Em missão oficial no Brasil, a primeira da história, o ministro das Relações Exteriores da República da Lituânia, Linas Linkevičius, reservou um espaço na agenda para conhecer a Vila Zelina, bairro que concentra grande número de imigrantes lituanos e seus descendentes que se esforçam para manter a cultura e as tradições do país. A visita aconteceu na manhã do sábado, dia 11, e a chegada da comitiva chamou atenção com o apoio de batedores da Polícia Militar.
A primeira parada do ministro foi na praça República Lituana, onde depositou flores junto ao Monumento à Liberdade, erguido em 1985 no centro da área verde. Depois ele conheceu a Paróquia de São José, inaugurada em 1936, mesmo ano em que o padre lituano Pijus Pagazinkas chegou ao bairro. Até hoje são celebradas missas em lituano na igreja.
A programação seguiu com almoço na Sajunga – Aliança Lituana, na Mooca, onde discursou e destacou a importância da comunidade da Vila Zelina para perpetuar a cultura lituana entre os descendentes. Destacou ainda que a Lituânia vem oferecendo grande apoio à Ucrânia e lamentou que ainda exista país na Europa que não respeita a liberdade e em tom bem humorado completou: “ouvi dizer que também enfrentam problema em Vila Zelina”.
Linkevičius ressaltou que não existe diferença entre os lituanos que moram na Lituânia e os que vivem em outros lugares. “Somos todos uma grande família, temos uma única mãe”, falou sobre aplausos. A cônsul geral da República Lituânia em São Paulo, Laura Guobuzaite, e o subprefeito de Vila Prudente, José de Deus Alencar, acompanharam toda a visita do ministro na região.
Intercâmbios
Em entrevista à Folha, o ministro destacou que pretende reforçar as relações diplomáticas entre o Brasil e a Lituânia e teve encontros com alguns ministros em Brasília. Em São Paulo, entre outros compromissos participou de um seminário da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp). Linkevičius acredita que a Lituânia tem muito a oferecer ao Brasil no setor de tecnologia e destacou que o país é detentor hoje da internet pública mais rápida do mundo. “No ramo da bioengenharia também promovemos a cada dois anos encontros com cientistas do mundo todo na Lituânia e queremos convidar os brasileiros para participarem também”, comentou. Outro setor em potencial, segundo o ministro, é o intercâmbio para estudantes. “Oferecemos universidades de alto nível a custos bem acessíveis e as aulas são ministradas em inglês. É uma rota que ainda não é muito conhecida, mas muito proveitosa”, finalizou.
Árvore chama atenção de ministro e causa polêmica
Assim que foi encerrada a solenidade na praça República Lituana, o ministro Linas Linkevičius questionou a presença de uma árvore que, além de destoar da disposição das demais após a reforma recém concluída na área, encobre o Monumento à Liberdade. Na ocasião, o subprefeito de Vila Prudente, José de Deus Alencar, garantiu à comitiva que a espécie já tinha laudo do setor de engenharia agrônoma da unidade, inclusive publicado em Diário Oficial, prevendo a remoção porque poderia causar danos ao piso da praça, além de acarretar risco a um patrimônio público em uma eventual queda. Questionado também pela imprensa presente, deu o prazo de 20 dias para a remoção. Como determina a lei, em caso de remoção deve haver compensação ambiental no próprio local.
No entanto, passados quatro dias do evento, a Subprefeitura de Vila Prudente mudou de opinião: será realizado novo laudo para averiguar o serviço mais adequado à espécie. O resultado ficará pronto em 15 dias. Foi alegado ainda que houve contestação do laudo anterior, por isso a necessidade da revisão.
A polêmica aumenta porque muitos lituanos alegam que a espécie não existia na ocasião da inauguração do monumento. No entanto, o cadastro de exemplares arbóreos da cidade é uma prática recente na cidade, foi implantado somente na gestão passada. Por esse motivo, a Subprefeitura não sabe responder há quanto tempo a árvore está na praça. (Kátia Leite)
Boa tarde,
A nova praça, no geral ficou melhor após a reforma, principalmente a iluminação, mas algumas coisas deixam a desejar, como por exemplo, a manutenção do Monumento à Liberdade; a árvore que encobre o próprio monumento; a falta de cestos de lixo (atualmente tem uma pequena lixeira que não comporta a quantidade de lixo deixado na praça; a falta de limpeza da área verde, recém plantada e a falta de água para as plantas e grama; o lixo predomina em todos os pontos da praça, inclusive a coroa de flores depositada pelo Ministro das RE da Lituânia no último dia 11, continua jogada na praça; falta orientação para os usuários quanto a manutenção da limpeza no local; existe uma placa da entidade que diz manter o local, mas até o momento não é isso que tem mostrado. As pessoas que fazem a varrição da rua, utilizam a praça para descanso, mas “passam ao largo” com suas vassouras. Entendo que vale a pena o Jornal acompanhar a situação existente, antes que o local se deteriore.