952. Em 1992 foi concretizado o tombamento do prédio pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural (Conpresp), como exemplo de arquitetura modernista em São Paulo.
Agora, reformado e modernizado com projeto da arquiteta Silvana Santopaolo, do Gerenciamento Técnico de Obras da Secretaria Municipal de Cultura, foi colocado no mesmo patamar das principais salas da cidade: além de oferecer mais recursos técnicos contemporâneos para as companhias, o público terá mais conforto.
Com capacidade total de 349 lugares, incluindo 16 especiais, a obra contemplou a requalificação da caixa de palco com a instalação de recursos modernos de cenotecnia para teatro e sistema de projeção; nova cabine de controle de som e luz; melhoria acústica; ar-condicionado com sistemas de controle independentes para palco e platéia; novas instalações elétricas e hidráulicas e novas poltronas para o público. Além disso, foi construído um prédio anexo para abrigar a área administrativa e as salas multiuso para ensaios, oficinas e apresentações mais intimistas.
A área reformada total é de 1.454 m² e com o prédio anexo a área construída foi ampliada em 500 m². O terreno total tem 3 mil m², considerando ainda os jardins e o estacionamento com 26 vagas, sendo 5 exclusivas para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.