A singela casa de número 2 de uma antiga vila residencial da rua do Acre, na Mooca, vem se tornando referência em sustentabilidade. Quem olha para o imóvel pelo lado de fora não imagina a riqueza de atividades voltadas ao meio ambiente que são desenvolvidas no seu interior. Com a iniciativa da Organização Não Governamental (ONG) Associação Aliança Luz, foi implantado na residência o projeto Permacasa Vila Viva, cuja proposta é criar espaços de interação entre pessoas, pregando o conhecimento, a alimentação saudável, a geração de renda e outros aspectos, sempre com foco na sustentabilidade. No local são ministrados cursos, palestras, workshops, oficinas e demais atividades ligadas ao meio ambiente.
Todos os cômodos da residência, onde vivem quatro jovens com os mesmos ideais, são decorados e equipados com materiais reaproveitados, que em sua grande maioria foram descartados no lixo ou doados. Na sala, os sofás foram frutos de doação, a mesa central é feita com caixotes de madeira e as almofadas são plásticos forrados. No quarto, o armário foi erguido com cabos de vassoura e madeiras que já serviram até para rampa de skate. As cortinas também foram confeccionadas artesanalmente. A cozinha possui uma geladeira com baixo consumo de energia, a mesa também foi adaptada e recipientes de papinhas de nenê se transformaram em potes de armazenamento de temperos. “Tudo que achamos, trabalhamos a criatividade e é reutilizado. Tentamos reduzir resíduos ao máximo”, comenta a arquiteta e urbanista Marcela Fenyves Ary, 25 anos, uma das integrantes do projeto.
No quintal da casa, batizado como Ecozinha, há um viveiro onde são cultivadas plantas de forma totalmente natural. “Os restos de nossos alimentos são compostados e transformados em adubo orgânico. Respeitamos a forma natural de cultivo. Não usamos nenhum tipo de agrotóxico e fertilizante. Desta forma, todos os alimentos ficam mais ricos em nutrientes e sabor”, explica o engenheiro ambiental Hélio Francisco dos Santos, 24 anos, que também integra o projeto.
O quintal abriga ainda um sistema de captação de água da chuva capaz de armazenar 200 litros em um galão, onde no passado, eram guardadas azeitonas. “Utilizamos essa água para regar as plantas, fazer limpeza e na descarga”, conta Santos.
De acordo com os moradores do imóvel, que pode ser visitado, a finalidade não é apenas mostrar o que é feito e sim espalhar boas ideias na comunidade. “Aqui é um espaço de reflexão, trocas de experiências, convivências, de ensino e aprendizado. Atuamos também como suporte, base, para projetos de ações socioeducativas, ambientais e culturais”, destaca Marcela.
Ainda em etapa de desenvolvimento, embora em atividade há sete meses, a Permacasa Vila Viva tem procurado parcerias e patrocínios para aprimorar e expandir ainda mais o projeto. “Como não somos assalariados, realizamos nossas atividades de acordo com nossas condições. Certamente, com algum patrocínio e parceria poderemos ampliar nossas ações. Estamos abertos a receber ideias”, declarou a arquiteta e urbanista Thamiris do Nascimento, que com a nutricionista Vanessa Fenyves Ary, 29 anos, completa os integrantes do projeto.
Agendamento de visitas e contato com a Permacasa podem ser feitos pelo e-mail: permacasa.vilaviva@gmail.com. Mais informações pelo blog www.permacasa-vilaviva.blogspot.com.br.
Excelente notícia! Belas imagens também!
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