Com um terço de vereadores candidatos a outros cargos eletivos em 2014, a Câmara Municipal de São Paulo retornou para a sua primeira sessão pós-recesso de julho na última terça-feira, dia 5. Vamos acompanhar o ritmo do trabalho do Legislativo, que costuma ser pautado pelo calendário eleitoral e pelos interesses partidários. São oito vereadores concorrendo a deputado federal, outros nove a deputado estadual e dois a governador do Estado, embora sem chance, segundo pesquisas de intenções de votos: Laércio Benko (PHS) e Gilberto Natalini (PV). Os outros podem se eleger e abrir vagas para a posse de até 17 suplentes, ainda na metade do mandato de quatro anos. É muita coisa!
São candidatos a deputado estadual os vereadores Coronel Camilo (PSD), José Police Neto (PSD), Marco Aurélio Cunha (PSD), Marta Costa (PSD), Gilson Barreto (PSDB), Coronel Telhada (PSDB), Marquito (PTB), José Américo (PT) e Roberto Tripoli (PV). A deputado federal são: Paulo Frange (PTB), Conte Lopes (PTB), Eliseu Gabriel (PSB), Floriano Pesaro (PSDB), Goulart (PSD), Netinho de Paula (PCdoB), Ricardo Nunes (PMDB) e Senival Moura (PT).
Com isso, é bom ficar atento aos suplentes que podem chegar à Câmara e mudar sensivelmente a atual configuração partidária, ainda que sem alterar a maioria folgada pró-governo Haddad. A possível chegada dos novatos (na realidade, nem tão novatos assim) inflaciona a demanda junto ao Executivo e pode mudar os rumos para as eleições internas da Mesa Diretora da Câmara, presidida há dois anos pelo petista José Américo (que pelo regimento interno não pode concorrer à reeleição da Mesa mesmo se não se eleger deputado em 2014).
Vamos então checar quem são os suplentes que podem assumir mandatos na Câmara a partir de janeiro de 2015:
Como PSD e PSDB estavam na mesma coligação em 2012 (junto com o PR e o DEM) e tem oito vereadores candidatos em 2014, podem abrir vaga para Adolfo Quintas e Aníbal de Freitas, ambos ex-vereadores do PSDB; na sequência, um novato, o empresário João Carlos “Jonas Camisa Nova” (DEM); e outros ex-vereadores: Quito Formiga (PR), Salomão Pereira (PSDB), Rogério Farhat (PR) e Ushitaro Kamia (PSD). No fim da fila, outros novatos: o advogado Fabio Riva (PSDB) e o comerciante José Arivaldo Rodrigues, o “Zé Turin” (PSDB).
Com a possível eleição de José Américo e Senival Moura, do PT, além de Eliseu Gabriel, do PSB, subiriam pela ordem os suplentes Wadih Mutran (PP), veterano malufista que ficou de fora da Câmara pela primeira vez em mais de 30 anos e oito mandatos consecutivos; e os petistas Alessandro Guedes e Francisco Chagas. Na fila de espera seguem o ex-vereador e ex-deputado Ítalo Cardoso (PT), hoje na diretoria da SPTuris, e o ex-vereador Juscelino Gadelha (PSB).
Pelo PMDB, se Ricardo Nunes for eleito deputado, deveria assumir a primeira suplente, a advogada Luiza Nagib Eluf. Porém, como ela migrou para o PRP, deve ficar com a vaga o próximo suplente da coligação entre PMDB, PSL, PSC e PTC, o pastor e ex-deputado Lelis Trajano (PSL). Pela coligação do PTB com o PRB, que tem três vereadores candidatos (além do licenciado Celso Jatene, que ocupa a Secretaria de Esportes de Haddad), assumiriam os suplentes Valdecir Cabrabom (PTB); o ex-deputado Mozart Russomanno (PRB), irmão de Celso Russomanno; o jornalista esportivo Chico Lang (PTB) e a comerciante Marilda Felipe “Coberarte” (PRB).
Pelo PCdoB, no lugar de Netinho de Paula pode retornar o ex-ministro Orlando Silva, que é também candidato a deputado, ou o ex-deputado e ex-vereador Jamil Murad. Pelo PV, se Roberto Tripoli – o vereador mais votado em 2012 – for eleito deputado estadual, será efetivado o vereador Abou Anni (que já atua na Câmara no lugar do titular Ricardo Teixeira, nomeado secretário da gestão Haddad). Na sequência aparece o empresário Sidney de Oliveira, que neste ano já abriu mão de exercer interinamente o mandato para o próximo suplente, Marcos Belizário, dirigente do PV.
Outro que pode retornar em 2015 é Antonio Carlos Rodrigues, do PR. Suplente da senadora Marta Suplicy (PT) desde 2010 e em exercício enquanto ela ocupa um ministério no governo Dilma, o ex-presidente da Câmara por quatro anos consecutivos é vereador licenciado – foi reeleito em 2012 pela coligação que apoiou José Serra para prefeito. A Câmara Municipal paulistana é realmente um mundo à parte.
* Maurício Rudner Huertas, jornalista, é secretário de Comunicação do PPS/SP.