Questionada pela Folha sobre a prometida expansão do horário de funcionamento da Linha 15- Prata do monotrilho, no trecho de menos de três quilômetros entre as estações Vila Prudente e Oratório, a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô respondeu, mais uma vez, que a ampliação “está prevista para o final do mês de junho”. A reportagem contestou que junho termina na próxima terça-feira, dia 30, e mesmo assim, o Metrô não informou a data.
A história se repete desde o final de março, quando o novo secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, declarou que o trecho teria o funcionamento ampliado para 12 horas diárias, das 7 às 19h, no fim de abril, quando também seria iniciada a cobrança de tarifa. Mas, o monotrilho continua operando apenas cinco horas por dia, das 9 às 14h.
Aberto ao público em agosto do ano passado, o transporte permanece bastante ocioso. Os trens que saem das estações com intervalos médios de 10 minutos, circulam praticamente vazios. A Folha questionou qual o custo para manter as estações abertas por tantos meses sem a cobrança de tarifa e também não obteve resposta.
Segundo o Metrô, a ampliação do horário ainda depende da conclusão dos testes de comissionamento e ajustes dos sistemas de sinalização de via e dos trens, fornecidos pela Bombardier. Foi informado ainda que a instalação do sistema de alimentação elétrica, de responsabilidade da Siemens e da MPE, também sofreu atraso em relação ao cronograma inicialmente proposto. Mas, de acordo com o Metrô, estas questões já não afetam a ampliação de horário e as empresas foram notificadas “pelo descumprimento dos cronogramas de trabalho, que ocasionam ou ocasionaram o prolongamento da fase de testes”. Por fim, o Metrô alegou que a duração do período de testes é proporcional ao ineditismo do novo sistema de transporte e das novas tecnologias empregadas.
CPI na Câmara pode investigar atraso em obras
A vereadora Juliana Cardoso, líder do PT na Câmara Municipal, protocolou requerimento no último dia 18 solicitando a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos e aditamentos das licitações para a construção das duas linhas de monotrilhos na cidade. As principais justificativas apresentadas no requerimento, que recebeu 22 assinaturas, são o demasiado atraso e o atual abandono das obras, além do alto custo da Linha 15-Prata entre as estações Oratório e Cidade Tiradentes.
Ao lançar os processos de licitação em agosto de 2009 o governador José Serra estabeleceu prazo de cinco anos para entrega dos 100 quilômetros iniciais de monotrilho. A licitação da Linha Prata tinha custo de R$ 2,9 bilhões, mas, segundo o documento protocolado, dados atuais mostram que já ultrapassam R$ 6,4 bilhões.
“Até o momento foram entregues pouco mais de dois quilômetros e há quase um ano a parte entre as estações Oratório e Vila Prudente continua em fase de testes, com trenzinhos vazios de ida e volta”, afirmou a vereadora. “Vale lembrar que na época, os principais argumentos do Governo do Estado para optar pelo modal monotrilho, em vez do metrô, eram o baixo custo e a rapidez nas obras, mas não é o que está ocorrendo”.
E nada da passarela! Lamentável!!!
Incompetência tucana! Nada de se estranhar. Já são mais de 20 anos de passos de preguiça no governo do estado de São Paulo.
Cada dia que passa tenho mais nojo dos políticos brasileiros.
Enquanto houver financiamento privado de campanha o Brasil continuará assim.
O sistema já está sob uma operação velada. E o pior é que o Metrô está arcando com todos os gastos de operacionalização de um trecho em que não há operação. Custos de operação dos novos trens, de manutenção das estações do trecho em operação, dos funcionários (tanto das estações quanto do pátio), tudo nas costas do Metrô. Isso sem falar do desperdício de energia elétrica (baratinha como está) em um trecho inoperante, com duas estações entregues às moscas. Ou seja, o preço desse oba-oba logo mais vai estourar no bolso dos usuários. É só aguardar.