Ainda com o eco das mensagens do papa Francisco para os jovens, que ele quer revolucionários; para os políticos e governantes, que aconselha estarem mais próximos das pessoas, desembarcou na nossa capital a presidenta Dilma, trazendo um pacote de boas notícias para a cidade. Diga-se, que São Paulo esperava e faz jus aos bilhões anunciados, por sua importância na vida econômica, política e social da Federação. Como a própria presidenta fez questão de ressaltar.
Ficamos felizes por identificar, nos recursos anunciados, e que viabilizam obras de mobilidade, saneamento, contenção de encostas, habitação etc., a sequência de vários projetos executivos que deixamos em andamento, e outros com verbas já empenhadas.
O pacote federal não é, pois, surpresa para nós. E, ao contrário do que tem sido descuidadamente declarado nos últimos dias, sempre fomos atrás, nos habilitamos e nunca abrimos mão de recursos federais, fossem eles do PAC ou de qualquer ministério ou órgão federal. Não custa recordar que solicitamos R$ 5,488 bilhões: R$ 4,388 bi para projetos com financiamento do PAC (e R$ 1,1 bi a fundo perdido). Foram aprovados projetos no valor de R$ 1,980 bi, dos quais R$ 1,342 bi do PAC e R$ 638 milhões de contrapartida da Prefeitura.
Só no PAC Mobilidade, nossa administração inscreveu projetos e pediu R$ 2,188 bi: R$ 1,324 bi no PAC (R$ 864 milhões da Prefeitura). Foram aprovados projetos num total de R$ 330 milhões, dos quais 304 milhões com financiamento do PAC (R$ 26 milhões da Prefeitura). Isso porque tivemos de respeitar o limite de propostas e valores estabelecidos pela União que poderiam ser apresentados pelas gestões municipal e estadual.
Sobre mananciais, o Estadão de 8/9 de 2012 anunciava que “Kassab libera R$ 3 bi para reurbanizar 118 favelas e recuperar represas”. E mais: “Até 2016, 46 mil famílias devem deixar habitações precárias em áreas de mananciais no entorno da Billings e Guarapiranga”. A reportagem fala ainda de detalhes de contratos que a atual administração herdou, e o prazo que tinha para executá-los.
Sobre corredores e faixas exclusivas de ônibus, apresentamos projetos e pedimos recursos do PAC para três corredores e três terminais de ônibus. Foram aprovados dois. Inauguramos o corredor Expresso Tiradentes e ampliamos o Vereador José Diniz, num total de 12 km. Implantamos mais de 60 km de faixas exclusivas de ônibus à direita entre 2011 e 2012, e deixamos outros 40 km praticamente prontos para operação.
Repetimos: se mais recursos não vieram não foi, como se disse, por falta de projetos, ou de empenho. O importante é que, agora com os cofres cheios, São Paulo segue em frente. E pode ajudar muito o país. Nesta quadra complexa da economia mundial, o Brasil precisa caminhar unido. Urge buscar soluções urgentes para nossos problemas e reivindicações que vêm das ruas, com ética, mais justiça, mais segurança, infraestrutura, saúde e educação.
Todos os partidos devem estar juntos, participando desse esforço de modernização do estado brasileiro. Nossas bases partidárias, e não apenas do PSD, estão analisando cenários, em todos os estados, discutindo as alianças para o próximo – e não tão distante – embate eleitoral. É um quadro de apoios que se definirá no início do ano.
A presidenta Dilma procura consensos, se esforça para resolver problemas. Os desafios são imensos para manter as conquistas e avançar com a agenda social. É hora de Brasília, estados, e municípios trabalharem unidos. Com responsabilidade, transparência e lealdade.
O Brasil que está nas ruas exige isso.
Gilberto Kassab, 52 anos, é presidente nacional do PSD e ex-prefeito de São Paulo.