A missa na manhã do domingo, dia 24, marcou o início de uma nova história na paróquia de Santo Emídio, na Vila Prudente. O padre Walterson José Vargas, que completa 47 anos no próximo dia 26 de março, assumiu oficialmente como pároco durante a celebração que foi presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, dom Edmar Peron.
Nascido na cidade de Patrocínio, em Minas Gerais, padre Walterson é o segundo sacerdote brasileiro designado para comandar a paróquia na Vila Prudente. Ele substitui o gaúcho Sérgio Stein, que foi transferido para Belo Horizonte. Antes deles, a igreja erguida pelos fundadores do bairro teve apenas párocos holandeses. Todos são da Congregação dos Sagrados Corações (SS.CC.).
Padre Walterson vem da paróquia São José do Vale do Paraopeba, em Brumadinho, Minas Gerais. “A paróquia atende 13 comunidades rurais. Uma curiosidade muito interessante é que abriga também quatro quilombos, acho que é a paróquia com mais quilombos. Porém, por causa da proximidade com Belo Horizonte, cerca de 60 quilômetros, enfrenta alguns problemas de cidade, como drogas e bebida”, conta o sacerdote. “É um desafio ser designado para evangelizar numa grande cidade, tudo muda, a começar pelo ambiente, antes estava cercado pela natureza”, comenta.
Apesar de ainda estar se ambientado – chegou ao bairro no último dia 20; o pároco já definiu algumas de suas missões. “Quero dar sequência ao trabalho de renovação, buscando maior participação da comunidade nas missas e uma preocupação é atingir os jovens”, destaca. “Pretendo trabalhar por uma paróquia mais missionária, que não espera apenas a pessoa ir à igreja, vai em busca dela”, completa ressaltando que “ainda precisa ouvir muito e aprender”, antes de objetivar qualquer mudança.
Formado em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas e em Teologia em Belo Horizonte, com cursos de mestrado e doutorado posteriores, padre Walterson foi professor e diretor do Instituto Teológico Paulo VI em Mogi das Cruzes e formador de seminaristas em Belo Horizonte. Também já foi vigário paroquial em Ferraz de Vasconcelos, São Paulo, e em Campo Grande, Rio de Janeiro.
Penúltimo de uma família de nove irmãos, foi o único que seguiu a vocação sacerdotal. “Minha mãe é muito religiosa, foi inclusive ministro de eucaristia; meu pai não era praticante, mas, sempre foi um homem de muita fé”, comenta ressaltando que entre os irmãos há também evangélicos. A decisão pela vida religiosa se deu aos 16 anos de idade. “Aos 17 anos já estava fazendo meus estudos na Congregação, que na época era em Pindamonhangaba (interior de São Paulo). Minha decisão foi acolhida com muito respeito na família e muita estima por parte dos católicos”.