Inaugurado em janeiro de 2010, o Parque Linear Zilda Arns construído ao longo da adutora Rio Claro, que corta vários bairros da região, deveria servir como benfeitoria para a comunidade do entorno, oferecendo opções de lazer, esporte e áreas verdes. Entretanto, para as pessoas que residem e trabalham próximas ao trecho entre a rua Solidônio Leite e Juiz de Fora, no Sapopemba, o parque é sinônimo de problema. Segundo a vizinhança, este ponto foi ‘esquecido’ pela gestora da área: a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Segundo Maria Elizabeth, que trabalha na rua Juiz de Fora, ninguém sabe a razão deste trecho do parque não ter sido pavimentado e nem aberto à população. “Com essa interrupção, o parque perde totalmente o seu objetivo original que deveria ser linear e contínuo. Fica bloqueado por barras de ferro na rua Solidônio Leite e na divisa com a rua Juiz de Fora é fechado por um muro”, conta Maria.
A ociosidade do trecho causa transtornos aos moradores do entorno. “Várias pessoas já foram assaltadas em frente a este espaço, que é escuro, tem mato alto e vive repleto de lixo e entulho. Outro problema grave é a ocupação do local por usuários de drogas e moradores de rua”, conta Denise Piffer Maciel, síndica do condomínio de prédios Vila Belém, situado ao lado do trecho abandonado. “Já procuramos a Sabesp algumas vezes, mas nunca fizeram nada. Na última vez alegaram que há uma pendência com a Secretaria Municipal do Verde que impede qualquer intervenção por enquanto”, completou.
Contradições
A Folha ouviu a Sabesp, a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente e a Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba e pelas respostas, constatou que as responsabilidades sobre o trecho não estão definidas.
A Sabesp informou que o parque foi projetado inicialmente com 7,5 quilômetros de extensão sobre a faixa da adutora, com possibilidade de ampliação, a exemplo do que foi feito em parceria com a Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba (SUB-VP) no trecho entre a avenida Sapopemba e a rua Germino Gomes da Silva, onde foi instalado um parque infantil, quadra de esportes, ciclovia e pista de caminhada com iluminação. A Sabesp ressaltou que o mesmo poderá ser feito futuramente na área problemática, mas não informou uma possível data para a ação. A companhia de saneamento citou ainda que enviará equipes ao local para, caso seja necessário, efetuar a limpeza do espaço e que as questões de segurança serão comunicadas ao comando da polícia local.
Já a Secretaria Municipal do Verde informou que a gestão do parque se encontra em transição e o órgão assumirá efetivamente a área tão logo o convênio entre a Secretaria e a Sabesp, que tramita na Prefeitura, tenha todas as formalidades atendidas. A secretaria afirmou que a licitação para contratação da vigilância privada já foi concluída e a empresa iniciará as atividades nos próximos dias. Além disso, a Secretaria ressalta que já entrou em contato com a Sabesp para incluir a participação da comunidade do entorno nas discussões sobre as futuras melhorias do parque. Por fim, o órgão afirmou que os sérviços de conservação, recolhimento de lixo e varrição estão sendo feitos temporariamente pelas Subprefeituras de Vila Prudente/Sapopemba (SUB-VP) e São Mateus.
Por fim, a SUB-VP esclareceu que a área pertence à Sabesp e foi utilizada como canteiro de obras durante a implantação do parque e, após o término, a concessionária foi notificada quanto à limpeza e a manutenção do terreno.