As comemorações oficiais pela beatificação de Madre Assunta Marchetti, ocorrida no último dia 25, começaram na sexta-feira, dia 24, com a inauguração de um monumento na praça Carlos Siqueira Neto, na rua do Orfanato – que recebeu esse nome por causa do antigo Orfanato Cristóvão Colombo, instalado em Vila Prudente desde fins do século 19. O arcebispo de Lucca, na Itália, dom Ítalo Castellani, que representou a região de Lombrici de Camaiore, onde a beata nasceu, falou sobre a importância da religiosa, abençoou o monumento e todos os presentes. Além de grande público local, o evento foi acompanhado por peregrinos da Itália, Estados Unidos, Filipinas e países da América Latina, além das irmãs da Congregação da beata Assunta.
Outro destaque da programação, também na tarde da sexta-feira, foi a abertura do Memorial Beata Assunta Marchetti dentro do antigo orfanato na Vila Prudente. A inauguração teve as presenças do arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, e do prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato, além do arcebispo Castellani. O espaço reúne objetos pessoais, fotografias, documentos e vídeo que ajudam a contar a história da madre. Também é possível conhecer o quarto onde ela viveu e passou seus últimos dias.
No jardim do Memorial, Dom Odilo abençoou uma imagem de bronze da madre, esculpida em sua terra natal. Durante a coletiva de imprensa, o arcebispo destacou que essa beatificação é um apelo para manter os olhos abertos aos migrantes e pessoas em situação de vulnerabilidade.
A programação no Memorial continuou com apresentações culturais das crianças atendidas pela Congregação. Durante toda a tarde, os fiéis formaram filas para rezar diante do túmulo de Madre Assunta. Também houve uma vigília de oração e preparação para a beatificação.
Ainda não há horário definido para visitação pública do Memorial. Os interessados em conhecer o local devem entrar em contato com a Casa Madre Assunta Marchetti pelo telefone: 2063-1269.
Papa destaca o trabalho da nova beata
O Papa Francisco elogiou a madre Assunta. “Marchetti foi uma madre exemplar, que trabalhou a serviço dos órfãos de imigrantes italianos. Ela via Jesus presente nos pobres, nos órfãos, nos doentes, nos imigrantes”, disse no domingo, dia 26, durante a celebração do Ângelus, no Vaticano.
História
Nascida em Lombrici de Camaiore, na Itália, em 1871, Madre Assunta chegou ao Brasil em 1895 para colaborar com seu irmão, padre José Marchetti na missão de cuidar dos órfãos de imigrantes italianos e de escravos recém-libertados. Seu pioneirismo obrigou o bispo João Scalabrini a criar a ala feminina da Congregação de São Carlos Borromeu, da qual Madre Assunta foi cofundadora. Sua vida foi de exemplo de dedicação. Cumpriu seu magistério religioso ocupando todos os cargos da Congregação, desde Superiora Geral até o da mais simples missionária. E, nestas funções demonstrou sempre sua santidade latente. Morreu em 1º de julho de 1948, aos 77 anos, depois de longa agonia oriunda de gangrena que a acometeu num acidente quando cuidava de órfãos.