Cansados dos assaltos sofridos, os residentes do quarteirão entre as ruas Francisco Polito, Itanhaém e Torquato Tasso resolveram se unir para tentar inibir as investidas dos criminosos. No início de novembro implantaram um sistema de câmeras de vigilância nas vias, que permite ver o rosto de quem passa pelas ruas, assim como as placas dos veículos. Os moradores também compraram rádios comunicadores, para avisar os vizinhos quando estão chegando ou saindo de casa. A iniciativa começou a ser estudada em maio, mas ganhou força no mês seguinte, quando uma moradora foi baleada em uma tentativa de assalto.
“Em junho bandidos invadiram uma residência da rua Francisco Polito depois de renderem o morador. Eles entraram no imóvel e não sabiam que a mulher estava em um dos quartos, e quando um dos criminosos se deparou com ela, atirou. Por sorte esta vizinha sobreviveu. Mas o caso abalou todo mundo e, como já estávamos conversando sobre algo para aumentar a segurança, resolvemos correr atrás das câmeras”, destaca um dos residentes que prefere não se identificar.
De acordo com os moradores, o sistema é barato e a adesão da vizinhança foi grande. “Conseguimos um comércio na Santa Ifigênia que forneceu e instalou as câmeras apenas pelo custo de manutenção. Como temos 22 famílias participando do programa, cada residência paga apenas R$ 40. E o sistema permite que você visualize as imagens pela Internet e ainda grava os vídeos, o que torna possível entregá-los à polícia no caso de algum crime. Também compramos os rádios e sempre que alguém está chegando em casa avisa os vizinhos. Estes saem na janela ou varanda e informam se há alguma movimentação suspeita na rua”, explicam os participantes do sistema.
A notícia do sistema implantado se espalhou pelo bairro, o que fez com que residentes de outras vias quisessem participar. “Este programa possibilitou que os vizinhos ficassem mais unidos. Também está atraindo outras famílias de ruas próximas. Mas não é possível incluir todo mundo. Porém, já estamos conversando com outros moradores para que eles montem um sistema deles também. Vamos ajudar em tudo que for possível”, declara um dos idealizadores da iniciativa.
Polícia aprova ideia
Como porta-voz do 21º Batalhão de Polícia Militar, o capitão Claudio José Marangon, destacou que a união de vizinhos para inibir crimes auxilia o trabalho da PM. “A corporação conta com o programa Vizinhança Solidária, que tem o mesmo conceito do sistema implantado pelos moradores dessas ruas. Isso é muito válido. Toda providência tomada para inibir a ação de criminosos é bem-vinda. Ainda mais as que unem a comunidade”.
Marangon ressalta ainda que as câmeras, além de afastar criminosos do local, ajudam na solução de crimes. “Na abertura de um inquérito a busca de imagens que mostrem o rosto ou o veículo dos bandidos é essencial no trabalho da Polícia Civil. Mas o principal é que inibe a ação destes meliantes, que sempre procuram o caminho mais fácil para roubar ou furtar”, completa o capitão.
Parabéns a vocês que procuraram a fazer algo ao invés de esperar pela segurança publica esta idéia deveria ser adotada por todos os lugares, assim esse marginais sumiriam.