Há cerca de dois meses a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) retirou o agente de trânsito que ficava posicionado todas as manhãs no horário de pico, no cruzamento da avenida Doutor Francisco Mesquita com o viaduto Grande São Paulo, na Vila Prudente. O operador era responsável por colocar cones no local, liberando assim a passagem de veículos pela faixa da esquerda da avenida, mesmo com o semáforo do trecho fechado. De acordo com os motoristas que utilizam o trecho, os congestionamentos aumentaram muito sem a ajuda do agente.
“Quem vai sentido Centro agora está sendo obrigado a ficar no farol e a enfrentar diariamente um trânsito infernal. Antes, com o agente no local, o tráfego fluía bem, tranquilamente. No trecho não existe faixa de pedestres, poderia muito bem continuar com a faixa da esquerda liberada”, comenta o morador da região, Reynaldo Mincov Junior.
Quem também solicita a presença do agente de trânsito no cruzamento é a nutricionista, que reside na Vila Bela, Natalia Machado Dias. “Quem vem da Vila Bela, Vila Zelina ou Vila Alpina, só tem três vias para chegar ao viaduto: a Ibitirama, que conta com faixa exclusiva de ônibus e é parada de manhã; a Maria Daffré, que é estreita e repleta de semáforos; e a Doutor Francisco Mesquita, que era a que restava com fluidez melhor. Mas, com a ausência da CET no cruzamento, todos são obrigados a parar no farol, o que faz o trânsito da avenida ficar quilométrico”, destaca Natalia.
Já o empresário Cleber Araújo ressalta que a situação também gera insegurança aos motoristas. “Sem o agente de trânsito você é obrigado a ficar no semáforo do cruzamento, que é muito perigoso. No local existiram muitos casos de roubo e até o latrocínio de um motorista. E a liberação da pista da esquerda, e até mesmo a presença física do agente, inibia os criminosos. Agora, com todo mundo parado no trânsito, temo que os assaltos voltem a acontecer”, completou.
Questionada, a CET destacou que fez alterações no plano semafórico do cruzamento, “de maneira que a presença em tempo integral do agente não tem se mostrado necessária”. Foi ressaltado ainda que “o lugar continua sendo monitorado e, quando há situações em que a intervenção dos agentes se faz necessária, elas serão feitas”.
Era a única coisa que funcionava com a “presença destes agentes”.