As primeiras unidades de Telecentros foram inauguradas na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT), em 2001, com o objetivo de garantir a inclusão digital gratuita para os paulistanos. O programa teve boa aceitação, principalmente da população mais carente, e no seu ápice chegou a contar com 458 unidades na cidade. Mas, ao longo dos anos, o investimento por parte da Prefeitura foi diminuindo e, hoje existem apenas 291. Porém, desde o último dia 1º, a Secretaria Municipal de Serviços, responsável pelos equipamentos, suspendeu temporariamente as atividades de todos os Telecentros. A promessa inicial era de que em 15 dias o programa seria retomado, mas, o prazo venceu há 10 dias e as portas das unidades continuam fechadas sem previsão de reabertura.
A justificativa da Secretaria é que os problemas com os Telecentros tiveram início em janeiro, quando a Prefeitura abriu pregão para licitação da operação e manutenção das unidades, pois o contrato com a empresa responsável pelos serviços venceria no final de março. Entretanto, o Tribunal de Contas do Município suspendeu o processo licitatório, alegando inconsistências no procedimento. A Prefeitura resolveu então reformular as documentações para abrir nova licitação, o que ainda não ocorreu.
Para evitar o fechamento temporário dos Telecentros, enquanto o pregão não era definido, a administração municipal optou em prorrogar por três meses o contrato já existente, mas a empresa que prestava os serviços não apresentou a documentação necessária, o que impossibilitou a extensão dos trabalhos até junho. Assim, sem mão de obra para continuar atendendo a população, a Prefeitura fechou as portas das unidades.
Apesar das explicações da Secretaria, a Folha apurou que alguns equipamentos da região foram fechados há meses e que o programa apresentava problemas estruturais. Uma usuária do Telecentro instalado na biblioteca Ricardo Ramos, na praça Centenário, na Vila Prudente, contou que ouviu de funcionários que a Prefeitura estava diminuindo os investimentos porque houve redução na procura da população. “Os computadores estavam desatualizados e a conversa é de que esta unidade não será reaberta. Mas a desculpa não pode ser a diminuição de usuários, porque esse Telecentro era bastante procurado”, declarou a usuária.
A reportagem apurou com funcionários da biblioteca que, em determinados dias, chegava a ter filas para a utilização dos computadores.
A mesma versão foi dada por moradores que utilizam o Clube da Comunidade (CDC) João Cândido da Silva, no São Lucas, onde está instalada o Telecentro Sítio do Pinheirinho. “A unidade já estava sem funcionar desde o começo de março e os funcionários sempre reclamavam de atrasos nos salários, então não foi surpresa o fechamento. Os computadores ainda estão dentro da sala, mas ninguém apareceu mais. O medo é que não seja reaberto. A comunidade local utilizava o serviço com frequência”, comenta um voluntário do CDC que preferiu não se identificar.
A situação é ainda mais alarmante no Telecentro que funcionava dentro do pátio do 70º Distrito Policial – Sapopoemba. “Em janeiro fecharam as portas, retiraram os computadores e as placas com o nome do programa e orientaram os usuários a procurarem o equipamento do São Lucas. A informação na delegacia é que o serviço não será reaberta”, ressaltou à reportagem da Folha um dos policiais do DP.
Questionada, a Secretaria Municipal de Serviços não citou o motivo de algumas unidades estarem fechadas há meses. O órgão apenas destacou a versão oficial de suspensão temporária e não deu prazo para a reabertura dos equipamentos, informando somente que trabalha visando à regularização da situação o “mais breve possível”. A nota da Secretaria ainda afirma que “a inclusão digital continua sendo uma das principais bandeiras da atual gestão, tanto que vem implantando em 96 distritos da capital o Projeto WiFi Livre, que possui o intuito de levar Internet de qualidade e gratuita”.
Bom Dia.
Tudo isso é uma grande mentira.Inclusive eu era uma funcionária do Telecentro.Não só eu mais os meus colegas de trabalho que são mais de 600 saímos sem qualquer informação e o pior não sabemos se vamos receber.Se quiserem saber mais estou a disposição.
Att
Flávia
sou uma ex funcionaria dos programas telecentros,e fui um das 6oo funcinarias demitidas… e o problema nao era a falta de procura e sim coisas mais abaixo,na minha opinião isso envolve dinheiro e partido politicos… resumindo estamos todos desempregados…
como é de costume, é inadmissível observar a falta de capacidade dos gestores brasileiros, principalmente da área de tecnologia (municipais ou federais), onde computadores para suportar windows tem que atender os requisitos minimos….e para população um computador de 20° categoria, lento, e ainda “queimam o software livre”, porque ele tem que rodar em qualquer coisa? acredito que falte um profissional melhor (TI) para auxiliar todos os orgãos do governo (a nsa que o diga)….e absolutamente vergonhoso ver o nível pífio do ti nacional e a forma que é gerida um programa muito utilizado pela população, onde muitos iam até para sair de casa (psicologico), ex. cursos de informática para 3° idade……É LAMENTÁVEL a falta de capacidade dos gestores brasileiros, por isso infelizmente nas nossas escolas se espelhamos em figuras estrangeiras…..
Os telecentros tiveram um obejtivo na época, que agora não interessa mais. Eles foram elaborados com ajuda de parcerias de Empresas como telefônica e Comgas. Que financiaram a infraestrutura. Outro ponto, é que a maioria dos funcionarios não eram concursados, e sim indicações de vereadores. Agora, o projeto esta inviabilizado. Deveria ser absorvidado mas próprias infraesturas já existentes da PMSP. Ser houver interesse…
Carlos
A nota da Secretaria ainda afirma que “a inclusão digital continua sendo uma das principais bandeiras da atual gestão, tanto que vem implantando em 96 distritos da capital o Projeto WiFi Livre, que possui o intuito de levar Internet de qualidade e gratuita”. Onde está a INCLUSÃO digital nos MILHARES de casos onde o munícipe não sabe utilizar a ferramenta??? Para que interromper o processo de ENSINO básico à informática que INCLUÍA de fato o munícipe(e até um ensino avançado, pois eu e muitos outros colegas de trabalho, nos preocupávamos em manter nossa demanda atualizada) para investir somente em oferecer Wifi Livre, se ainda muitas pessoas não sabem o que é isto e para que serve, dona Secretaria??? Sou uma ex-funcionária do Programa Telecentros-Unidade APAE de São Paulo(programa do qual me orgulho em citar, baseada no trabalho que eu realizava com a população próxima a mim), e como ex-funcionária estou passando todas as dificuldades que meus colegas citaram em comentários anteriores. Mais também me preocupo com o progresso, com o amanhã de diversas pessoas que poderiam ter melhores oportunidades profissionais e pessoais, e fico muito chateada quando “conseguem” interrompe-los. Principalmente no que diz respeito a INFORMAÇÃO e APRENDIZADO, pois acredito que a omissão desses dois itens geram muito lucro e pouca ação humanitária.
Boa Noite,
Telecentro foi fechado sem nenhuma explicação para nós, uma falta de respeito para nós funcionário e principalmente para os usuários que chegaram lá no dia seguinte e tudo fechado, pois não podemos nem tirar nossas coisas quanto mais avisar para as pessoas do curso, fora outras atividades que o telecentro tem como parcerias com instituições procurando levar o melhor para a população, e agora sem receber nossos direitos trabalhista o que é pior ainda.