Na última segunda-feira, dia 19, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) fez mais uma interdição parcial na avenida Anhaia Mello, sentido bairro, nas proximidades do cruzamento com a rua Doutor Roberto Feijó, na Vila Prudente. A intervenção, por causa das obras do monotrilho, deve durar 60 dias e causou grande impacto no trânsito. Além da Anhaia Mello ficar reduzida a duas pistas no trecho, foi bloqueado também o cruzamento da rua Virgílio, que foi criado quando o da Dr. Roberto Feijó também foi fechado. O problema é que, desta vez, a CET não ofereceu uma nova opção aos motoristas. Várias vias também sofreram alteração de mão de direção e até a faixa de pedestres mudou de local (veja matérias na página 6). Como todas as mudanças ocorreram no meio de um grande feriado prolongado, a maioria dos motoristas foi pega de surpresa. O resultado: filas e mais filas de veículos pelas ruas do bairro na manhã da última quarta-feira, dia 21, e motoristas e usuários do transporte público bastante irritados.
Utilizada como rota de desvio, a rua José dos Reis registrou um mega congestionamento. Nas primeiras horas da manhã a fileira de carros no sentido centro atingia toda a extensão da via – desde a rua Pinheiro Guimarães até a rua Ibitirama. “Essas mudanças causaram um transtorno absurdo, pois agora só se cruza a Anhaia Mello pela avenida Francisco Falconi ou pelas ruas Ibitirama e Maria Daffré”, comentou Gustavo Alves Vasconcellos. “Recebi relatos de amigos que levaram cerca de 25 minutos para fazerem um trajeto que antes era realizado em 5 minutos”, completou.
Quem também sofreu com o congestionamento foi o contador Rogério Cesar Giraldi, que mora no Jardim Independência e trabalha na Vila Prudente. “Todos os dias levo cerca de 15 minutos de casa até o trabalho. Na quarta-feira, devido ao trânsito, demorei mais que o dobro. Cheguei atrasado. Fiquei assustado com o que vi”, comentou Giraldi.
O comerciante da rua José dos Reis, que se identificou como Rabelo, confirma que o trânsito ficou caótico. “Muitos carros foram desviados para esta rua, que não possui estrutura para receber tamanho volume de tráfego. O semáforo com a Ibitirama fica pouco tempo aberto e apenas alguns veículos passam por fase, o que prejudica ainda mais o trânsito. Sem falar naqueles que invadiram a contramão e podem causar acidentes”, comentou Rabelo.
Para o morador do Sapopemba Adriano Stofaleti, que passa constantemente pela avenida Anhaia Mello, o período escolhido para a intervenção foi mal planejado. “Estavam esperando o movimento do trânsito do Natal, e o início do período de chuvas para tornar a missão deles mais difícil. E a nossa, a de ir e voltar do trabalho, cada vez mais impossível”, declarou.
Moradores, motoristas e pedestres protestam
“Quero externar minha indignação com o bloqueio do cruzamento da rua Virgilio com a avenida Anhaia Melo. Este acesso ficou provisório, após o fechamento anterior das ruas Dr. Roberto Feijó e Itamumbuca. Agora, ao invés da CET providenciar um novo acesso, ‘jogou’ novamente todo o trânsito para a rua Ibitirama que já era um caos, e, obrigada a utiliza-la novamente após meses, não notei melhora alguma. Será que eu, uma motorista dona de casa, tenho melhor visão do trânsito do que os ‘especialistas’? É muita falta de respeito com os moradores e motoristas da Vila Zelina e adjacências! Em época de chuvas direcionar mais trânsito para uma região de constantes alagamentos é o fim do mundo. Será que a CET está precisando de donas de casa para gerir o trânsito da região?”, e-mail encaminhado por Leni Eloísa.
“À revelia dos moradores da rua Pires Pimentel retiraram duas lombadas limitadoras de velocidade. O limite máximo de velocidade deveria ser 40 km/h, mas, o desrespeito às leis de trânsito imperou nesses primeiros dia de implantação da mão única de direção na pacata rua. Sair ou entrar em nossas garagens virou uma roleta russa, inclusive nas ruas Virgilio, Roberto Feijó, Oliveira Gouveia e José dos Reis. Limitaram a nossa saída, estamos ilhados, filas enormes de veículos são formadas nessas vias. Assim solicito das autoridades que minimizem os transtornos causados urgentemente, já que os técnicos e governantes não residem na região”, e-mail encaminhado por Osmar Lemes Dos Santos, morador da rua Pires Pimentel.
“Venho registrar minha indignação com as gestões de anos e anos, que vem piorando as condições, tanto de trânsito como dos pedestres na região da Vila Prudente. Gostaria de saber onde está a engenharia de trânsito nisso? Onde se encaixa a palavra engenharia nesse caso? É uma falta de respeito com nós contribuintes”, e-mail encaminhado por Diego Kuschnir.
“Os desvios realizados pela CET para suportar as obras do monotrilho próximo à estação Vila Prudente do metrô estão causando um congestionamento absurdo na rua José dos Reis. Além disso, a travessia de pedestres na Anhaia Mello foi alterada cerca de 500 metros e os usuários do metrô têm que se deslocar para mais longe e depois voltar à estação. Fora esses absurdos, existe um maior ainda com relação a segurança: as pessoas têm que ficar, literalmente, no meio da rua, pois não há espaço suficiente para todos na pequena ‘ilha’ onde se encontra o novo ponto de ônibus e a nova faixa de pedestres. É um desrespeito e uma falta de planejamento inimaginável. Isso deve ser corrigido, pois está afetando todos os moradores e cidadãos que circulam pela região”, e-mail encaminhado por Gustavo Vasconcellos.
“Gostaria de saber como uma companhia de engenharia de tráfego, ao invés de melhorar as condições do trânsito nas vias, acaba gerando um congestionamento ainda maior para a região?”, e-mail encaminhado por Rogério Cesar Giraldi , que também encaminhou várias fotos da situação que presenciou na manhã da última quarta-feira.