Na tarde da terça-feira, dia 23, foi a vez do candidato ao Senado pelo PSD, Gilberto Kassab, marcar presença na Vila Prudente. Ele esteve no Círculo de Trabalhadores Cristãos, onde concedeu entrevista à Folha e conversou com o grupo de terceira idade da entidade, explicando a importância do cargo para trazer recursos para o estado. “São Paulo vive a mais grave crise de falta de água da sua história e não vejo os atuais senadores paulistas brigando para conseguir verba para construir mais reservatórios. Isso é função do senador. Em diversos estados, tenho certeza absoluta que, diante dessa crise, os senadores já teriam parado o Congresso e exigido investimentos emergenciais do Governo Federal”, destacou.
De acordo com Kassab, a falta de combatividade dos representantes paulistas no Senado (Aloysio Nunes, do PSDB; Antonio Carlos Rodrigues, do PR, e Eduardo Suplicy, do PT, que concorre à reeleição) vem abalando gravemente os interesses financeiros do estado. “São Paulo perdeu muito poder econômico. No ano passado, arrecadamos em tributos federais R$ 320 bilhões. E apenas R$ 30 bilhões voltou ao estado. Isso não é possível. Não dá para o Brasil quebrar São Paulo, até porque quando São Paulo quebrar, o país também quebra”, argumentou. “E não vejo os senadores fazerem nada para mudar isso. Eu serei combativo”, completou.
Apesar de aparecer na terceira colocação nas pesquisas de intenções de votos, o ex-prefeito de São Paulo acredita que tem chances de ultrapassar Eduardo Suplicy (PT) e chegar em 5 de outubro, dia do pleito, brigando pela vaga com José Serra (PSDB). “A cada dois dias fazemos pesquisas internas que apontam 15% das intenções de votos para mim. O objetivo é passar o Suplicy e puxar os votos dele. Temos mais de uma semana, o que é uma eternidade em campanha eleitoral”, afirma Kassab lembrando a descrença que também enfrentou na campanha à Prefeitura.
“Na eleição para prefeito eu tinha 3%, enquanto o Geraldo Alckmin 50% e a Marta Suplicy, 30%. Estou disputando as eleições e faz parte da democracia ganhar e perder. Estou entusiasmado para ser senador. Mas, se perder vou continuar na vida pública dando a minha contribuição”, comenta Kassab que também é o presidente nacional do PSD.
O candidato ainda criticou a mesmice dos seus dois principais opositores. “Tenho muito respeito pelo Suplicy e pelo Serra, mas, o Suplicy é senador há 24 anos e o Serra também esteve no Senado 20 anos atrás. E será que o Serra quer ser senador mesmo ou quer ser ministro ou governador? Eu quero ser senador. Se eleito, ficarei oito anos representando São Paulo”, disparou.