É conhecida a afirmação de Churchill sobre a democracia, de que apesar de sua imperfeição não há nada melhor ainda descoberto, mesmo assim, a história vai mostrando momentos cíclicos, como num pêndulo, de ir e vir, de experiências totalitárias e democráticas, isso desde os gregos antigos. No século 21, depois de tantas amargas experiências, principalmente do século 20, a democracia firmou-se com a perspectiva a ser sempre aprimorada, apesar de muitos, em situações de crise, recorrerem a apelos autoritários.
Nos 50 anos do regime militar no Brasil, o tema volta a ser debatido. Temos que ressaltar que não podemos recuar, o que precisamos é melhorar, viabilizar novos meios, aperfeiçoar, para que a democracia seja realmente exercida, para que a cidadania não seja apenas retórica. Esse é o grande desafio, ainda mais numa sociedade de alto poder tecnológico, de mídias que permitem inter-relacionamentos cada vez mais intensos, tudo isso deve estar a serviço do aprimoramento da democracia. Foram vinte anos de ditadura militar, e outros tantos anos para conseguir afirmar e consolidar a redemocratização no Brasil. Por isso, não podemos ser reducionistas e achar que as soluções para os velhos problemas de corrupção e imoralidade devam ser resolvidos com o autoritarismo. Nesse sentido, toda vigilância se faz necessária para evitar retrocessos.
Queremos uma democracia vigorosa no País, em que todos tenham garantidas as suas liberdades individuais e de associação, mas que também sejam cumpridas as leis e a ordem constitucional, pois democracia não é permissividade e anarquia, mas é liberdade com responsabilidade. E mais: cumprimento da lei. Por isso, queremos o aprimoramento da democracia, para um Brasil cada vez mais próspero.
* Valmor Bolan é Doutor em Sociologia e Especialista em Gestão Universitária pelo IGLU (Instituto de Gestão e Liderança Interamericano) da OUI (Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal, Canadá.