No último dia 27, a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô e o Governo do Estado publicaram no Diário Oficial o decreto que determina as áreas de desapropriações para as obras de extensão da Linha 2 – Verde, entre a Vila Prudente e o Aricanduva. Depois, o transporte ainda vai seguir até a Via Dutra, na divisa com Guarulhos. O trajeto anunciado é o mesmo antecipado pela Folha em outubro de 2012, com três estações na região: Orfanato, Água Rasa e Anália Franco. Neste trecho também serão construídos quatro poços de ventilação nas ruas Falchi Gianini, Madri, Engenheiro Cestari e Capitão, que exigem desapropriações.
O decreto apenas aponta lotes e endereços, sem a numeração exata dos imóveis, mas confirma que a rota seguida pelas obras de extensão da Linha 2-Verde, que será totalmente subterrânea, sairá da estação Vila Prudente, na rua Cavour, em direção a rua Cananéia. No meio do caminho haverá um poço de ventilação na rua Falchi Gianini, nas proximidades com a Cananéia, em área equivalente a cerca de 2.400 m². Já para a construção da estação Oratório ocorrerão desapropriações na rua Doutor Sanareli, Cananéia e Orfanato. Segundo o documento, os pontos que abrigarão a obra serão os imóveis da rua Doutor Sanareli, no lado impar da via, entre a Cananéia e a Orfanato, e o terreno na esquina da Orfanato com a rua do Oratório, que hoje abriga uma agência bancária. As áreas apontadas somam mais de 5.650 m².
O trajeto segue pela rua Cananéia até a rua Madri, onde, nas proximidades com a avenida Salim Farah Maluf, será construído um poço de ventilação, com área de desapropriação de 768 m².
O decreto aponta que a estação Água Rasa ocupará um quarteirão entre as ruas São Maximiano, Gopiara e Caxiuma e imóveis da avenida Adutora do Rio Claro, em ambos os sentidos da via. A desocupação para a obra será de cerca de 16 mil m².
Entre as paradas Água Rasa e Anália Franco serão construídos dois poços de ventilação na rua Engenheiro Cestari, um nas proximidades com a rua Plácido de Castro, em uma área de 612 m², e outro na esquina com a rua Capitão Ferraiuolo, de 637 m².
Por último, a estação Anália Franco será construída em uma área de mais de 20 mil m². Para isso, o decreto aponta para desapropriação os dois quarteirões entre as avenidas Vereador Abel Ferreira e Montemagno e as ruas Engenheiro Cestari e Templários, e outros dois quarteirões entre a Abel Ferreira e a avenida Regente Feijó e as ruas Engenheiro Cestari e Jorge Bittar. Além destes locais, uma pequena área do Shopping Anália Franco será utilizada.
Indagado pela Folha sobre a apresentação do mapa detalhado do projeto, o Metrô informou apenas que pretende começar as obras em 2014, que as áreas incluídas no decreto totalizam 104.116,31 m² e estão localizadas nos bairros de Vila Prudente, Água Rasa, Vila Formosa, Carrão e Vila Matilde.
Clima de apreensão
A reportagem esteve nos locais onde o Metrô aponta que serão construídas as estações Orfanato, Água Rasa e Anália Franco. Em conversa com a Folha, os moradores e comerciantes afirmam ter conhecimento de que a área, possivelmente, será desapropriada, mas aguardam um documento oficial.
“Soubemos do decreto, porém, não fomos notificados ainda. O clima de angustia é grande. Alguns moradores não dormiram direito esta semana por causa disso. Não temos como programar uma possível mudança para outra residência, sem saber quando teremos que sair e quanto receberemos pelo nosso imóvel. O Metrô tem que levar em consideração o valor histórico destas casas, não apenas o valor predial. Muitas pessoas moram aqui há mais de 50 anos, não temos raízes em outros lugares, essa região é a nossa vida”, comenta uma moradora da esquina da rua Cananéia com a rua Doutor Sanarelli.
Já na área apontada para a construção da estação Água Rasa, a ansiedade é ainda maior, pois no local existem muitos comércios onde os proprietários são inquilinos. “Desde que saiu o estudo com as possíveis áreas eu providenciei a abertura de outra unidade da loja em São Mateus. Mas, estamos aqui há cerca de 15 anos, tenho oito funcionários que dependem deste emprego para manter a família. O Metrô não pode aparecer de repente e mandar que a gente saia. Somos inquilinos, mas, mesmo assim, acredito que um valor pela perda do ponto deve ser oferecido”, destaca o dono de um comércio de autopeças, Robson Sampaio.
No local determinado para a estação Anália Franco também existem comércios e residências, como é o caso da dona de uma serralheria na avenida Abel Ferreira, Irani Ferreira Bezerra, que reside e trabalha no mesmo imóvel. “Eu e meu marido trabalhamos aqui e nos fundos moramos com a nossa família há mais de 20 anos. Estamos certos de que seremos desapropriados, mas, enquanto não for oficial, ficamos presos aqui, sem ter como procurar outro local”, completa Irani.
Questionado, o Metrô informou que os proprietários e inquilinos dos terrenos começarão a ser notificados nas próximas semanas e que a comunidade também pode entrar em contato com a Coordenadoria da Companhia pelos telefones: 3371-7519, 3371-7523 e 3371-7525, em horário comercial, e no site www.metro.sp.gov.br/faleconosco. (Gerson Rodrigues e Rafael Gonçalo)
A linha 2-verde será expandida desde a estação Vila Prudente até Dutra (Guarulhos / Shopping Internacional) 😉
Assinei contrato de locação no mês de Setembro junto a imobiliária. Porém, no mesmo mês recebi carta de desapropriação do metrô informando de que através do decreto no mês de Julho/2013 trata-se de utilidade pública e deveria sair do local. Fui na imobiliária rescindir contrato e o mesmo quer cobrar pelo primeiro mês. Efetuei compras de materiais para o comercio a ser aberto no local e comecei a obra. O proprietário do local e a imobiliária informam que nada podem fazer, como faço com o prejuízo ??
venha metro venha logo
Excelente notícia para os paulistas! As obras de expansão do Metrô são essenciais e não podem sofrer mais atrasos, em que pesem as dificuldades orçamentárias enfrentadas pelo governador Alckmin, pois representam o cumprimento da nossa responsabilidade com a precária mobilidade urbana na região metropolitana de São Paulo. A expansão do Metrô para Guarulhos, há muito é ansiada pela população guarulhense, que depende exclusivamente de transporte rodoviário através de uma das rodovias federais mais congestionadas: a Presidente Dutra.