Durante todo o período da homenagem ao tricampeão de Fórmula 1, a movimentação foi intensa diante dos quatro capacetes cedidos pelo Instituto Ayrton Senna especialmente para a exposição no ginásio de esportes do Colégio João XXIII, no sábado, dia 17. O público admirava, fotografava e se emocionava. Segundo estimativas dos organizadores, 2.000 pessoas prestigiaram o evento.
Na exposição foi possível estar frente a frente com o modelo usado por Senna no GP de Mônaco em 1984, ano da estreia na F1. Outro importante capacete da mostra foi o do último GP que disputou no Brasil, em 1994.
Dois modelos eram comemorativos: um de 1987, em homenagem à Força Aérea Brasileira (FAB), que chegou a ser usado por Senna, e o cromado, confeccionado neste ano para marcar os 20 anos de legado do tricampeão.
Também fez sucesso entre a criançada a McLaren do Senninha, personagem infantil inspirado no piloto. Entre outras lembranças, a mostra contou ainda com miniaturas de carros do Senna, revistas históricas e telas artísticas representando suas vitórias – algumas delas foram sorteadas entre os presentes.
Engrandeceu ainda mais o evento a presença do preparador dos carros de Senna nos tempos do kart, Lucio Pascoal, o Tchê, que tinha oficina na Mooca (leia mais nesta página). Também foi surpresa a aparição de um sósia do piloto, Claudemir Valle. Ele é morador de Mauá, compareceu voluntariamente e passou o dia fazendo muitas fotos com o público.
Carros antigos
O evento, promovido pelo Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente e pelo Colégio João XXIII, teve ainda uma grande exposição e encontro de carros antigos, com modelos esportivos e clássicos de associações e grupos de colecionadores.
O público contribuiu com a doação de alimentos não perecíveis. Foram arrecadados 750 quilos que integrarão as cestas básicas das mais de 100 famílias cadastradas pelo Serviço Social do Círculo.
“Ele era da família”, conta Tchê
O simpático espanhol de Segovia, Lucio Pascual, mais conhecido como Tchê, foi o preparador dos motores de kart de Ayrton Senna. A parceria entre eles começou em 1.974, quando foi procurado pelo próprio Senna, na época um menino de 14 anos. A convivência foi intensa pelos sete anos seguintes, a ponto de Tchê considerar Senna “da família”. “Ele chegava, comia com a gente, batia papo, se sentia em casa”, fala sobre saudosos dias em sua oficina na rua Tabajaras, na Mooca.
“Mesmo garotão, Senna já era muito dedicado. Treinava de terça a sexta, inclusive sob chuva, e aos finais de semana aconteciam as corridas”, conta. Ele lembra ainda que o piloto já era perfeccionista, uma das características que mais o destacou na F1. “Era exigente, tanto que minha esposa teve até ciúmes, porque eu sempre acabava levando o motor do kart dele para regular em casa e varava a noite”, conta Tchê que chegou da Espanha aos 24 anos de idade e hoje, aos 78, ainda trabalha com motores de corrida. A oficina mudou para Interlagos para ficar mais próxima do autódromo.
O último encontro com o piloto foi no GP do Brasil, em 27 de março de 1994: “Ele reclamou que estava com dores nos braços porque o carro estava muito ruim de guiar”. Tchê lembra com carinho que mesmo depois da fama, Senna ligava para perguntar se estava tudo bem. (Kátia Leite)
a exposição estava maravilhosa, e a presença do Tchê abrilhantou o vento…Parabéns pela reportagem
Parabéns
Parabéns pela matéria!
Eu estava no evento e adorei o modo como descreveu a exposição.
Abraços,
Michelle Muniz