Em janeiro de 2014 o Departamento de Águas e Energia (DAEE) do Governo do Estado, responsável pela construção do Piscinão Guamaringa, entre os baixos do viaduto Grande São Paulo e a avenida Doutor Francisco Mesquita, na Vila Prudente, informou que as obras estavam com 47% dos serviços executados e a previsão de entrega total era no final deste ano. No entanto, sem justificativa, o prazo foi estendido em vários meses. Questionado pela Folha nesta semana, o DAEE declarou que o equipamento está com 65% das obras concluídas e a finalização do serviço deve ocorrer em outubro de 2015. Não foi explicado porque em um ano os trabalhos avançaram apenas 18%.
A prova do atraso na obra está no próprio site do DAEE. Matéria ainda no ar de janeiro de 2013, quando o governador Geraldo Alckmin vistoriou pela primeira vez as obras no piscinão, iniciadas em dezembro de 2012, divulgava que a expectativa do Governo do Estado era de concluir os trabalhos em 24 meses, mas nesta semana o discurso mudou para 32 meses. Na ocasião da vistoria, Alckmin declarou que o Guamiranga será o maior piscinão do Estado. “Com capacidade para 850 mil metros cúbicos de água das chuvas, esta obra de macrodrenagem será extremamente importante para a região metropolitana”, destacou o governador.
No entanto, quem passa pelo local, além de observar poucos operários trabalhando, percebe facilmente que o reservatório ainda não ganhou forma e parece apenas um grande canteiro de obras. “Moro nas proximidades do piscinão, onde alaga sempre que caem chuvas fortes. Uso o trecho com frequência e noto que os trabalhos não andam”, reclama o morador da Vila Prudente, Rener Barbosa.
Quando pronto, o equipamento ocupará área de 70 mil m² e terá
Para a construção do equipamento, o local precisou passar por processo de descontaminação, pois abrigou um parque industrial na década de 50. Depois, foi ocupado por anos por uma favela, que foi extinta quando a contaminação foi descoberta. No local havia até creche pública. O mapeamento da área para descontaminação foi realizado com a supervisão da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), seguindo as exigências previstas
Neste momento de crise hídrica, a questão dos piscinões deveria ser repensada no sentido do aproveitamento das águas captadas por esses reservatórios, uma vez que os piscinões atuais servem apenas como uma área de escape que visa apenas evitar as enchentes, pois toda água acumulada é devolvida aos rios, ou seja, é totalmente perdida após as chuvas.
Não sei se nos piscinões atuais existe tal possibilidade, mas acho que pode ser feito naqueles que ainda estão em construção, como é o caso da Guamiranga.