Tinoco, de uma das mais tradicionais duplas sertanejas do país ‘Tonico e Tinoco’, morreu aos 91 anos na madrugada desta sexta-feira, dia 4, em decorrência de edema pulmonar e insuficiência cardíaca. Ele foi internado no hospital municipal Doutor Ignácio Proença de Gouveia, na Mooca, na tarde de ontem, com problemas respiratórios. Tinoco morava na Mooca há 70 anos.
De acordo com o filho de Tinoco, José Carlos Pirillo Perez, ele passou mal por volta das 14h da quarta-feira. Já no hospital, sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu. O médico que atendeu Tinoco acredita que ele tenha sofrido um enfarto há dois dias, mas não percebeu os sintomas.
Tinoco foi velado no cemitério da Quarta Parada que permaneceu lotado durante toda a tarde. Familiares, amigos, músicos e fãs chegaram a formar fila para se despedir. O enterro estava previsto para as 17h no cemitério São Pedro, na Vila Alpina.
José Carlos, que também era empresário do pai, ressalta que Tinoco estava bem, inclusive seria uma das atrações da 8ª edição da Virada Cultural que acontece em São Paulo neste final de semana. Ele se apresentaria domingo, dia 6, no palco do Arouche. A Prefeitura e a Secretaria Municipal de Cultura divulgaram uma nota afirmando que lamentam profundamente a morte do cantor que contribuiu expressivamente para a história da música sertaneja.
O filho mais velho de Tinoco, Elcio Perez, falou da relação do pai com a Mooca. “Ele sempre gostou muito de morar no bairro e nunca cogitou sair da região. Se identificava muito com o clima amigável da Mooca, gostava de conversar com as pessoas na rua”, comenta o filho que ressaltou ainda que ele era um leitor assíduo da Folha. “Recebia o jornal em casa e gostava de saber das notícias da região”.
História
José Perez, o Tinoco, formou dupla com João Salvador Perez, o Tonico, seu irmão mais novo nos anos 30. A parceria foi interrompida por uma tragédia em 1994, quando Tonico caiu de uma escada e morreu aos 77 anos.
A dupla fez mais de mil gravações ao longo dos mais de 60 anos de carreira, com sucessos como “Chalana”, “Tristeza do Jeca” e “Chico Mineiro”. Foram lançados 83 discos que venderam mais de 150 milhões de cópias e renderam mais de 40 mil shows.
Lamento muito o passamento deste ícone da música brasileira. Sei como é doloroso a perda de um ente querido, desejo porém, os meus mais sinceros pésames à família aperez.