A avenida Anhaia Mello, no trecho próximo à estação Vila Prudente do metrô, recebeu nova capa asfáltica. O serviço realizado pela Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô pode beneficiar os motoristas, mas gerou grande preocupação entre os moradores da rua Dr. Roberto Feijó, que é uma travessa da avenida. Segundo eles, com o novo recape, o nível da Anhaia Mello no sentido bairro ficou elevado em relação à rua, o que pode agravar os alagamentos na Roberto Feijó.
“Na última tempestade, ocorrida em março, a água quase ultrapassou a comporta de ferro de 1,60m que tem no portão de casa. Isso ocorreu antes do serviço de recapeamento na avenida. Agora, com esse trabalho mal planejado, a situação tende a piorar. Prevejo que iremos ‘morrer afogados’ uma vez que a água das chuvas vai desembocar nessa rua”, comentou a moradora Doutor Roberto Feijó, Claudia Toth.
Segundo Claudia, além do aumento do risco de alagamentos, outro grave problema é a ausência de sincronia entre a Prefeitura e o Metrô. “Eu e alguns vizinhos fomos até a Subprefeitura de Vila Prudente buscar alguma solução para o problema, mas o órgão se limitou a afirmar que a obra é do Metrô. Isso é um absurdo. Qualquer pessoa da região sabe que aqui é ponto de alagamento e como a Subprefeitura não supervisiona ou fiscaliza este trabalho de recape na avenida, que irá piorar ainda mais a situação das enchentes?”, questiona.
Anteontem aconteceu uma reunião no canteiro de obras do Metrô, na rua Cavour, entre representantes dos moradores da Doutor Roberto Feijó, funcionários da Companhia e da Subprefeitura. “Infelizmente nada foi resolvido. O Metrô alegou que o trabalho já está feito e que o problema de enchentes não é de sua competência. Funcionários da Subprefeitura ficaram de avaliar a possibilidade da rua receber mais bueiros, o que, na minha opinião, não irá resolver”, declarou Claudia, que participou do encontro da reunião.
A Folha entrou em contato com a Subprefeitura de Vila Prudente, questionando sobre as vistorias durante o serviço de recapeamento e o órgão, a exemplo do que fez com os moradores, se limitou novamente a informar que o trabalho é de responsabilidade do Metrô.
O Metrô informou que os serviços no sistema viário no entorno da estação foram aprovados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Foi ressaltado que o desnível citado entre a Anhaia Mello e a Doutor Roberto Feijó é anterior à intervenção realizada, que executou apenas adequações na geometria do viário, que, historicamente, é atingida pelas cheias. O Metrô salientou também que recebeu alguns moradores da via para comunicar que as obras não interferem na questão das enchentes.
CET = Companhia de Engenheiros
Trapalhões