Apesar de ser crime, com pena prevista de três meses a um ano de prisão, os pichadores parecem não temer a polícia na região. Basta dar uma volta por ruas e avenidas que é possível ver que a grande maioria de imóveis, principalmente em locais de bastante movimento, estão repletos de mensagens com spray ou tinta. E não são somente os proprietários de comércios e residências que sofrem, equipamentos públicos e até igrejas também são alvos dos vândalos.
Uma das vias com mais pichações é a avenida Vila Ema. São poucos os imóveis da via que não tiveram as suas fachadas e portas atingidas pelo vandalismo. “A Prefeitura lançou uma lei antipoluição visual para toda a cidade, aplicando multas. Mas do que adianta essa lei se nada é feito contra os pichadores? A Vila Ema está crescendo cada vez mais, porém, é triste andar pela principal avenida do bairro. A quantidade de pichações é absurda”, comenta a moradora Giane Silvestre.
Em imóveis particulares a responsabilidade em evitar este tipo de vandalismo é da Polícia Militar, mas em equipamentos públicos é da Guarda Civil Metropolitana (GCM), o que também parece não resolver. Um exemplo é a Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Prudente, na praça do Centenário. “Parte da fachada da UBS está repleta de pichações. Agora, se nem em um local público existe policiamento para não deixar que este tipo de coisa aconteça, imagina em uma residência ou em um prédio particular? Sei que a polícia e a GCM têm coisa mais grave para se preocupar, mas as pichações destroem a imagem da cidade”, destaca a universitária Joana Meirelles.
A falta de respeito dos pichadores é grande. Nem mesmo as igrejas escapam das ações deles. A prova é o muro da Paróquia de São Pedro Apóstolo, na rua Segismund Domingues, no Jardim Independência. “Sempre picham esse muro. A igreja pinta e pouco tempo depois está pichado de novo. Acho que esses vândalos tinham que responder criminalmente sim. Não respeitam nem uma paróquia!”, ressalta um fiel que prefere não se identificar, já que acredita que os pichadores são do próprio bairro.
Questionado sobre a situação, o 21º Batalhão de Polícia Militar afirmou que tem intensificado o patrulhamento para coibir este tipo de delito, que, normalmente, é cometido por adolescentes ou pré-adolescentes. Foi destacado ainda que ao flagrar alguém cometendo o crime, o cidadão deve ligar imediatamente para 190, pois a Polícia Militar não pode estar em todos os lugares e conta com o apoio da população.
Já a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, responsável pela Guarda Civil Metropolitana, informou que o patrulhamento é intensificado em equipamentos municipais, mas, que em 2013 não foram registradas ocorrências de pichação em prédios ou monumentos municipais na área da Subprefeitura de Vila Prudente, o que leva a crer então que o muro da UBS na Vila Prudente não recebe manutenção.
Grafite pode ser uma forma de combater a ação
Cansados de terem às fachadas pichadas, muitos comerciantes da cidade optam pela pintura de grafites em seus estabelecimentos. Na região a situação não é diferente e vários comércios contam com os desenhos nos muros e portas.
Um destes empresários que se irritou com o número de vezes que teve a sua loja pichada é Antonio Rosildo, que há 23 anos trabalha com estofados na avenida Vila Ema. “A fachada do meu estabelecimento sempre estava pichada. Esse é um problema de toda a cidade. Um dia, o grafiteiro passou e ofereceu o serviço dele, de graça, nem aceitou gorjeta. Isso faz mais de um ano. Desde então não picharam mais o muro. Existe um certo respeito dos pichadores com os grafiteiros”, destaca Rosildo.
Quem sempre utilizou o grafite é dono de banca de jornal que já teve ponto no Parque São Lucas, Renato Bonatti Silva. “Esse problema é antigo na cidade. Quando tinha banca na avenida do Oratório cansei de limpar as pichações. Até que me passaram o contato de um grafiteiro e o contratei para fazer o desenho. Fiquei mais cinco anos no ponto e nunca mais tive a banca pichada. Mudei para os jardins no ano passado e também sofri com os pichadores até fazer um novo grafite.
É muito bom a Folha abordar este assunto nasci, moro e trabalho na Vila Ema, e não damos conta de limpar os muros da empresa em que trabalho. Acabamos de pinta-los e no primeiro final de semana já foram pichados. A empresa em que trabalho contribui com duas instituições de caridade há mais de 20 anos e tornou isso público com placas colocadas na fachadas com os dizeres “Srs pichadores com o dinheiro economizado nas manutenção desta fachada / muros serão convertidos a instituições de caridades” isso afim de tentar comover os pichadores mas nem assim resolveu. Travamos uma luta diária contra os pichadores tão dura mais tão dura que no dia em que estavamos pintando o muro passou um motoboy e gritou ” vamos pixar tudo de novo” e foi embora. Mas não vamos desistir, creio que se formos isistentes chega uma hora que os pixadores cansarão.
Boa a reportagem, mas infelizmente vcs estão fazendo o que todos os pichadores querem…
O objetivo da pichação é o “ibope” (fama) de cada pichador ..
E infelizmente é o que esta reportagem está fazendo…
Em minha residencia o pixador (um deles) é quase meu vizinho , sei quem é , onde mora e não posso fazer nada . Inclusive como ele sabe da impunidade ele assina o sobrenome abreviado – Bacana não ???